Tuesday, June 29, 2010

Espanha e Paraguai avançam em jogos retrancados



Paraguai e Japão disputavam o mesmo sonho: se classificar pela primeira vez para a fase de quartas de final de uma Copa do Mundo. E, por terem o mesmo objetivo, Paraguai e Japão se igualaram em se defender bem seja no tempo normal, seja na prorrogação no duelo desta terça-feira, no estádio Loftus Versfeld, em Pretória. E foram mais de 120 minutos em que o 0 a 0 resistiu proporcionando muita força de vontade, mas, muito pouca emoção. Esta somente veio por intermédio das penalidades e através delas o Paraguai converteu todas as penalidades e o sonho em realidade. Está nas quartas por ter feito cinco penalidades e contar com o erro de Komano, que bateu no travessão. Venceu o Paraguai por 5 a 3, o jogo dos patinhos feios, que foram, de fato, as surpresas da Copa. Ao Japão resta o consolo de ter dado um calor nos paraguaios e quase tê-los eliminado, mas, o quase esbarrou na falta de pontaria e de sorte.
No outro jogo a Espanha com criatividade prevaleceu sobre a eficiência defensiva de Portugal. A Espanha dominou Portugal durante todo o jogo com a posse de bola quase todo tempo e, se venceu por 1 a 0, em parte se deve a excelente forma do goleiro Eduardo que evitou alguns chutes muito difíceis de serem defendidos e, em parte, a uma certa ansiedade dos espanhóis, que demonstraram muita garra, um desejo muito grande, de ganhar que atrapalhou as finalizações. Porém, depois de um início complicado, com a derrota para a Suíça, a Espanha teve um desempenho mais compatível com o que se espera de um time que é campeão europeu e tem perdido muito poucas vezes nos últimos tempos. Quase não correu riscos e foi premiada, por sua determinação, com o gol de Villa. Por sinal David Villa, que marcou o gol da partida, fez seu quarto na Copa, e se juntou ao argentino Higuaín e ao eslovaco Vittek, até agora, como os artilheiros da Copa do Mundo. De qualquer forma não só avançou como provou plenamente que é uma equipe difícil de ser batida e que é séria candidata a levantar o caneco, em especial pela qualidade da sua troca de passes. No jogo teve 61% da posse de bola contra apenas 39% de Portugal, o que demonstra seu total domínio da partida. O desconsolo português é acentuado pelo fato de que sofreu um único gol em quatro partidas. Xavi foi eleito o craque do jogo com uma atuação mais uma vez destacada. Agora estão definidos os oitos times finalistas e suas partidas: Uruguai x Gana; Brasil x Holanda; Alemanha x Argentina e Espanha x Paraguai. A lógica não vale nada nas atuais circunstâncias onde um gol no começo, ou no fim, um erro de arbitragem ou uma expulsão podem fazer toda a diferença. Nesta Copa mais do que nunca cada jogo é um jogo. E só no campo as coisas se decidirão. De qualquer forma quem melhor se apresentou até agora foi a Alemanha, seguida do Brasil, da Argentina e da Espanha. Isto, porém, não quer dizer nada como comprovaram as zebras que já passearam pelos gramados africanos. É preciso verificar, no entanto, que com 100% de aproveitamento só a Argentina e a Holanda, embora Brasil, Uruguai e Paraguai também não tenham perdido.

Qualquer um dos oito tem condições de ser campeão



A Holanda, mesmo fazendo apenas 2x1 contra a Eslováquia, provou que tem um time competitivo e forte. Também a volta de Robben deu ao time uma arma mortal. O gol que fez, com sua marca, apesar de ter sido acompanhado por três defensores e do qual por muito pouco não fez uma repetição prova que se trata de um goleador mortal. Qualquer equipe que vacilar com um atacante deste estilo pagará com a derrota. Que a Holanda seria o time vencedor era previsível, mas, o fato marcante é que o foi sem correr grandes riscos. A Eslováquia marcou bem e deu trabalho, mas, foi dominada o tempo todo, logo ficou comprovado que a Holanda foi adiante por ter um time melhor e com um conjunto afinado. È séria candidata ao título se vencer o Brasil.
Por seu lado o Brasil continua sem ser o time excelente que se esperaria dele. Porém, o paradoxo disto é que nem precisou ser, até agora, para se manter como favorito. O Chile, apesar das promessas de que poderia deixar de ser freguês, foi um passeio. È certo que poderia ter feito um gol e oportunidade para isto houve, porém, somente quando o jogo já estava dominado. O time chileno entrou como se fosse ignorar o favoritismo brasileiro, no entanto, aos poucos foi sendo reduzido à seu verdadeiro tamanho. A senha para acabar com qualquer possibilidade foi mesmo o gol de cabeça de Juan que, por ironia, foi um dos apontados como integrante da “fraca” defesa brasileira. Lúcio e Juan se vingaram fazendo uma excelente partida sendo, com certeza, dos melhores jogadores em campo. O segundo gol de Luiz Fabiano também foi um gol de muito talento e oportunismo. Já Robinho foi o apontado o melhor em campo. Talvez pelo gol que fechou os três a zero, um gol que exigiu perícia no chute. O Chile fez o que foi possível, mas, o Brasil não precisou nem fazer mais do que o mínimo necessário. Sobrou em campo.
O técnico holandês Bert van Marwijk, próximo rival do Brasil, avaliando a equipe de Dunga declarou que "O Brasil tem uma arrogância positiva de que é invencível. É um time muito estável, muito seguro, tem um bloqueio defensivo com quatro ou seis jogadores. Tem muitos talentos." Talvez tenha sido esta “arrogância positiva” que levou Maicon a dizer que a partida de sexta é como uma decisão: ''Eles têm um poder defensivo muito forte. Vai ser uma partida difícil. Uma final antecipada'', declarou. Kaká discordou dele com razão. Não é. Argentina e Alemanha sobraram nos seus jogos e qualquer um deles que vier a ser o vencedor nas quartas será um time duríssimo de ser batido sem contar que a Espanha, ou Portugal se tiver capacidade para seguir em frente, são times duros de bater. De qualquer forma numa Copa em que até o Japão demonstra conjunto, força e qualidade técnica não se pode dizer que alguém ganhou antes que termine. Há três jogos e, pelo futebol apresentado, até agora, ninguém pode cantar vitória antes do tempo.

Agora os jogos começam a parecer de Copa do Mundo



Numa declaração digna de um filósofo o técnico Oscar Tabárez, do Uruguai, afirmou que “O vídeo de um jogo é um cadáver embalsamado. O jogo é o que se vive, se sente e se vê na hora da disputa, e é isso que faz o futebol ser apaixonante e às vezes crie coisas que, do ponto de vista lógico, são difíceis de se explicar”. Perfeito. É difícil mesmo de explicar que duas vitórias insofismáveis, as da Alemanha e da Argentina, por mais acachapantes que tenham sido, pareçam, apesar de tudo, vitórias manchadas. Erros, é claro, que existem em arbitragens e são normais. Porém, tem erros que, claramente, como os dois citados, o do gol não marcado e do impedimento escandaloso, que alteram os rumos da partida. È verdade que Alemanha e Argentina não tem nada a haver com isto, mas, não é menos verdade que os erros interferiram nos nervos e no placar. Acredito que ganhariam tranqüilos, e assim o fizeram, mas, o que os dois times prejudicados sentiram na hora interferiu no desempenho de ambos e no resultado do jogo. Agora, porém, é vídeo e a realidade é o Alemanha x Argentina.
A grande surpresa, no entanto, das oitavas de final veio da própria África. Os 2x1 de Gana sobre os Estados Unidos que seria um resultado previsível, porém, não provável, embora tudo possa ser provável numa Copa de times tão parecidos. O que parece ter feito a diferença real é que Gana recuperou um pouco da criatividade que os africanos possuem e, com duas belas jogadas, chegou lá. Os Estados Unidos são uma equipe técnica e taticamente aplicada, mas, convenhamos, só Donnovan faz alguma diferença. Foi muito boa e justa a vitória de Gana. Uruguai e Coréia fizeram um jogo épico. Com um campo dificultado pelo mau estado e a chuva correram muito e fizeram um espetáculo digno de ser visto mais pelo esforço que pela técnica e que teve aspectos heróicos e um gol espetacular, o segundo do Uruguai, que premiou o esforço conjunto da equipe se superando quando havia levado um gol inesperado. Também mereceu estar onde está entre as oito finalistas. Com Gana deve fazer uma partida boa de se assistir.
Não posso deixar de dizer que, agora, nas oitavas o Mundial passou a ter jogos dignos de uma competição deste porte. Se os dois primeiros o foram pela dedicação, pela luta e pela comemoração e a tristeza, no entanto, os dois últimos já trouxeram partidas que mostraram um maior apuro técnico e o castigo implacável para os erros. Por mais que se discuta a verdade é que foram erros como os da defesa da Alemanha, que deixou Klose marcar de um lançamento do goleiro ou da bola que infantilmente foi largada nos pés de Híguain, que não perdoou. Os 4x1 da Alemanha na Inglaterra e os 3x1 da Argentina no Chile foram jogos que prenderam atenção com grandes jogadas e personagens que fizeram o futebol voltar a ser digno de ser visto e as próximas partidas prometem mais. De qualquer forma meu palpite é o de que Brasil e Espanha devem ser seguidos de perto pela Holanda, apesar da Eslováquia ser uma boa chance de zebra, e minha zebra cravada se situa na criatividade e conjunto japonês bater o Paraguai. Parece difícil, mas, para mim é a maior possibilidade de zebra, se houver.

