Sunday, June 18, 2006

IRRITANDO UM BRASILEIRO CRÍTICO


A seleção brasileira não repetiu sua atuação anterior. Contra a Austrália esteve muito pior. Muitos erros de passe, pouca movimentação no ataque, troca de passes curtos e/ou para trás no meio-campo e muito pouca criatividade. É fato que foi fortíssima a marcação da Austrália, bem como que jogava com cinco, ou mais, no meio e apenas Viduka no ataque. Porém, não é menos fato, que Ronaldinho Gaúcho esteve irreconhecível, Kaká até perder um gol incrível perdeu, Adriano somente se soube que esteve em campo por causa do gol e, o mais criticado, Ronaldo foi, apesar de errar um chute impensável e de não estar em forma, quem mais lutou e, inclusive, deu o passe decisivo para o gol “Bem-vindo nenê”. Os australianos batem bem, batem duro. Grella foi criminoso, em Ronaldo, deixando as marcas da chuteira no jogador. Parreira pedia, e o nervosismo da equipe insistia em não atender, toque de bola e movimentação. A seleção não fugia do bloqueio do adversário. O primeiro tempo teve poucas bolas, realmente, de perigo e a única que poderia ter sido gol, aos 36 minutos, resultou numa horrível furada de Ronaldo. Ainda assim foi o atacante mais perigoso num jogo travado, travado, com poucas oportunidades, como a de Bresciano, aos 46 minutos, chutada por cima do gol de Dida. No segundo tempo, logo aos três minutos, o alívio. Ronaldinho Gaúcho tocou para Ronaldo livre que esperou os defensores fecharem sobre ele para rolar para Adriano, que ajeitou a bola e chutou no canto esquerdo de Schwarzer. O jogo, daí para frente, ficou mais fácil, porém não estava ganho. A Austrália não se conformou e foi para cima. Aos nove, Bresciano invadiu livre, mas Zé Roberto salvou com um carrinho perfeito. Aos dez, Sterjovski chutou por cima, com perigo. Hiddink mudou de novo e pôs Kewell, na vaga de Cahill. E Kewell, um atacante habilidoso, deu trabalho tanto que, aos 11 minutos, perdeu um gol incrível quando Dida saiu desastradamente e largou a bola no seu pé. No susto o australiano chutou por cima, com o gol completamente vazio. Depois, aos 13, Emerton chutou na rede pelo lado de fora e, novamente Kewell, aos 22 minutos, recebeu e tentou deslocar Dida, errando por pouco. Tentando tudo, aos 24 minutos, a Austrália colocou o atacante Aloisi, no lugar do zagueiro Moore. Dois minutos depois Parreira sacou Emerson e Ronaldo, para as entradas de Gilberto Silva e Robinho. Robinho, no primeiro lance, já infernizou a vida dos zagueiros embora concluindo mal à esquerda do gol. Outras tentativas brasileiras se sucederam, mas foram os australianos, aos 34 minutos, por meio de um voleio de Bresciano, quem mais esteve perto do gol com Dida fazendo uma defesa espetacular. Kaká quase dá certo aos 36, ao cabecear a bola no travessão, num escanteio. No minuto seguinte, Lúcio cruzou e Juan cabeceou muito devagar, quase atrasando para defesa de Schwarzer. Os australianos assustaram, de novo, quando Bresciano bateu falta e Viduka raspou de leve de cabeça, rente ao poste esquerdo de Dida. E tome sofrimento: aos 40, em jogada de Aloisi, de cabeça, tocou para Viduka, completar por cima de Dida. A bola passou perto do travessão. A partida parecia que ia se tornar dramática no seu final quando, aos 42 minutos, Parreira tirou Adriano e colocou Fred. Alguns toques de bolas depois, logo aos 43, o atacante se transformou no grande nome da partida. Entrou, com uma sorte enorme, para participar de duas jogadas e aproveitar o rebote de um chute de Robinho na trave esquerda, para sozinho, ter o imenso trabalho de empurrar para as redes e comemorar. A Austrália ainda tentou, porém, depois de tanta sorte assim, faltava até convicção de que alguma coisa pudesse acontecer. E, de fato, nada aconteceu, fora os dois gols. A Fifa apontou Zé Roberto como o nome do jogo. Bobagem. Um atacante que entra a três minutos do fim e faz um gol não importa como, principalmente numa chave de tão poucos gols, deveria merecer uma placa. No mínimo louvando sua sorte. E foi tanta que, na cabeça de ninguém, constava que iria entrar. Nem dele mesmo. Parreira foi audacioso. Uma vezinha. Agora Fred se jogar na loteria ganha. Se não for na brasileira por motivos óbvios.

0 Comments:

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home