A IMPLACÁVEL LEI DE QUE “QUEM NÃO FAZ, LEVA”
O ditado, muito popular
no futebol, de “Quem não faz, leva”, resume o que foi a rodada de hoje da Copa
do Mundo do Catar. O jogo entre Coréia do Sul e Portugal foi o mais importante
do grupo H porque, dependendo de seu resultado, qualquer coisa que acontecesse
no outro jogo seria pouco importante. Não foi assim. O jogo havia começado, logo
aos 4 minutos, Ricardo Horta, depois de uma jogada de Dalot pelo lado direito,
abriu o placar. A Coreia, sem opção, foi para o ataque e balançou as redes, aos
16 minutos, com Kim Jin-Su, mas o gol foi anulado por impedimento. Só, aos 26
minutos, com Kim Young-Gwon, num escanteio chegariam ao empate. Depois do gol,
Portugal voltou dominar a partida e teve as melhores chances de fazer o segundo gol. Também, no segundo tempo, a posse de bola era do time português que não
conseguia criar oportunidades efetivas de gol. Son, o Zorro, foi quem incomodou
e, no final, aos 45 minutos, puxou o contra-ataque enfiou, com maestria, a bola
nos pés de Hwang Hee-Chan, que só teve o trabalho de desviar de Diogo Costa e garantir a vaga para as
oitavas de final. Nem sem sofrimento, é verdade, tiveram que esperar
Gana impedir um terceiro gol do Uruguai, que classificaria os sul-americanos. Deu
Portugal em primeiro e Coréia do Sul, em segundo. No grupo G algo similar aconteceu
com o Brasil com menos emoção. O Brasil desde que a bola começou a rolar teve o
domínio da posse de bola contra Camarões. Mas, apesar das escapadas de Antony e de Martinelli pelas
pontas e de Rodrigo, pelo meio, não surgiram chances efetivas de gol. Só Martinelli, com uma cabeçada, aos 13 minutos, ficou
numa posição melhor para abrir o placar. A ironia é que Mbeumo proporcionou o
primeiro perigo para a meta brasileira na Copa, aos 47 minutos, obrigando
Ederson a fazer uma grande defesa. No segundo tempo o Brasil voltou a dominar o jogo e a desperdiçar
chances de ser mais efetivo. Até fez o goleiro Epassy realizar algumas defesas importantes.
Mas nem mesmo as trocas, colocando Bruno
Guimarães, Everton Ribeiro e Marquinhos, no lugar do lesionado Alex Telles,
melhorou a capacidade de chegar com perigo ao gol de Camarões. Gabriel Jesus,
desaparecido, só foi substituído tardiamente por Pedro. E mesmo este, que teve duas
oportunidades, parecia que desaprendeu como concluir. Algumas conclusões
brasileiras em direção ao gol foram ridículas. Bruno Guimarães, então, devia
ter sido treinado para aprender a chutar. E, de novo, o castigo aconteceu: numa
jogada perfeita dos camaroneses, aos 46 minutos, Ngom cruzou na área e
Aboubakar com uma cabeçada certeira, deixou Ederson, sem pai nem mãe, olhando a
bola entrar. Foi uma despedida gloriosa de Camarões da Copa e, certamente,
merecida. Jogaram com seriedade, empenho e fizeram o que faz diferença: o gol.
Um castigo para Tite, que errou muito na escalação e no tempo de fazer as
mudanças. O Brasil, é fato, acabou em primeiro lugar por causa do outro jogo
onde a Suíça fez 3x2 na Sérvia. No entanto, além de perder a invencibilidade,
passou a impressão de que não é muito diferente dos demais times. Enfim, esta é
um copa que pode dar qualquer coisa se examinarmos, sem paixão, o que aconteceu
até agora.
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