Friday, June 25, 2010

Um jogo para se esquecer



O jogo Brasil e Portugal foi um jogo perfeitamente esquecível. Até agora as jogadas que são repetidas me parecem não merecer a benevolência de uma repetição. É verdade que quase tiveram dois ou três gols o que seria um fato imerecido para o pouco futebol que jogaram. Os dois goleiros fizeram suas funções, mas, os jogadores apontados como melhores, como foi o caso de Cristiano Ronaldo e Lúcio, a meu ver, ficaram devendo e inverteram os pólos do que seria de se esperar. No Brasil, que teve a maior posse de bola e mais atacou, quem se destaca é um defensor e a equipe que mais se defende tem como destaque um atacante. Ou seja, algo deve estar muito errado. E esteve. O jogo foi muito abaixo do que se poderia esperar das duas equipes.
No primeiro tempo, que o Brasil dominou, faltou criatividade e armação do jogo. O fato de Lúcio, que não pode e não deve ser armador, era quem tentava armar e, poristo mesmo, propiciou as melhores condições para o ataque português que tinha em Cristiano Ronaldo seu jogador que mais se movimentava. Só mesmo se movimentava na medida em que, poucas vezes, levou vantagem com a defesa brasileira e, para piorar, chutava muito mal. É sintomático que o lance real de gol que Portugal teve foi menos uma jogada que uma falha da defesa com Lúcio tocando a bola para o atacante português quase marcar. Este lance e mais um toque de Neimar, uma cabeçada de Luiz Fabiano e um chute à distância de Ramires. É muito pouco ainda mais considerando que o juiz, por falta de juízo e de bom senso dos jogadores na maioria das vezes, distribuiu 7 cartões entre os quais três para os brasileiros. É que bestamente alguns jogadores se comportaram como se estivessem em pelada e passaram a disputar quem dava mais pancada. Um horror. E o futebol ficou tão ruim que Portugal conseguiu ser muito melhor do que o Brasil no segundo tempo.
Dunga, só faltou ficar histérico na boca do campo, mas, custou muito a mudar e não foi muito feliz nas mudanças. Josué não apareceu em campo. Grafite, como Luiz Fabiano, entrou tarde e ficou isolado e, quem deveria ter entrado mais cedo, Ramires de objetivo deu um chute perigoso. Bem, o jogo não valia muito mesmo, porém, quando as equipes entram em campo se espera que, pelo menos, criem alguma coisa, façam o mínimo para pagar o ingresso. Não foi o caso. As pessoas que foram ao campo somente tiveram a opção de tocar vuvuzuelas e fazer olas enquanto monotonamente as equipes mostraram no gramado, num jogo monótono e sem brilho, que, o empate era um bom resultado. Isto já se sabia antes do jogo na medida em que classificava o Brasil como primeiro e Portugal como segundo, de vez que, como se esperava, Costa do Marfim somente fez três a zero na Coréia. Foi um jogo de classificação melancólico. È melhor olhar para frente e esquecer.

Thursday, June 24, 2010

O choro italiano e a alegria japonesa



Talvez tenha sido a queda mais inesperada deste mundial, mas, o fato é que a Itália, que tradicionalmente, é um time defensivo nem mesmo uma boa defesa apresentou tanto que, na hora de sair, levaram três gols da Eslováquia no estádio Ellis Park, em Joanesburgo. Por incrível que pareça mesmo com uma campanha tão feia a Itália faz história, com o apoio da França, pois, nunca antes nos mundiais de futebol, um campeão e um vice haviam sido eliminados na fase inicial da competição seguinte. E também pela primeira vez, a tetracampeã Itália, virou lanterna do Grupo E, deixando a competição sem vencer um jogo sequer (dois empates e uma derrota). È a pior campanha de sua história e as lágrimas dos seus jogadores tem razão de ser. È mesmo de chorar. Também digno de choro e dura de assistir foi a partida entre Paraguai e Nova Zelândia. O placar de zero a zero é um injustiça aos dois times que mereciam um placar de empate negativo como -2 a -2. Abusaram de jogar mal e se a Fifa multasse os times por jogar mal saíram de campo devendo muito. A Nova Zelândia saiu invicta da Copa, mas, também não ganhou de ninguém. O Paraguai com o empate saiu em primeiro lugar e vai enfrentar o Japão. E a Eslováquia vai encarar a Holanda, parada dura, pela sua eficiência já demonstrada.
Podem dizer o que quiserem, mas, a Holanda tem apresentado um futebol de resultados, um futebol totalmente eficiente. Não encanta como já encantou, mas, resolve. Não tem lá grandes, porém, é competitiva. E comprovou isto na vitória por 2 a 1 sobre Camarões, nesta quinta-feira, no estádio Green Point, na Cidade do Cabo, pela terceira rodada do Grupo E. O resultado garantiu a Van Persie, Sneijder & cia. uma campanha que nem aquele extraordinário time de Cruyff havia conseguido: terminou em 1º lugar com 100% de aproveitamento na primeira fase. Não, não deu espetáculo, todavia, venceu com segurança. E até se deu ao luxo de empurrar com a barriga quando quis até levar um gol de Camarões. Aí jogou até fazer outro gol e, de novo, voltou a correr sem muito empenho e Camarões tropeçava nas próprias pernas. De qualquer forma a Holanda é uma das favoritas deste mundial. No outro jogo o Japão com um futebol disciplinado e uma atuação notável de Honda, inclusive fazendo um belo gol de falta, e um péssimo dia do goleiro Sorensen, venceu a Dinamarca por 3 a 1,em Rustemburgo, e avançou para as oitavas de final da Copa do Mundo no segundo lugar no grupo E, com seis pontos. Os Samurais Azuis vão enfrentar o Paraguai, na próxima terça-feira, às 11h (de Brasília), em Pretória. E também com a classificação japonesa para as oitavas pela segunda vez, na história das Copas, consegue ir para a segunda fase. Pode não ser muito para outros, porém, para os japoneses já é um motivo de glória. E comemoraram o feito como se tivessem ganho a Copa.

Wednesday, June 23, 2010

Para Gana o que importava era o resultado



De fato com os resultados finais dos grupos C e D a Copa vai começar a pegar fogo. Pelo menos, já terá um grande clássico mundial que é o encontro nas oitavas de alemãos e ingleses. Também incluiu o primeiro time africano nas oitavas, pois, com o 1 a 0 da Alemanha sobre Gana, nesta quarta-feira, no Soccer City, em Joanesburgo, apesar do futebol ter estado longe de ser empolgante, no entanto, bastou para garantir as duas seleções nas oitavas de final - com os ganeses acabaram beneficiados pelo insuficiente 2 a 1 da Austrália sobre a Sérvia. Não se pode reclamar de resultados que colocam frente à frente no próximo domingo, às 11h (de Brasília), em Bloemfontein, Alemanha e Inglaterra, uma grande briga européia, sim senhor. E ficou de bom tamanho o encontro de sábado, às 15h30m, em Rustemburgo, quando Gana encara os Estados Unidos. A Alemanha, com seis pontos, terminou a fase inicial na liderança do Grupo D. Já Gana, com quatro, se manteve em segundo, graças ao saldo de gols zero, contra menos três da Austrália, que venceu a Sérvia por 2 a 1, em Nelspruit.
A situação do grupo foi de que os jogos seriam de vida e morte, mas, com o empate sendo uma das opções para garantir a classificação, pelo menos, para Alemanha e Gana caso a Sérvia não vencesse a Austrália, alemães e ganeses começaram a partida timidamente e com movimentos calculados. Na defesa, Gana apresentava uma forte marcação a partir do meio-campo, e ações ofensivas dentro de sua área ficaram muito difíceis, de forma que os atacantes passaram a arriscar de fora da área, como fizeram Cacau e Podolski nos minutos iniciais, sem muito perigo. A primeira boa chance, porém, surgiu de uma trapalhada do adversário. Os alemães apresentavam muito volume de jogo, mas, faltava criatividade. O primeiro tempo refletiu a precaução derivada de que o empate ainda bastava para ambos, já que o placar permanecia em branco também entre Sérvia e Austrália.
A diferença no 2º tempo, porém, foi que Gana se mostrava mais competente nos contra-ataques e os alemães burocráticos trocavam passes de um lado para o outro sem, em momento algum, lembrar o time que encantou na estreia contra a Austrália. A exceção continuou sendo o jovem Özil que organizava todas as jogadas e acabou por ser premiado, pois, aos 14 minutos, Müller recebeu pela direita, driblou para o meio e tocou para o Özil, que sem marcação, eve tempo para dominar e acertar um belo chute de canhota no ângulo de Kingson: 1 a 0. Foi o alívio alemão. Nem o gol despertou Gana que parecia mais interessada no resultado do outro jogo. E, sem se esforçar para mudar o quadro, ficaram vendo a tensão ser cada vez maior depois que os sérvios diminuíram para 2 a 1. Bastava um gol da equipe europeia para o sonho ter fim. Não aconteceu salvando a África do vexame de não ter um time nas oitavas. Os alemães se foram com a certeza que cumpriram a obrigação. Os ganeses, derrotados, deram uma volta olímpica com a bandeira de seu país nas mãos. O que importa é o resultado. Estão nas oitavas.

