Thursday, June 12, 2014

UM COMEÇO SEM GRANDES EMOÇÕES



Não foi um começo que possa dar segurança de que estamos bem, embora positivo. O jogo contra a Croácia pode ser classificado como um exercício de futebol burocrático e previsível. Não se pode negar que levar um gol contra logo aos 11 minutos e, feito por um dos jogadores mais vitoriosos e experientes,como foi o caso do gol contra de Marcelo, não seja uma ducha de água fria e um duro golpe para qualquer equipe. E o fato é que foi um jogo duro e, diga-se de passagem, feio, não esconde o fato de que só, graças à espasmos de qualidade, inclusive de Neymar, com um gol que não foi nenhuma pintura, conseguimos superar a ausência de um bom futebol. Apesar do passe de Oscar na intermediária ser de um meio de campo, este nos faltou na maior parte do tempo, e foi somente pelo acaso, e  meio sem jeito, que conseguimos construir algo. Sem muita beleza nem ousadia. Nem mesmo Neymar, fora num gesto tresloucado de agressão, parecia capaz de fugir do lugar comum.Tudo parecia destinado a uma mediocridade que só estava pior fora que dentro do campo e se iniciou com uma abertura pasteurizada que só longinquamente lembrava o Brasil. Esta, pelo jeito, será uma Copa de desempenhos sofríveis. Tudo parece nos levar para um torneio de resultados onde o bom futebol será a exceção.
Que não era um dia destinado a ser palco de grandes coisas ficou visível quando, para infelicidade do goleiro que foi bem na bola,esta ainda bateu na trave antes de entrar. Apesar do seu bom desempenho, de ter sido  um gol batido por bolas difíceis, o goleiro Pletikos levou mesmo  azar. As bolas que passaram por suas mãos foram aquelas que somente uma boa dose de sorte poderia evitar. Não foi o caso. No penalti, o gol da virada, mesmo ele tendo ido para o lado certo e tocado na bola, só os deuses do futebol explicam que não tenha conseguido desviar a bola. Entrou contra a probabilidade bem maior de não entrar. O penalti, que me pareceu duvidoso, premiou a vacilação de Neymar que não bateu bem, mas, viu, apesar do goleiro acertado o canto e ido bem nela, a pelota se aninhar, caprichosamente, nas redes. Foi também um capricho dos deuses da bola a oportunidade do terceiro gol, pois, Oscar marcou, nos acréscimos, em jogada de contra-ataque, batendo de forma indefensável. Na única jogada construída em todo o desenrolar de um jogo meio burocrático. E mais fruto do desleixo dos nossos adversários que da criatividade ou do que se espera, da habilidade dos jogadores brasileiros. Faltou, de ambos os lados, um bom futebol.
A Croácia, tentando se manter em campo, e se possível, criar uma possibilidade de vencer, não chegou a convencer, exceto por ser uma equipe compacta e se defender bem. Não havia, mesmo, apesar de tudo que fez, uma atitude de uma equipe capaz de ganhar. Apenas cumpriu seu dever de jogar com dedicação. Nenhum dos times jogou bem e ,quando o apito findou, só ficou a sensação de que jogamos o suficiente para vencer. Com a vitória, o Brasil soma três pontos e lidera o Grupo A, que conta ainda com México e Camarões. Os outros adversários, que a rigor, são do mesmo nível ou igual à Croácia, não são adversários que nos impeçam de avançar. Chegaremos, este primeiro jogo nos mostrou, sem problemas a outra fase. O Brasil, na primeira partida, não mostrou grande coisa. Fez o dever de casa- o que, numa Copa, é essencial. Não entusiasmou. Nem mesmo apresentou, em qualquer momento, o brilho de uma grande equipe. Mas, como é só o começo, só resta dizer que deu para o gasto. Vai precisar ainda convencer. Por ora só venceu e isto é essencial num torneio em que ganhar é a única receita possível para se ter sucesso. Valeu, mas, volto a dizer: só deu para o gasto. Foi uma partida que não teve a emoção nem a beleza que se espera de um grande jogo de futebol. Ganhamos sim, mas, ficamos devendo uma apresentação melhor. Não foi um cartão de visitas para um time que pretende ganhar a Copa. Mas, fazer três gols numa estreia- ganhando- prova que podemos sim chegar na final. De qualquer forma ganhamos. Mesmo longe de mostrar o bom futebol que se espera que uma seleção brasileira saiba apresentar. 

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