Saturday, June 17, 2006

PINTOU A ZEBRA



Que Portugal tinha um time superior ao do Irã todo mundo sabia, mas futebol se ganha em campo e no campo não foi uma vitória fácil. Em alguns momentos deixou até a impressão de que não sairia. O jogo foi disputado, porém nada de muito bom. Quem jogou bem, de fato, foi Figo que deu o passe para o primeiro gol de Deco e sofreu o pênalti que Cristiano Ronaldo converteu. Ótimo para o time de Felipão e para a Copa. A bola de Portugal, porém continua cheia de arestas, mas suficiente para espantar a zebra. E esta surgiu onde menos se esperava: a peça que Gana pregou na República Tcheca. È bom para demonstrar que, na Copa, cada jogo é um jogo. Ainda mais que, até agora, nenhum time conseguiu conservar o seu padrão de jogo. E o que aconteceu com a República Tcheca foi trágico. Mal começa o jogo Appiah cruzou a bola para área, Ujfalusi falhou e a bola sobrou para Gyan. O atacante tocou no canto esquerdo sem chances para de Cech: 1 x 0 para Gana. Um gol no primeiro minuto! Gana já havia demonstrado que era um time de forte condição física que somente perdeu para a Itália por perder os gols que não poderia perder. E não foi muito diferente contra os tchecos numa partida na qual perderam gols incríveis, até um pênalti, conseguindo transformar o goleiro Cech no grande nome da partida. O gol inicial levou o time a abandonar seu padrão de jogo de defesa compacta e procurar o gol transformando a partida num jogo veloz e emocionante com perigos ao gol de ambos os lados, porém com um resultado terrível para o melhor time tecnicamente e taticamente falando: perdeu toda a condição física. No segundo tempo os jogadores tchecos estavam de língua de fora o que levou Ujfalusi a ter que, para parar Amoah, aos 19 minutos, dar-lhe o bico por trás fazendo pênalti e indo tomar banho mais cedo. Nem a perda do pênalti amenizou a situação. Faltava gás e os africanos tanto perderam gols que, quase por obrigação, tiveram que fazer e estabelecer a zebra no gramado. Cech virou milagreiro. Por duas vezes, pelo menos, evitou gols incríveis, como aos 32, um chute de Amoah e, aos 34, num chute a queima-roupa de Gyan. Não dava era para pegar tudo e assim aos 36, não teve jeito. Depois de umatroca de passes, Muntari, sem ninguém para atrapalhar, fuzilou: 2 x 0. O resultado, além de surpreendente, obriga a República Tcheca a ir tentar buscar sua vaga em cima da Itália, ou seja, dá mais sensação à Copa. E, na prática, recolocou todo mundo em posição de poder ir para a fase seguinte. Que foi a grande zebra foi. O técnico da República Tcheca, Karel Brückner, ficou desesperado e sua torcida custava a acreditar depois do baile que haviam dado dos Estados Unidos. Não dá para se deslumbrar com Gana. Se não tivessem sido tomados pelo desespero e tivessem ido disputar na velocidade a história poderia ter sido outra. O fato é que, como aconteceu, se fazem um gol logo se tornam difíceis de serem batidos por qualquer um. Sabem se defender, correm muito e só erram demais na hora de finalizar. Com equipes mais aplicadas taticamente não terão tantas oportunidades de gol.

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