O dramático final da Chave C



No gramado do Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth, o árbitro alemão Wolfgang Stark apitou o fim do jogo. O que também selava a vitória da Inglaterra por 1x0 sobre a Eslovênia, um gol de Defoe, que aproveitou um lançamento se antecipando à defesa e teve a colaboração do goleiro que não segurou uma bola que veio em cima dele. Apesar de tudo o resultado naquele momento era muito boa para as duas seleções, que avançavam abraçadas para as oitavas de final. O imprevisto veio de longe, pois, no exato momento em que o juiz apontava o centro do campo, o pé direito do principal jogador americano, Donnovan, estragou a festa acertando com precisão um rebote para marcar para os Estados Unidos aos 45 minutos do segundo tempo contra a Argélia. Assim, no apagar das luzes, num grupo embolado ele colocou seu time na próxima fase como líder do grupo, derrubou os ingleses para o segundo lugar e mandou os eslovenos para casa. O gol poderia ser chamado de “Sim, nós podemos”.
Os dois 1x0 no fim fizeram justiça aos dois times, EUA e Inglaterra, que foram melhores, dominaram seus jogos, porém, não conseguiram traduzir em gols esta superioridade. O que não podia imaginar era um final tão dramático. Os ingleses festejavam a vaga certos de terem alcançado o primeiro lugar do grupo sem saber ainda que, no mesmo instante, os EUA haviam marcado contra a Argélia em Pretória. Ajoelhados no campo, festejando, de joelhos no gramado, com abraços e sorrisos por todos os lados ficaram sabendo que vão enfrentar nas oitavas não o segundo, mas o primeiro colocado do grupo D, que sai da disputa entre Alemanha, Austrália, Sérvia e Gana, devido à notícia do gol em Pretória demorou a chegar a Porto Elizabeth. Quando chegou, pegou todo mundo de surpresa. Para os eslovenos, a decepção foi ainda maior tanto que, apesar de terem tido o passaporte na mão até o último instante para as oitavas, tiveram que dar fim à comemoração de forma abrupta e agora vão voltar para casa na companhia dos argelinos.
Um exame imparcial do grupo, mesmo considerando que a melhor partida entre eles aconteceu entre Estados Unidos e Eslovênia, parece indicar que avançaram os melhores e, por vias tortas, se fez justiça na medida em que, naquele jogo, os EUA, se não fosse um erro do juiz, teria vencido e a Eslovênia estaria fora. Sem dúvida valeu também o avanço da Inglaterra que, aos trancos e barrancos, chegou na outra fase, embora, é preciso reconhecer que são os norte-americanos, mesmo se classificando de uma forma tão dramática, que apareceram como o melhor time do grupo ainda que falhando muito nas finalizações. A exceção, que salvou o time, tem o nome de Donnovan. É o bicho!

Sem apostas nos grupos C e D



Bem o final dos grupos A e B não tiveram nem grandes partidas nem muitas surpresas. Era previsível, mas, qualquer resultado seria normal entre Uruguai e México, que partiram para cima para ganhar a partida, e o belo gol de cabeça de Suarez, aos 43 minutos do primeiro tempo, premiou uma boa campanha da Celeste. Poderiam ter saído mais gols, de parte à parte, porém, os deuses do futebol não quiseram. Assim como não quiseram que a África do Sul tivesse oportunidade de ir para as oitavas. Quanto à França só cabe uma palavra para expressar sua participação: lamentável. Até mesmo o comportamento do técnico se negando a cumprimentar Parreira mostrou que faltou tudo inclusive educação. De qualquer forma já temos dois dos oitos jogos das oitavas definidos: o Uruguai pega a Coréia do Sul como favorito, é claro. E a Argentina pega, também como favorito, o México. Convenhamos, porém, que a tarefa uruguaia em princípio parece mais leve, todavia, convém não vacilar.
Entre os quatro, sem dúvida, a melhor campanha foi da Argentina que garantiu sua classificação para a segunda fase da Copa do Mundo de 2010 com a terceira vitória consecutiva, diante da Grécia por 2 a 0. Pela segunda vez na história das Copas, esta seleção consegue passar de fase com 100% de aproveitamento, após superar também Nigéria (1 a 0) e Coreia do Sul (4 a 1). E com ótimo astral na medida em que até o atacante Palermo, de 36 anos, sacado do banco por Maradona fez um gol de puro oportunismo que foi comemorado com uma alegria de criança. Inclusive pelos companheiros e por Maradona que tem sido, na boca do campo, uma fonte de caras, bocas & saltos admiráveis. Ou seja, a Argentina, até agora, está ganhando não apenas no campo, mas, também na cenografia.
Não há também como não destacar que os latinos americanos, alguns atribuem as suas habilidades, porém, também considero que talvez deva se considerar a melhor preparação, aparecem com destaque na atual Copa. Aqui não há como não destacar a campanha do Chile, que tem sido muito boa, bem como a da seleção do Uruguai, que depois de 20 anos, conseguiu se classificar com brilho para as oitavas de final da Copa do Mundo. Indiscutível que mereceram a vaga e estão jogando muito bem com destaque para o maestro Forlan que tem jogado um belo futebol.
Os grupos C e D, hoje, decidem mais quatro equipes. São dois grupos nos quais tudo pode acontecer na medida em que mesmo as equipes que lideram até o fim da segunda rodada, Eslovênia e Gana, não fizeram apresentações que infundam confiança e, principalmente, por jogarem com adversários fortes podem fraquejar. Numa Copa de tanta igualdade, mais do que nunca, cada jogo é um jogo. E, dependendo como se joga, pode significar o avanço ou a queda. Enfim, não há como apostar em qualquer um.

