Sunday, June 25, 2006

A FAÇANHA PORTUGUESA




Inglaterra e Equador fizeram um jogo feio, amarrado, sem criação e até sem dramaticidade. Nem mesmo os passes de ambas as equipes que costumam ser bons o foram. Claro que, num jogo decisivo, o nervosismo conta, porém não foi apenas nervosismo foi também falta de qualidade das equipes. Como não conseguiam criar deixavam a impressão que qualquer um que fizesse um gol liquidaria a fatura. E, por um breve momento, esteve nas mãos do Equador o fim da partida quando Carlos Tenório surgiu na cara do gol acertando o travessão no desvio do zagueiro. Ali foi a oportunidade equatoriana. A da Inglaterra veio com a bola parada que Beckham colocou com se fosse como a mão no canto. O goleiro foi, mas já era. Teve quem pensasse que foi frango, porém não foi embora o goleiro se tivesse tido uma melhor colocação teria chance de pegar. Na posição que ficou foi impossível. E, como se esperava, o 1x0 selou a sorte do jogo. Portugal e Holanda não foi um jogo. Foi uma batalha. Não se sabe se por influência do local, Nuremburg, os jogadores esqueceram de jogar e partiram para o jogo bruto. O resumo foi de muito menos futebol do que se esperava e muito mais pancadaria do que deveria existir com enfeites de maus modos, de falta de esportividade e profissionalismo e agressões sem razão de ser sob os olhos de um juiz que se perdeu por complacência com o vergonhoso espetáculo. Quatro expulsões (Costinha aos 45 minutos do primeiro tempo por Portugal, seguida pela de Khalid Bouhlarouz da Alemanha, aos 62 minutos, Deco de Portugal, aos 77 e, por fim Giovanni Van Bronckhorst, aos 90+5, ou seja, cinco minutos além do tempo normal) e 16 cartões amarelos fizeram desta partida um recorde histórico, em mundiais, de péssimo comportamento em campo e serviram apenas para dar um toque de dramaticidade à classificação de Portugal que criou a única jogada que começou com Cristiano Ronaldo roubando a bola no meio e tocando para Deco, que cruzou da direita. Pauleta matou a bola e rolou para trás, para Maniche, ajeitar e chutou forte, sem chances para Van der Sar.

Foi a grande jogada e o suficiente para transformar Maniche no nome do jogo, embora a torcida portuguesa gritasse mesmo era o nome de Felipão por ter dado ao time uma injeção de animo que foi importante mesmo quando o bombardeio holandês era maior, embora, sem inspiração. Outro personagem importante do jogo foi o arbitro russo Valentin Ivanov cuja a senhora mãe deve ter sentido muito seu nome homenageado em diversas línguas. Só se pode dizer, no entanto de um jogo igual a este que venceu o menos ruim. Ótimo que tenha sido Portugal e melhor ainda para Felipão que sai consagrado, pois até os portugueses já sonham com a Copa. É sonhar demais, porém nada é impossível. E derrubar a Holanda, seja de que modo for, é uma façanha.

0 Comments:

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home