Tuesday, June 27, 2006

O BRASIL SOBROU




Por mais que esta fosse uma vitória prognosticada até pelo tempo (se fosse mais quente daria Gana) não há dúvida que por sua importância fará parte da lenda desta Copa. Não pensem, pelo dilatado placar, que tenha sido um jogo francamente favorável ao Brasil. Não foi. O que deu tranqüilidade ao time foi o decisivo, o surpreendente, o eficiente gol de Ronaldo logo aos 5 minutos. Fazer um gol naquela hora daquela forma é como acertar um murro, numa luta de boxe, de fazer cair o oponente. Apenas Gana não foi um oponente qualquer. Gana não tinha gana apenas no nome e partiu para cima com a disposição de virar a adversidade. Não deu. Não deu pela espetacular disposição que o time demonstrou. Não deu porque Juan e Lúcio estiveram excepcionais e, quando passaram por eles, Dida esteve notável pegando uma bola miraculosa com o pé errado no momento certo. Não deu porque Roberto Carlos e Cafu, apesar de continuarem errando o de sempre, tiveram fôlego de garotos. O medo da reserva os fez abandonar o salto alto e disputar as jogadas. Não deu porque Zé Roberto, Emerson e depois Juninho Paulista e Ricardinho, este excepcional valendo cada minuto em que jogou, estiveram de bons para ótimos. E Ronaldinho jogou sua melhor partida, apesar de continuar errando muito para um jogador de sua qualidade. E Gana teve, no primeiro tempo, mais posse de bola, mais oportunidade, mais velocidade e mais acerto. Menos no gol e, quando acertava, Dida surgia seguro. Como quem não faz leva veio o golpe mortal. O gol de Adriano, um Adriano que nada havia feito, além de perder um gol. Não importa um centro-avante é um centro-avante, um matador. Quando faz o gol cumpre sua missão. Podia ter sido tirado ali. Não tinha mais nada o que fazer. Depois de tudo que os ganenses fizeram sair com dois a zero era, foi, uma injustiça. O placar, no fim, também foi injusto. Poderia ter sido quatro a dois, cinco a dois, seis a três, mas três a zero só a competência do nosso esquema defensivo explica. E a sorte. No segundo tempo as coisas estavam mais fáceis, mas não tão fáceis. Gana não desistiu. Nós é que jogamos melhor. Tocamos mais a bola. E, em vinte e quatro toques de bola, surgiu o prêmio para Zé Roberto um gol inesquecível num passe idem de Ricardinho. Para mim o nome do jogo foi Dida. Zé Roberto, Lúcio, Juan mereciam também. Como Ricardinho: entrou para liquidar o jogo acalmando e distribuindo a bola como um maestro. O Brasil fez sua melhor partida contra um adversário difícil- não se enganem. Jogou com a inteligência, a competência, a eficiência e a sorte dos campeões. Custou a sobrar em campo, porém não por culpa sua. O mérito foi de Gana que, entre as equipes que jogou com o Brasil, era a melhor e a mais preparada. Saíram da competição deixando uma lembrança inesquecível: jogaram com qualidade e disposição de campeões. E uma vitória só é grande, saborosa contra um adversário assim com a grandeza que Gana teve. Pode comemorar. Esta sim. Valeu!Valeu!Valeu!

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