Tuesday, June 22, 2010

Ninguém gosta de perder



Que se pode dizer de um jogo onde uma equipe massacra a outra por 7x0? Talvez se possa dizer mais do fato de um time que poderia ter feito o mesmo e acaba por impor um magro 2x0, como fez a Espanha com Honduras. O certo é que o técnico da Coréia do Norte afirmou que os jogadores entraram “em pânico”. Também quase entro em pânico com a quantidade de gols perdidos pela Espanha, inclusive um pênalti que, não me canso de dizer, é imperdoável ainda mais numa Copa do Mundo. Pênalti perdido, embora possam dizer que é uma loteria, é, quase sempre, sinônimo de derrota. Perder um pênalti, para ser franco, abate até mesmo o presidente do time. De qualquer forma, Portugal, com indiscutíveis méritos, pois, aplicou a maior goleada das copas e se classificou, e a Espanha, com dois gols mixurucas, fizeram seu dever de casa e encerraram a segunda rodada da Copa que foi muito mais emocionante. A média de gols por partida, depois de 32 jogos, aumentou para 2,09, ultrapassando, portanto, a casa dos dois gols por partida. Se formos nos ater aos números os favoritos, hoje, seriam, por ordem alfabética, Argentina, Brasil, Chile e Holanda, os únicos a pontuar 100%. Mas, futebol costuma desprezar os números quando a bola rola.
De qualquer forma com o início, hoje, da terceira rodada chegou a hora da onça beber água. Vamos ver quem pára e quem continua. A Copa, no entanto, já deixa algumas cenas antológicas, como o primeiro gol da Copa do Marfim, o frango desmoralizante do Green, o gol contra de Simon Poulsen, que bateu nas costas de seu companheiro e entrou, o gol sem ângulo de Maicon, o chutaço de Forlán que bateu nas costas de um sul-africano e matou o goleiro, um gol de Birsa, da Eslovênia, chutando de longa distância com extrema categoria, o gol surgido de um erro da defesa que Donovan, dos Estados Unidos, matou com a frieza de um goleador e, por fim, o golaço de braço de Luiz Fabiano me parecem ser os grandes destaques em campo. Fora de campo as figuras que estão fazendo história são todos ex-jogadores. Maradona tem sido o principal personagem com suas declarações e atitudes que tem sempre um ar de cinematografia e, muitas vezes, histriônicas. Adora a imprensa e sabe usá-la dando declarações polêmicas que fazem à delícia dos fofoqueiros de plantão. De paletó e barba no campo tem sido um deleite para as câmaras de televisão que até o colocaram com fundo musical de Pavarotti. É um figuraço. O outro que tem aparecido é mesmo Dunga. E não por motivos muito meritórios. Parece que perdeu a Branca de Neve. Tem sido agressivo quando é de sua função pública ser compreensivo e até gentil. Claro que nem sempre é possível aceitar as opiniões alheias, mas, publicamente xingar jornalistas é muito pouco producente. E, por fim, a outra figura que tem ocupado espaço é Zinedine Zidane. O ex-jogador francês que, entrou em cena por causa da crise do time da França, foi o grande responsável pela derrota do Brasil na final da Copa do Mundo de 98, na França, e nas quartas de final do Mundial de 2006, na Alemanha, disse que“-Entendo a raiva dos brasileiros. Jogar com o Brasil é uma oportunidade impressionante. Às vezes vamos estar melhor, mas Brasil é sempre Brasil” - disse o craque francês. Não. No Brasil não acredito que haja raiva contra ele. Há o desencanto de sabermos que o Brasil poderia ter feito mais. E, claro, nós sempre torcemos, hoje, contra a França. Afinal ninguém gosta mesmo de perder. Ainda mais quando se tinha a certeza de que se ia ganhar.

Monday, June 21, 2010

Um gol histórico



Se cada jogo é um jogo agora que o jogo passou e pensei sobre ele é que me atrevo a escrever sobre Brasil e Costa do Marfim. Foi um jogo que começou muito truncado e, apesar de entender que o juiz influiu no resultado, em princípio de forma desfavorável ao Brasil, pois, ao deixar o jogo correr solto igualou o que não era igual, na medida em que o talento brasileiro parava na base de faltas duras e, para piorar, com boas chances de gol para ambos os lados. Neste momento é que o talento brasileiro fez toda a diferença. Uma jogada bem tramada destravou o jogo, aos 24 minutos da primeiro tempo, quando Kaká fez boa jogada na entrada da área e tabelando acabou por dar um lindo passe para Luiz Fabiano, que não perdoou e mandou a bola com gosto de gás para o fundo das redes. Daí para frente só deu Brasil, que apesar de não conseguir ampliar o placar até o fim do primeiro tempo e o início do segundo. Lá pelos 5 minutos, porém, veio gol na hora certa. Depois de receber um lançamento longo, Luiz Fabiano deu dois lençóis seguidos, em dois zagueiros diferentes da Costa do Marfim e mandou a bola para o fundo do gol, fazendo Brasil 2 a 0. Ficou evidente que usou o braço nas duas jogadas, mas, pelo amor de Deus, quem quer saber disto quando um atacante faz o que ele fez? Pela posição o juiz não viu ( e nem devia ver), de vez que o gol somente fez justiça ao jogo. E marcou tá marcado. Não adianta choro nem vela. O gol foi tão humilhante, tão histórico que nem os zagueiros da Costa do Marfim reclamaram. Reclamar de quê? Da beleza da jogada? Da competência de Luiz Fabiano?
É certo que o jogo ali tinha acabado. E também que a vitória por 2 a 0 no Soccer City, pela forma do jogo estava de bom tamanho, mas, Kaká resolveu jogar bola e, depois de receber a bola pela ponta esquerda, partiu em velocidade até a linha de fundo e inventou um passe para Elano, que teve o desplante de deslocar com imensa competência a bola para o fundo do gol. Brasil 3 a 0 e tudo virou festa. E, no desleixo da festa, levaram um gol bobo e Kaká foi expulso. E daí? O que foram fazer estava feito. Podem depois as manchetes dizerem que foi com a mão ou com o braço de Deus ou que foi fabuloso. Para mim nada muda o fato de que um gol tem um momento certo, uma hora certa de acontecer. Quando acontece na sua hora cala toda e qualquer consideração posterior. Altera ou estabiliza um jogo. Faz tudo mudar, mas, só na hora certa. Se acontece depois é mesmo que nada. É como mais um pingo de água no meio de uma chuva forte. No caso do gol de Luiz Fabiano não. O gol foi um gol de guerreiro, um gol de entrega sobre medida. Se o primeiro havia sido a abertura de um ferrolho, o segundo foi um gol histórico daqueles que ficam guardados na memória e que devem ser preservados como jóias. Digam o que disserem o que Luiz Fabiano fez foi acabar com o jogo. Depois daquele gol não havia mais o que fazer na partida. O juiz se fosse bom teria apitado o fim do jogo.

Sunday, June 20, 2010

Que a Costa do Marfim nos seja leve



A segunda rodada da Copa do Mundo está tornando mais emocionante o evento. Como são 32 países na primeira fase só a metade se classifica e a outra metade volta, logo, obriga que os times fiquem mais ofensivos se querem continuar. Depois, nas oitavas, a coisa fica pior ainda que é só jogo mata-mata e segue em frente quem for melhor ou tiver sorte. Sorte sim. Todo mundo sabe que a Copa é uma roleta russa e que nem sempre a melhor equipe conquistou o título. É por isto e, em especial, por ter se consagrado alguns times maravilhosos que,com um futebol bonito não ganharam (o que nem sempre é verdade)que se adotou o tal do “futebol de resultados” que prefere uma pernada dada na hora certa à habilidade que supera os obstáculos e faz o espetáculo dos jogos. Daí o saudosismo de seleções antigas que apresentaram um futebol maravilhoso como a Hungria de 1954 ou a Holanda nas campanhas de 1974 e 1978 e o Brasil de 1958, 1970 e 1982. Hoje o futebol é o da força, da correria, das muitas faltas e da falta mesmo de habilidade de muitos jogadores.
Então o que se vê, com os primeiros resultados na África do Sul, é que falta beleza e gols. Poucas jogadas bonitas, poucos gols bonitos, poucos craques mostrando um jogo excepcional e a predominância absoluta da ditadura tática imposta pelos técnicos que está se sobrepondo à criatividade dos jogadores. Somente se espera alguma coisa de uns poucos craques que podem fazer diferença como Messi, Rooney, Cristiano Ronaldo, Kaká, Robinho e outros que são a esperança de algum brilho, de jogadas de excelência numa Copa de igualdade. De qualquer forma o futebol é surpreendente, a bola, ainda mais uma safada como a jabulani, é cheia de caprichos, portanto, surpreendendo e arrebatando e, quando menos se espera, fazendo a zebra desfilar nos gramados. As grandes vitimas, até aqui, foram mesmo a Alemanha que perdeu por um a zero para a Sérvia e a Espanha que perdeu pelo mesmo placar para a Suíça. Hoje, com o Paraguai fazendo 2x0 na Eslováquia, uma goleada em termos de placar nesta Copa, a Itália foi colocada no corner por precisar fazer dois na Nova Zelândia, o que pode não ser tão fácil quanto parece. Também a posição do Brasil, no outro jogo de hoje, é delicada. Precisa ganhar ou pode ter o dissabor de ser eliminado se empata e os outros ganham de mais de um da Coréia do Norte. Como tudo é possível, porém, a própria Coréia do Norte pode surpreender, ou seja, o risco que corre o pau corre o machado. O que não se pode esquecer, ainda mais nesta Copa, que cada jogo é um jogo. Muitas vezes o que parece fácil se torna difícil e o que parecia ser difícil é mamão com açúcar. Espero que seja assim para o Brasil, hoje, contra a Costa do Marfim. De qualquer forma não se pode ser campeão do mundo sem coragem e sorte para vencer. Que nossas chuteiras sejam iluminadas pelos deuses do futebol. E que Luiz Fabiano desencante.

