ENTRA EM CAMPO O SR. INESPERADO DE ALMEIDA
Que futebol são onze
contra onze todo mundo sabe. E que é sempre possível que um time mais fraco
ganhe de um mais forte também. A questão gira em torno das probabilidades. E
daquele detalhe essencial: o gol. Porém, se ninguém, ou quase ninguém,
acreditava numa vitória do Japão sobre a Alemanha, muito menos, parecia
provável que, depois de um humilhante 7x0 aplicado pela Espanha em Costa Rica,
que não jogou nada, seria possível ganhar dos japoneses. E foi o que aconteceu:
o sr. Inacreditável de Almeida entrou triunfantemente no Estadio Ahmed bin Ali.
O técnico Luis Fernando Suárez da Costa
Rica, como é comum quando se perde, mexeu na sua equipe colocando o zagueiro
Waston para dar mais solidez na defesa e procurou ser mais ofensivo com Gerson
Torres. O Japão, é verdade, dominou o jogo, com mais posse de bola (56%), 11
finalizaçôes contra apenas 3 e 5 escanteios sem conceder nenhum. E daí? Só uma
bola entrou no gol. E, por ironia, aconteceu com os japoneses o que aprontaram
com a Alemanha: dominaram a maior parte do jogo e sofreram o gol. Os japoneses
não tiveram os mesmos que espaços que os
alemães deram, desta vez encontraram um adversário fechado em bloco baixo e diante
da necessidade de criar o espaço não souberam. As poucas vezes que chegaram na
meta encontraram em Navas um paredão. O jogo, ao fim do primeiro tempo,
cheirava a 0x0 porque ninguém acertava o gol. O técnico Moriyasu viu que
precisava mudar e colocou Asano na vaga de Ueda e Hiroki na lateral-esquerdo no
lugar de Nagatomo. Com isto, a seleção japonesa passou a jogar com três zagueiros, repetindo a
estratégia que deu certo com a Alemanha. Funcionou bem, pois o time teve duas chances
com apenas dois minutos, uma delas com Asano. Em ambas, Keylor Navas impediu o
gol. Nos primeiros 15 minutos foram seis finalizações. Aos 16, depois de uma
jogada individual, Endo foi derrubado por Borges próximo da área. Doan cobrou a
falta, mas mandou por cima do gol de Navas. Costa Rica trocou dois jogadores
para tentar equilibrar o jogo sem sucesso. O Japão continuou superior, mas sem
efetividade. A retranca costariquenha desenhava cada vez mais o placar mudo.
Até que, aos 35 minutos, o inesperado apareceu. Costa Rica conseguiu dar seu
primeiro chute a gol nos dois jogos desta Copa. Fuller, que recebeu na entrada
da área, finalizou colocando a bola nas redes de Gonda, que chegou a tocar na
bola sem conseguir impedir o gol. O Japão foi para cima com tudo sem sucesso.
Já nos acréscimos, Mitoma, depois de invadir a área e cruzou e a bola ricocheteou
dentro dela até que Navas conseguiu defender. A vingança alemã veio de Costa
Rica. O Japão pagou na mesma moeda: dominou e não fez os gols que precisava.
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