Em primeiro lugar é preciso dizer que a grande surpresa deste mundial foi, é Gana. Ganhou dos Estados Unidos que, é verdade, tem altos e baixos, porém é uma equipe que marca com eficiência. Já havia ganhado da República Tcheca (e não se pode esquecer que pelo mesmo placar que a Itália ganhou) e contra a própria Itália perdeu pela qualidade do adversário, de um lado, mas a má pontaria de seus atacantes também contou. A Itália fez o dever de casa com competência. Já a Austrália foi buscar seu espaço e conseguiu. Azar da Croácia. Vamos ao Brasil. Jogar, como jogamos, podendo até perder é um luxo. Isto conta. Conta mais ainda que os japoneses precisavam ganhar. Pelo lado psicológico jogar contra um time da qualidade dos brasileiros tendo que fazer dois gols de diferença só mesmo numa situação de igualdade com o nervosismo também pesando do outro lado. Não era o caso. Afora as mudanças que Parreira promoveu, com a entrada de Juninho Pernambuco e Robinho que deram mobilidade ao time aumentada por um Cicinho doido para fazer história. Assim o Brasil, em relação às rodadas anteriores, teve muito mais velocidade. O time, mesmo pecando nuns toques a mais e nas finalizações, deixou claro que a vitória era uma questão de tempo. Logo o goleiro japonês Kawagushi fez cinco defesas importantes, inclusive um verdadeiro míssil, aos 21, quando Ronaldo rolou para Juninho Pernambucano mandar um petardo que Kawagushi desviou para escanteio. Porém, aos 33 minutos, uma bola passada de um canto a outro do campo na frente de dois defensores permitiu a Alex Santos enfiar para Tamada, que mandou um foguete de canhota, sem que a Dida tivesse tempo de se coçar. Japão um a zero. O Brasil tomou um susto, diminuiu o ritmo e até parecia que ia deixar o primeiro tempo perdendo, mas, no minuto de desconto, Ronaldinho Gaúcho fez uma inversão de jogo da esquerda para a direita com Cicinho, um baixinho, tocar com precisão de cabeça para a área onde Ronaldo, também de cabeça, fundamento pelo qual não prima, com maestria para dentro do gol: 1 x 1. Com tanta sorte não dá para não se ficar autoconfiante. Afinal, naquele instante, não se acreditava que gol nenhum sairia mais. No segundo tempo veio o passeio. O time voltou com determinação de liquidar a fatura e, aos sete minutos, também inesperadamente, Robinho recuou a bola para Juninho Pernambucano que arriscou de fora da área. Kawagushi até foi, mas era muito tarde. Até há quem diga que falhou, mas ser goleiro é diferente de ser milagreiro: 2 x 1. Depois foi só esperar que o terceiro, aos 13 minutos, viesse num contra-ataque puxado por Ronaldinho Gaúcho que deixou Gilberto livre pela esquerda para invadir e chutar cruzado. Golaço. Claro que, a partir daí veio à acomodação de modo que o quarto somente aconteceu aos 35 quando o zagueiro Juan foi ao ataque e trocou
passes com Ronaldo. O artilheiro recebeu, limpou na entrada da área e bateu no canto esquerdo de Kawagushi estabelecendo o placar final: 4 x 1. A torcida ficou feliz mesmo com os brasileiros só tocando a bola até o final do jogo. Foi uma boa atuação. No entanto Ronaldinho Gaúcho e Kaká, mesmo se movimentando muito, não estiveram bem e o próprio Robinho, apesar da extrema mobilidade, em muitos momentos abusou de toques. Claro que, como na vida, o que interessa é o resultado. Esta a razão pela qual Ronaldo foi o melhor em campo. Esforçado, brigando, mesmo sem estar na sua melhor fase, mostrou porque é um jogador especial: deu sopa ele mata. Não fez sua fama à-toa e calou as críticas com dois gols impecáveis. O sorriso dele é a marca de competência de quem sabe fazer. E fez. Agora é ir, com gana, para cima de Gana. Com cuidado também. Os africanos são muito rápidos.
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