Saturday, June 19, 2010

A Holanda fez o dever de casa



Não há jogo fácil numa Copa do Mundo. Afinal mesmo a mais fraca das 32 seleções que vieram para a África não deseja perder e joga, mais ou menos, como todo mundo joga fechando os espaços e buscando antes de mais nada impedir o gol. Assim a declaração do atacante Sneijder, que tirou da Holanda o peso das explicações por um empate zerado com o Japão, com um gol que teve a incrível colaboração do goleiro japonês, de “- É um excelente resultado. Vencemos os dois primeiros jogos. Não importa como jogamos” é perfeita. O Japão é um time aplicado, forte e rápido. Até no último minuto poderia ter empatado e, realmente, quando se joga da forma como se joga atualmente o importante é vencer o jogo e foi o que a Holanda fez. Tem seis pontos e mais uma partida a disputar e está classificada, ou seja, já fez o dever de casa. Só joga contra Camarões precisando de um empate para ser líder de seu grupo.
Por outro lado Camarões de despediu num jogo que, se houvesse mais aplicação e acertasse melhor a pontaria, poderia ter tido um desfecho diferente. Com a vitória por 2 a 1 sobre Camarões, a Dinamarca precisa vencer o Japão para se classificar e mostrou que, quando abandona seu esquema defensivo e parte para a frente é um time perigoso, embora também seus atacantes tenham perdido, pelo menos, dois gols que não se deve perder com todas as chances de ter matado a partida mais cedo. De qualquer forma mostraram força depois que uma bobeada de sua zaga permitiu logo no começo do jogo Etto marcar para os domados leões. A virada, num jogo que poderia ter tido mais 4 ou 5 gols, acabou sendo justa pela eficácia do time.
No outro jogo do dia também o goleiro de Gana andou deixando escapar de suas mãos a jabulani e propiciou mais uma falha horrorosa. O seu treinador, o sérvio Milovan Rajevac defendeu o goleiro Richard Kingson pela falha no gol e culpou a bola, a infame Jabulani, pelo empate em 1 a 1 com a Austrália, afirmando que “- Foi um gol praticamente de graça. Essa bola cria grandes dificuldades porque você nunca sabe a trajetória que ela vai tomar depois de um chute. Ainda mais quando ela bate num gramado molhado, muda de direção e pega mais velocidade. Os jogadores simplesmente não sabem como resolver esse problema. Foi um gol que não deveríamos ter levado”. Mas, levaram e quem olha o lance vê que o goleiro não prestou atenção no que estava fazendo, daí a falha. O problema real que o técnico não pode explicar senão admitindo que seu time não foi lá essas coisas é que passaram 65 minutos com um homem a mais e, se não fosse a também ineficiente capacidade de conclusão dos australianos poderiam ter perdido o jogo. As equipes africanas pecam por concluir muito mal embora sejam habilidosos com a bola nos pés. Nesta rodada o nível dos jogos melhorou muito e saíram muito mais gols tanto que em 22 jogos foram marcados 49 gols com a média de 1,88 por partida quase se aproximando dos dois gols por jogo. E alguns jogos como o dos Estados Unidos com a Eslovênia e Camarões e Dinamarca foram emocionantes e gostosos de assistir com os times jogando para ganhar. Ainda bem.

Friday, June 18, 2010

Perder pênalti é pecado capital



Bem, é verdade, que a Alemanha não conseguiu repetir o desempenho da partida contra a Austrália tendo criado, em especial no primeiro tempo, muito pouco. Convenhamos, porém, que não se pode dizer que não jogou bem. Nem é o caso de se dizer que o príncipe virou sapo. Afinal, mesmo com a derrota por 1 a 0 para a Sérvia, no Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth, ainda lidera o Grupo D, que ficou embolado com Alemanha, Sérvia e Gana com três pontos. Os alemães levam vantagem pelo saldo de três gols. Os australianos, que não pontuaram, encaram os ganeses agora à tarde em Rustemburgo. O correto é dizer que esta é uma partida que a Alemanha deveria esquecer. Podem culpar o juiz, porém, Klose foi muito infantil depois de ter recebido o primeiro cartão amarelo e foi, com critério, mais cedo para o chuveiro. E, para provar que a desgraça nunca vem sozinha, logo em seguida, uma jogada, que poderia ser considerada advinda do sobrenatural, redundou em que Krassic recebeu nas costas de Badstuber e mandou para área. Zigic, de forma inexplicável, ganhou da zaga muito mais alta e a bola sobrou limpa para Jovanovic completar de forma quase desastrada e em câmara lenta o que não a impediu de entrar. Comemorou indo para a galera e se jogando no fosso com razão. A bola que entra é gol e faz diferença. E, no caso, como fez diferença! O time alemão em desvantagem de placar e homens não se intimidou e teve mais posse de bola, mas não dominava o adversário e penava para chegar ao ataque. Özil e Müller tão badalados não foram nem sombra da última partida. Méritos à defesa sérvia e sua disciplina tática que impediram as trocas de passe no meio. Mesmo assim Özil assumiu a responsabilidade do time sem medo e colocou Podolski na boa várias vezes. Este não teve jeito de ser o matador que precisava ser perdendo claras chances de gols. Até que Vidic, viciado em colocar a mão na bola, tentou ajudar. Pênalti. Adivinha quem foi bater? Podolski. Alegria do goleiro sérvio Stojkovic, que caiu no canto certo e salvou o empate. Pênalti, ainda mais em Copa do Mundo, não se perde. Ganhou a Sérvia com méritos. Pela organização e pelo desleixo alemão. O jogo teve suas emoções e foi melhor pela movimentação do que pela técnica.
Emoção mesmo, porém, estava reservada para Eslovênia e Estados Unidos que empataram em 2 a 2 e seguem na briga por uma das vagas para as oitavas de final. O empate, porém, saiu com sabor de derrota para os eslovenos. Afinal saíram da primeira etapa vencendo por 2 a 0, com um gol de Birsa de longa distância com extrema categoria e um outro de Ljubijankic que se deslocou com extrema rapidez e recebeu na frente só para tocar na saída de Howard quando os norte-americanos viviam seus melhores momentos na partida sem, no entanto, conseguir marcar consagrando o “quem não faz leva”. No segundo tempo o técnico Bob Bradley não pensou duas vezes para tornar seu time mais ofensivo e ir para o tudo ou nada. E foi recompensado logo no recomeço com uma falha da defesa que Donovan aproveitou com uma frieza e um chute digno de um craque. A Eslovênia tentava administrar a partida cadenciando a bola, mas, o técnico norte-americano ousou, mais uma vez, ao sacar o zagueiro Onyewu e colocar o atacante Gomez. A insistência em buscar o ataque foi recompensada, pois, aos 38, depois de uma bola ajeitada de Altidore, Bradley, o filho do treinador, se transformou no herói da partida ao empatar com um gol de “bico” daqueles típicos de zagueiro de várzea. Ninguém reclama de nada quando a bola entra e tudo virou festa. Aos 40, Edu, em posição legal, virou a partida para os EUA, mas o auxiliar assinalou o impedimento do atacante, para o desespero dos americanos. De qualquer forma o empate teve sabor de vitória e, para que se classifiquem, basta a seleção americana vencer a Argélia na última rodada. Além disso, o jogo valeu pela emoção e foi um celebração da família Bradley mostrando que família que ataca unida jamais será vencida!

Thursday, June 17, 2010

México joga os Bleus no vinagre: 2x0



Num jogo de vida ou morte o México mereceu vencer a França por 2 a 0, deixando os Bleus numa situação de quase eliminados no Grupo A da Copa do Mundo de 2010. Os mexicanos atingiram quatro pontos conquistados assumindo a vice-liderança do grupo, atrás do Uruguai, que leva a melhor no saldo de gols. A França é a terceira, com apenas um ponto, assim como a África do Sul. A marca do confronto foi mesmo a de que
França e México entraram no gramado com a mesma necessidade: vencer para continuar com chances de classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo de 2010. Empurrados pela vitória do Uruguai por 3 a 0 sobre a África do Sul a partida foi movida pela ansiedade, porém, foram os mexicanos que tomaram a iniciativa de buscar sua primeira vitória nos vinte minutos iniciais. O México chegou por três vezes com perigo à meta do goleiro Lloris. O técnico Javier Aguirre foi ousado ao escalar três homens de frente para a partida e manteve o estilo de jogo colocando Barrera mesmo quando foi, por contusão, obrigado a trocar o atacante Vela. Isto se refletiu no campo com mais ações ofensivas e uma pressão que levou perigo em mais oportunidades. Tanto que dos goleiros o único que foi forçado a se esforçar foi Lloris que defendeu um ou outro chute que levou perigo a seu gol. Somente, aos 44, o goleiro Pérez fez a sua primeira defesa na partida. Anelka, que mal pegou na bola, arriscou da entrada da área com perigo. O primeiro tempo foi do ataque do México contra a defesa dos Bleus.
O técnico francês Domenech voltou com uma alteração para a etapa final. Sacou Anelka colocando Gignac. Mesmo assim, a substituição não fez efeito, até porque a partida ficou bastante nervosa de ambos os lados, principalmente dos mexicanos que foram punidos, antes dos primeiros 10 minutos, com dois cartões amarelos. A França também fazia muitas faltas. O jogo parou em demasia e as jogadas eram paradas de qualquer maneira mal a bola ultrapassava o meio de campo. Os franceses e mexicanos abusaram das faltas. O técnico mexicano procurando uma solução lançou o quarto atacante, Hernández , que entrou no lugar do meia Juarez e, depois, mostrando a disposição para ganhar colocou o experiente Blanco substituindo Franco. E foi premiado de forma inesperada, pois, aos 19, Hernández, em posição irregular, recebeu, driblou Lloris e fez justiça ao placar no Peter Mokaba, 1 a 0 México. O jogo continuou no mesmo ritmo até que, aos 32, Abidal fez pênalti em Barrera. O experiente Blanco foi para a cobrança e marcou garantindo a vitória por 2 a 0 do México. O placar foi justo? Bem, o México dominou e fez os gols. Justiça não é coisa que se discuta em futebol. O que vale mesmo é a bola entrar e, isto, que me perdoe os técnicos modernos não é um mero detalhe. È o essencial.

