A COPA DA IGUALDADE
Apesar de ser a primeira Copa do Mundo na África e ter tido uma abertura que, pelo colorido e a diversidade, ressalta as diferenças os prognósticos parecem indicar que, pelo nível do futebol, teremos uma Copa de muita igualdade. Ou seja, na prática, uma Copa chinesa levando em conta o estereotipo de que os chineses são todos iguais, embora, saibamos, cientificamente, que não são. O fato real é que, mesmo com alguns craques que farão diferença, os times todos parecem muito enquadrados, muito comportadinhos, quase todos mesmo saídos do mesmo molde. È claro que esta impressão foi reforçada pelo início da Copa na qual os times do grupo A se igualaram na falta de criatividade, no placar e na classificação. Todos sem muito o que mostrar, com um futebol que andou de medíocre para ruim.
Sem dúvida que a exceção foi o fantástico gol de Tshabalala da África do Sul que comemorou, com razão, uma jogada que demonstrou que, de qualquer forma, o futebol sempre traz surpresas por pior que seja jogado. De fato a África do Sul podia até merecer ganhar, mas, quem leva um gol da forma que levaram e perde os gols que perderam até dentro de casa merece o castigo que recebeu. Normalmente o primeiro jogo é sempre muito ruim e, para variar, este não foi nenhuma exceção. No segundo tempo até deu algum alento, porém, o primeiro tempo andou beirando a casa do sono.
Sono mesmo, de verdade, aconteceu foi durante o jogo Uruguai e França. Dizer que o jogo foi ruim é um pleonasmo. Existe, sempre como exceção, jogo de 0 a 0 que é bom, mas, em geral, este placar é um castigo à ineficiência e ao mau trato da bola. No caso a jabulani que é arisca e inquieta por natureza o que os rapazes uruguaios e franceses fizeram com ela foi pura judiação. Poucas vezes num campo se reuniram tantas estrelas para fazer tão pouco. Foi um jogo que se não houvesse não teria feito falta.
Que se pode esperar desta Copa? Sinceramente não muito. Talvez a Espanha, a Argentina, quem sabe o Brasil ou uma seleção africana possa apresentar um jogo mais criativo, mais bonito de ser ver, porém, sinceramente, não espero muito. O futebol, hoje, está sendo jogado muito na base da força e da corrida o que nivela quase todos, inclusive, pela quantidade de faltas que inibem os jogadores talentosos. Todos ficam muito presos lá atrás esperando uma oportunidade ou um erro do adversário e é cansativo ver como tocam a bola sem carinho ou objetividade. A esperança é que o igual não seja tão igual. Efetivamente vou torcer para que apareçam grandes jogos, grandes jogadas, grandes craques, porém, esta Copa me parece mais comercial de que todas as outras. E quando a propaganda e o dinheiro dominam não importa a qualidade do espetáculo importa é a quantidade de câmaras e de pessoas que assistem. Torço para estar errado.
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