Tuesday, June 27, 2006

A FRANÇA RESSURGE DAS CINZAS


França e Espanha fizeram uma partida equilibrada. O jogo não foi bonito de se ver, porém se constituiu num duelo tático, de paciência, de disputa e travado quando, como neste caso, as equipes se equivalem e disputam uma partida na qual qualquer erro pode ser fatal. E, méritos da França, soube ser eficiente em cima dos erros do adversário. É verdade que, no primeiro tempo, não houve grandes oportunidades de gol. Os franceses, com dois meias que caíam pelas pontas, e os espanhóis, com três atacantes, fizeram até jogadas pelos lados, todavia sem boas conclusões. Um jogo cadenciado, de meio de campo, um jogo que, tudo indicava, somente poderia terminar, no primeiro tempo, sem gols ou com um gol que surgisse de uma jogada qualquer, de qualquer lado. Não foi assim o que se viu.
A rigor a França somente criou um lance de perigo, aos 23min, quando Zinedine Zidane lançou Thierry Henry que cruzou rasteiro sem que ninguém completasse o gol. A Espanha só criou algum problema nas bolas paradas. Até que, aos 26min, Cesc Fábregas ficou com sobra de cobrança de escanteio e tocou na área para Pablo Ibáñez, infantilmente atingido e empurrado por Thuram. Pênalti. Só mesmo um pênalti para mudar as coisas. David Villa implacável colocou, com força, no canto direito de Fabien Barthez. O gol, porém não mudou o ritmo da partida que ficou travada no meio do campo. O que mudou, inesperadamente, foi que a França, aos 41min, numa tabela entre Ribéry e Vieira, de repente o meia deixou, com um toque, Ribéry na cara de Casillas o qual driblou antes de empatar. Sem dúvida um gol no momento certo. Num jogo onde não se acertavam as jogadas acertar uma e empatar a partida deu aos franceses ânimo e moral extra.
Se, no segundo tempo, o jogo continuou equilibrado, porém, agora, os franceses passaram a criar a mais e a gostar do jogo. Luis Aragonés trocou David Villa e Raúl por Joaquín e Luis García tentando dar alento ao time espanhol. Não fez muito efeito e ele tentou outra solução, aos 26 minutos, colocando Marcos Senna no lugar de Xavi. A França trocou Malouda por Sidney Govou. O equilíbrio prosseguia até que, aos 38min, Zidane cobrou falta da direita, e a zaga desviou no primeiro pau, porém Vieira apareceu desequilibrando tudo, no segundo, com a bola ainda batendo em Sergio Ramos para enganar o goleiro Casillas. A Espanha, mesmo sentindo, até tentou, porém faltaram forças para buscar o empate. E, nos acréscimos, o ressurgimento da França se consolidou com Zidane fazendo um gol de craque, com o ritmo, a frieza e a competência de quem precisava coroar uma boa atuação e uma bela vitória: 3 a 1. O nome do jogo foi Vieira, notável atuação. A França, a gloriosa França, mostra, mais uma vez, que quem foi rei não perde a majestade. E caminha, gloriosa, para as quartas de finais. E o adversário tem nome, história e camisa amarela conhecida. Brasil e França vão fazer um clássico inesquecível nas quartas-de-final. Um jogo proibido para cardíacos.

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