Latinos calam as vuvuzuelas e as críticas



Se ontem foi o dia do Uruguai, hoje, foi o dia da Argentina. O fato inconteste é que os sul americanos entraram em campo ofensivos e confiantes de que ganhariam e ganharão com uma facilidade que foi proporcional ao talento dos times, embora, se tivessem tido um pouco mais de calma teriam feito muito mais gols. A verdade é que o melhor futebol e a lógica prevaleceram embora, principalmente, em relação à África do Sul a Copa tenha ficado mais triste. Eles alimentavam a ilusão de que poderiam ir mais longe, porém, para nós que conhecemos bem o estilo de Carlos Alberto Parreira, que é mestre em mandar tocar a bola de lado, nunca demos muito crédito. E foi o que assistimos: bola prá lá, bola prá cá e…nada acontecia. A aparente organização em campo não criava uma única chance real. Quem dominava e era mais ofensivo, segurava o jogo nas mãos, era o Uruguai que, mesmo sem conseguir furar o bloqueio, não deixava nem o toque dos africanos ser o melhor que poderiam fazer. O Uruguai marcou bem, não deu espaços e, quando o adversário abria aproveitava para os contra-ataques. Mais efetivo procurava chutar em gol e numa das tentativas Forlán chutou, a bola bateu nas costas de um sul-africano e matou o goleiro. Era só o que faltava. O jogo continuou igual e, no segundo tempo, fora uma jogada de linha de fundo, bem construída, para uma cabeçada de Mphela que trouxe algum perigo, aos 22 minutos, o Uruguai não correu perigo. E aos 30 minutos veio o que já era esperado quando o goleiro Khune para salvar outro gol fez penalti e foi expulso. Forlán cobrou no alto, forte, indefensável. Depois o passeio foi completo quando Suárez cruzou e Álvaro Pereira marcou o terceiro da celeste olímpica. Parreira, braços cruzados, olhos parados, era a imagem do desalento que se tornaria tristeza para os africanos. Quase classificado o Uruguai e a Àfrica do Sul corre o grande, o imenso risco de quebrar um tabu: o de ser a a primeira vez que o anfitrião cai na primeira fase.
Quanto ao jogo da Argentina, apesar de Messi ter feito umas boas estripulias, o nome da vez foi mesmo o de Gonzalo Higuaín que empurrou a bola para a rede três vezes e assumiu a artilharia da Copa. Não sem tempo o vilão na primeira rodada, graças aos gols perdidos, se transformou no herói ovacionado da goleada desta quinta-feira. A vitória por 4 a 1 mostrou o que os argentinos vieram para tentar ser campeões mesmo. Se bem que o ritmo do jogo foi o mesmo da Nigéria. Tanto que, nos primeiros 15 minutos, pouco aconteceu e em campo o roteiro parecia ser o mesmo do jogo de abertura. Sem jogadas com a bola no chão esta era levantada sobre a área, mas, aos 17 minutos, numa destas bolas, quem abriu caminho para o triunfo foi o gol contra do sul-coreano Chu-Young. Facilitou tudo. Higuaín ampliou de cabeça, e, tudo indicava que o terceiro viria logo quando, por um vacilo de Demichelis, que passou mal a bola na entrada da área, o oprtunismo de Chung-Young diminuiu antes do intervalo e criou alguma incerteza oara o segundo tempo. Porém, na volta se viu que a Argentina continuava no comando do jogo e era mesmo uma questão de tempo. Demorou, mas, aos 31 e aos 35 do segundo tempo novamente Higuaín voltaria a marcar massacrando a Coréia do Sul. Destaques para ele, que saiu aplaudido pelos 82.174 torcedores em Joanesburgo e para as boas atuações de Tevez, Messi e Di Maria. A Argentina sacramentou sua passagem, praticamente, para a outra fase em grande estilo e o Uruguai está quase lá também. De qualquer forma ambos mostraram força e disposição para ir em frente. E marcaram sete gols. Uma chuva para a seca de gols que já havia visto até agora.

Wednesday, June 16, 2010

A zebra com gosto de queijo suíço



A zebra custou a aparecer, mas, apareceu. E logo em cima de quem, para todos os efeitos, era a favorita para a conquista da Copa a Espanha cujo retrospecto não inspirava a pensamentos de que o animal alvinegro pudesse cavalgar nas suas costas, porém, como futebol é mesmo uma caixinha de surpresas onde menos se espera ela aparece. O que foi mais surpreendente ainda é que, mesmo com o nervosismo previsto de estréia, os espanhóis começaram o jogo fazendo valer sua qualidade superior, com uma posse de bola impressionante e um máximo de dois toques na bola por jogador. As ações ofensivas dos espanhóis pareciam indicar que, pelo seu lado esquerdo, com Iniesta e Capdevilla, aprontando o gol seria uma questão de tempo. A Suíça, por seu lado, mesmo com um sistema defensivo compacto não mostrava ter nem a opção de um contra-ataque com o mínimo de eficiência. Sem sucesso nas suas investidas a Espanha só acordou a torcida quando Iniesta pegou uma bola rebatida na entrada da área e fez um lindo passe, de primeira, deixando Pique em condições de marcar, mas, mesmo aplicando um belo drible no marcador suíço acabou chutando em cima do goleiro, que fechou muito bem a jogada. O próprio Iniesta sofreu uma falta que só não foi pênalti por centímetros e foi só. O fim do primeiro tempo deixou a impressão de que a Espanha poderia ganhar mesmo sem muita criatividade.
No segundo tempo as seleções voltaram sem alterações, mas com posturas diferentes do primeiro tempo. O jogo ficou mais aberto e com muito mais espaços. Melhor para os espanhóis, que giravam a bola com mais qualidade e tinham opções de ataque pelas duas laterais e, mais do que nunca, deu a impressão de que iriam furar o bloqueio suíço. A impressão se desfez aos seis minutos, quando, para surpresa geral apareceu um rápido contra-ataque suíço, o primeiro do jogo, em que Derdiyok foi lançado e dividiu com Casillas. No rebote, Fernandes tentou duas vezes antes de marcar diante do desespero dos jogadores espanhóis que quase não acreditavam no pesadelo que era o gol naquele momento. Com o gol, Del Bosque colocou o artilheiro Fernando Torres para tentar mudar o panorama da partida que passou a ficar completamente aberta, com a Espanha atacando como sempre, porém, agora, com a Suíça ameaçando muito mais nos contra-ataques. A Espanha era mais ofensiva e de tanto insistir conseguiu seu melhor resultado: Xabi Alonso acertou o travessão depois da cobrança de escanteio. O lance assustou os suíços, que recuaram ainda mais, atraindo a Espanha para o campo de ataque. O jogo ficou de um ataque contra uma defesa e se tornou de vida e morte. Emocionante dentro de suas limitações. E, por incrível que pareça, num contra-ataque mortal. Derdiyok recebeu novo lançamento, driblou o zagueiro e tocou de forma sutil no contra-pé de Casillas. A bola beijou de leve a trave devolvendo o perigo. Os suíços souberam agüentar a pressão, controlar o nervosismo e garantir o resultado. Depois foi somente festejar a presença da primeira zebra da Copa. E deixou uma lição cruel: de nada vale ser superior. Tem que fazer gol.

Tuesday, June 15, 2010

O Brasil jogou só o suficiente



Começamos razoavelmente, embora tudo nos tenha favorecido. O empate sem gols entre Portugal e Costa do Marfim já nos deixava numa situação privilegiada se vencêssemos e, para dizer a verdade, vencer, para nós, parecia ser apenas fazer um gol. Mesmo que não tenhamos marcado no primeiro tempo não tivemos absolutamente nenhum risco sério. Júlio César foi um espectador privilegiado sem pagar ingresso e a única razão pela qual não saímos com 1 ou 2 a zero foi, de fato, a falta de aproximação entre os jogadores e a lentidão excessiva no toque de bola. È verdade que também isto denotava um cuidado quase artesanal de não perder a bola e não dar a mínima chance ao adversário, porém, não nos encontramos no primeiro tempo malgrado a nítida superioridade e, de verdade, em futebol não adianta superioridade sem bola na rede. O time da Coréia do Norte fechado atrás, compacto, teve seus méritos, porém, o que faltou mesmo ao Brasil foi entrosamento e criatividade. O 0x0 do primeiro tempo foi um castigo ao futebol burocrático que jogou.
No segundo tempo, o time começou com maior disposição. Num certo momento parecia mesmo que ia se encontrar graças a algumas jogadas rápidas, principalmente pelas boas atuações de alguns jogadores considerados coadjuvantes, como Maicon e Elano, bem como Robinho que se deslocava e procurava jogo pelo campo inteiro. O mesmo não acontecia com Kaká, que esteve muito abaixo de suas possibilidades, e com Luiz Fabiano, que fez muitas faltas irritado pela bola não chegar a seus pés com o carinho devido e muito isolado. Foi numa rara jogada de precisão que Elano, já aos 10min, recebeu bola e deu bom passe para Maicon, que passava ao lado da área em velocidade. O lateral, mesmo sem ângulo, vislumbrou a saída do goleiro e chutou forte com a bola passando entre o goleiro coreano e a trave e desanuviando de vez o receio de que o gol não saísse. Aparentemente o jogo ficou fácil e o time passou a tocar a bola como se apenas procurasse mais um gol para sacramentar o fim da partida. E isto, realmente, aconteceu, todavia, somente aos 26 minutos quando, num lampejo, Robinho colocou, com um lançamento preciso Elano na cara do gol, de forma que este só teve o trabalho de tirar o goleiro para marcar o segundo. Tudo parecia indicar que o terceiro seria uma questão de tempo. Dunga fez mudanças que não mudaram muito nada, porém, um dos que entraram, Ramires, levou um cartão numa jogada mais dura e a defesa dormiu no ponto. Resultado: time sofreu o gol da equipe asiática aos 43min feito por Ji Yun-nam que passou na corrida por Lúcio e Gilberto Silva e fuzilou na saída de Julio César. Talvez, a segunda chance real de gol que a Coréia teve, mas, um castigo para a acomodação do Brasil que poderia ter partido para, pelo menos, ter feito mais um. Enfim, o Brasil jogou para o gasto. Só mesmo o suficiente para ganhar.

Monday, June 14, 2010

Um jogo corrido, mas, feio e sem criatividade



Iniciando a primeira rodada do sexto grupo, o grupo F da Copa do Mundo, Itália e Paraguai fizeram um jogo corrido que, em alguns raros momentos, chegou a ser emocionante, porém, principalmente para a Itália foi muito pouco tanto que os comentaristas que consideraram o veterano De Rossi o melhor em campo disseram que, mesmo assim, merecia apenas uma nota 7. É um bom retrato de um jogo que foi muito disputado e teve pouca técnica. Bem, em parte, é preciso assinalar que a chuva prejudicou muito o espetáculo na maior parte do seu tempo. Em termos de esquemas os times estiveram bem, embora muito melhor posicionada a Itália tivesse no começo partido para cima do Paraguai. Tentou, tentou e não saía nada de objetivo e, como sempre acontece nestes casos, os paraguaios, que pouco apresentaram sem conseguir concatenar uma jogada boa sequer, acabaram num lance esporádico abrindo o placar com o zagueiro Alcaráz, de cabeça, aos 39 da etapa inicial. O jogo estava equilibrado e a Itália não merecia perder, mas, ganha quem faz e o primeiro tempo terminou assim. A Itália, tradicionalmente defensiva, veio no segundo tempo para tentar reverter a vantagem, mas, não demonstrou muito talento individual sempre que precisou dele, daí as coisas começarem a ficar mais complicadas. A inistência, porém, acabou premiada por uma falha horrorosa do goleiro paraguaio que deixou a bola passar por suas mãos na pequena área e encontrou os pés de De Rossi, remanescente do tetracampeonato conquistado há quatro anos, na Alemanha, para empurrar para as redes e impedir a derrota, com um gol aos 17 minutos do segundo tempo. Para sermos justos é preciso dizer que as equipes procuraram o gol. O grande problema foi mesmo a forma: sem criatividade e sem talento tanto que as bolas perigosas (e as que acabaram em gols) foram bolas paradas. O melhor do jogo acabou sendo as comemorações dos gols e a festa da torcida. Ainda neste jogo andou faltando futebol.
Pelo andar da carruagem vamos ter que esperar mais por bom futebol. Vamos torcer para que o Brasil e a Espanha e, quem sabe, Portugal apresente um jogo melhor. Nem mesmo os africanos até agora, que sempre mostraram criatividade, apareceram bem nas fotos. Fora o golaço da África do Sul o futebol alegre dos africanos parece ter desaparecido embora, justiça seja feita, não seja só o deles. É uma Copa que, apesar da bola ser tida como desfavorável aos goleiros, parece ter encabulado os atacantes, pois, depois de onze jogos já realizados foram feitos apenas feitos apenas 18 gols, ou seja, um média mixuruca de 1,64, uma das menores senão a menor de todos os tempos. Só a Alemanha fez 4 gols e Holanda e Coréia do Sul fizeram dois, porém, a predominância foi, em quatro jogos, do placar de 1x0 e mais três de 1x1, ou seja, os ataques estão devendo muito nesta Copa. E sem ataques o jogo fica feio.

Está rindo de quê?



A Copa do Mundo quando cinco dos oito grupos já estreiaram continua devendo um bom futebol. Favoritas na sua chave a Holanda e a Dinamarca equipes das quais se esperava um futebol melhor foram apenas razoáveis. E, para espanto geral, a seleção da Holanda reconhecida por seu futebol veloz, ofensivo e pela habilidade de seus jogadores pareceu estar muito distante dos seus melhores dias. Apesar de ser considerada uma das fortes candidatas ao título mostrou apenas um bom toque de bola e somente abriu a defesa dinamarquesa graças a um lance de pura sorte (deles). Foi um cabeçada completamente sem noção de Simon Poulsen, que bateu nas costas de seu companheiro e entrou, que, logo no começo do segundo tempo deu tranqüilidade aos laranjas. Mas, o jogo em si, deixou muito a desejar. As equipes não tiveram objetividade e o segundo gol, em que pese a troca de passes que o originou, também foi mais frutos de erros da defesa que da jogada propriamente dita, pois, a bola chutada errada bateu na trave e, apesar de dois defensores próximos, quem apareceu foi um atacante para marcar. Isto diz tudo da partida. O certo é que, em mundial, o que vale mesmo é o fato de que a Laranja derrotou a Dinamarca por 2 a 0 no Soccer City, em Joanesburgo, no jogo de abertura do Grupo E da Copa.
Na outra partida do grupo que é considerada o duelo dos “azarões” teve surpresas. Não no nível do futebol que foi dos mais baixos, mas, sim no fato de que o Japão levou a melhor. A seleção asiática derrotou Camarões por 1 a 0 nesta segunda-feira, no estádio Free State, em Bloemfontein. O gol foi marcado por Honda, no primeiro tempo. E a grande estrela do jogo, Eto’, a principal esperança dos africanos, sumiu no jogo. Muito pouco tocou na bola e só fez uma boa jogada em 90 minutos. Foi muito pouco mesmo, mas, ele pode dizer que esteve à altura do futebol que foi jogado. O Japão mereceu ganhar apenas por ser mais organizado, por se defender em grupo e com garra. Com este resultado, os japoneses somaram três pontos e, pelo saldo de gols, ficaram atrás da Holanda. A partida marcou o fim de dois tabus. Pela primeira vez a seleção japonesa venceu um jogo de estreia no Mundial. Em compensação também a equipe camaronesa, até então, nunca havia sido derrotada na sua primeira partida. Alegria de uns, choro dos outros. Agora inexplicável mesmo foi a cabeçada do Poulsen. O que ele quis fazer penso que nem mesmo ele sabe. Depois ficou sorrindo. Rindo de quê? De si mesmo? Custou a cair na real e o rosto demonstrar o desapontamento da pixotada que deu, mas, aí já era tarde. Na televisão predominou o sorriso. Como a jogada inexplicável. Esta é uma Copa que está mesmo risível, mas, ainda assim é melhor rir pelo motivo certo.

Sunday, June 13, 2010

A Alemanha atropelou



Enfim apareceu futebol e apareceram os gols. È verdade que, no começo, os alemãos levaram um susto quando Garcia aproveitou uma cabeçada de Neill e quase marca chutando em cima de Neur na pequena área. A Austrália, pelo menos, nos primeiros cinco minutos parecia que daria trabalho, mas, foi só o arranco. De fato a a Alemanha não demorou a tomar conta do jogo. Aos oito, dois minutos depois de Klose perder uma ótima chance, Podolski completou uma bela jogada pela direita e chutou com força para marcar o primeiro gol da partida. Por ter sido uma jogada bem feita, com um toque inesperado para trás e um chute muito forte ninguém culpou o goleiro ( afinal a defesa deixou o ataque passear pela área), no entanto, o chute foi em cima do goleiro que, para ter se comportado como deveria, teria que ter espalmado ou socado a bola. Tentou segurar e, com a força que veio, entrou como se esperaria de uma jabulani. A Austrália, com o gol, se entregou. A única reação que teve foi reclamar de uma bola na mão do zagueiro alemão. O juiz entendeu que não e foi só. Logo a seleção alemã continuou passeando na defesa adversária. E numa outra incursão programada do ataque, aproveitando um chuveirinho, Klose ganhou do goleiro e, de cabeça, ampliou e já, aos vinte minutos, o jogo estava acabado. A Alemanha mostrou uma variedade de jogadas e colocou a Austrália na roda e poderia ter feito até seis na primeira etapa. Entre as jogadas, destaque para abertura na direita com Müller e bola na área. O fim do primeiro tempo com apenas 2X0 era um prêmio para a incúria da Austrália.
No segundo tem nada mudou.. Somente, num lance duro que poderia ter sido premiado apenas com o amarelo, Cahill, tido como o melhor jogador da Austrália, foi expulso e, com ele, saíram as últimas esperanças reação da Australia. Melhor para Alemanha, que continuou passeando em campo e mostrando um futebol rápido, envolvente, de quem não veio brincar na Copa. O jogo estava nas mãos. Estava fácil e, logo, Müller fez o terceiro gol para os alemães sacramentando o chocolate. E saiu Klose, para entrada do brasileiro alemão, Cacau que fez o quarto gol decretando a goleada. Bem, podem alegar que a Austrália é um time fraco. Pode ser, mas, no campo são onze contra omze e todos os times muito parecidos tanto que outros favoritos mal conseguiram ganhar ou empataram. A Alemanha mostrou sua força e atropelou. Em suma: a Alemanha venceu, convenceu e provou que pertence no grupo dos favoritos ao título da Copa do Mundo. È claro que um jogo só é um jogo só, mas, até agora, foi a única equipe que mostrou um bom futebol na Copa de 2010.

Uma Copa ainda de jogos muito ruins



Se formos julgar a Copa do Mundo de 2010 pelo que aconteceu até agora somente poderemos dizer que seu nível é muito ruim. Depois de sete jogos quem apareceu melhor foi, sem dúvida, a Argentina, mas, muito longe de parecer grande coisa. A verdade é que os jogos tem sido feios, duros de assistir e isto tem se refletido no fato de que, até agora, foram marcados apenas 9 gols em 7 partidas, ou seja, a média de gols tem sido de 1,2 gols por jogo. O maior placar já ocorrido foi os 2x0 da Coréia do Sul na Grécia e o placar de 1x0 ocorreu três vezes e 1x1 duas vezes, ou seja, os resultados tem sido magros como o futebol. Aliás, a pobreza do jogo pode ser sintetizada pelo fato de que a grande sensação da Copa tenha sido um espetacular frango tomado pelo goleiro da Inglaterra, o Green, que até foi chamado de “goleiro calamidade” e “palhaço” pelo jornais ingleses, porém, sofreu mesmo foi o “efeito jabulani”, a rapidez que a bola toma com os chutes, o que foi também a infelicidade, maior ainda, pois, seu time perdeu, do goleiro argeliano Chaouchi que, embora menos espalhafatoso, também sofreu um gol que goleiro de seleção não poderia sofrer.
Efetivamente o futebol que vem sendo jogado não é de boa qualidade. Não dá para perdoar, como fazem alguns cronistas esportivos, dizendo que, como se trata do primeiro jogo, ninguém quer perder e se agrupa lá atrás para, pelo menos, empatar. Sempre foi assim. Ninguém gosta de entrar numa Copa perdendo, porém, vá lá que se fique no primeiro tempo atrás, contudo, depois que já se estudou a força do adversário sempre foi de praxe procurar o jogo, procurar vencer. Não é o que vem acontecendo. Os times parecem todos se comportar dentro de um esqueminha adrede preparado para matar o jogo do adversário, contudo, em compensação não fazem absolutamente nada. Um exemplo evidente disto foi que, no jogo de Gana e Sérvia o maior destaque foi uma jogada, na cobrança de falta, em que o Pantelic apareceu sozinho do lado direito, mas, não conseguiu dominar a bola. Aliás, o domínio da bola tem sido péssimo neste começo de mundial. Culpam a jabulani, que é muito rápida. É fato, no entanto, isto deveria ser, como tem sido, um grande problema para os goleiros. Seria de se esperar que atacantes, ou meias e alas, com bom nível técnico já tivesse aprendido a bater na bola. Não é o que tem acontecido. Para qualquer pessoa que saiba os fundamentos mínimos da bola fica claro que, pelo efeito que pega, esta não é uma bola que possa ser chutada com uma grande força, de vez que ele fará um desvio muito grande do calculo que se faz. Os jogadores, até aqui, parecem querer contrariar a lógica, daí, num jogo como o de Gana, os goleiros terem tido pouco o que fazer. Em certos momento apenas pelo jeito que o jogador corre para bater na bola já se percebe que irá para o espaço. Dá vontade de gritar: -Não é força; é jeito. Não adianta maltratar a jabulani. Ela requer carinho e jeito.

Saturday, June 12, 2010

A COPA DA IGUALDADE



Apesar de ser a primeira Copa do Mundo na África e ter tido uma abertura que, pelo colorido e a diversidade, ressalta as diferenças os prognósticos parecem indicar que, pelo nível do futebol, teremos uma Copa de muita igualdade. Ou seja, na prática, uma Copa chinesa levando em conta o estereotipo de que os chineses são todos iguais, embora, saibamos, cientificamente, que não são. O fato real é que, mesmo com alguns craques que farão diferença, os times todos parecem muito enquadrados, muito comportadinhos, quase todos mesmo saídos do mesmo molde. È claro que esta impressão foi reforçada pelo início da Copa na qual os times do grupo A se igualaram na falta de criatividade, no placar e na classificação. Todos sem muito o que mostrar, com um futebol que andou de medíocre para ruim.
Sem dúvida que a exceção foi o fantástico gol de Tshabalala da África do Sul que comemorou, com razão, uma jogada que demonstrou que, de qualquer forma, o futebol sempre traz surpresas por pior que seja jogado. De fato a África do Sul podia até merecer ganhar, mas, quem leva um gol da forma que levaram e perde os gols que perderam até dentro de casa merece o castigo que recebeu. Normalmente o primeiro jogo é sempre muito ruim e, para variar, este não foi nenhuma exceção. No segundo tempo até deu algum alento, porém, o primeiro tempo andou beirando a casa do sono.
Sono mesmo, de verdade, aconteceu foi durante o jogo Uruguai e França. Dizer que o jogo foi ruim é um pleonasmo. Existe, sempre como exceção, jogo de 0 a 0 que é bom, mas, em geral, este placar é um castigo à ineficiência e ao mau trato da bola. No caso a jabulani que é arisca e inquieta por natureza o que os rapazes uruguaios e franceses fizeram com ela foi pura judiação. Poucas vezes num campo se reuniram tantas estrelas para fazer tão pouco. Foi um jogo que se não houvesse não teria feito falta.
Que se pode esperar desta Copa? Sinceramente não muito. Talvez a Espanha, a Argentina, quem sabe o Brasil ou uma seleção africana possa apresentar um jogo mais criativo, mais bonito de ser ver, porém, sinceramente, não espero muito. O futebol, hoje, está sendo jogado muito na base da força e da corrida o que nivela quase todos, inclusive, pela quantidade de faltas que inibem os jogadores talentosos. Todos ficam muito presos lá atrás esperando uma oportunidade ou um erro do adversário e é cansativo ver como tocam a bola sem carinho ou objetividade. A esperança é que o igual não seja tão igual. Efetivamente vou torcer para que apareçam grandes jogos, grandes jogadas, grandes craques, porém, esta Copa me parece mais comercial de que todas as outras. E quando a propaganda e o dinheiro dominam não importa a qualidade do espetáculo importa é a quantidade de câmaras e de pessoas que assistem. Torço para estar errado.