A queda da inocência
Se olharmos para a
equivalência do toque de bola das seleções da França e da Nigéria constatamos que
a Nigéria levou uma pequena vantagem (54% x 46%) . Se olharmos para o jogo pode
parecer que jogavam duas equipes de qualidade, mais ou menos, igual. Este,
porém, seria um olhar superficial. A verdade é que, sob o ponto de vista do
futebol, de resultados, os times africanos, com raras exceções, pecam por,
mesmo tendo um futebol de muita qualidade e criatividade, serem de uma grande
inocência em certos lances em que é preciso ser eficiente. A França sofreu um
pouco-é verdade-porém, mais por ter estado numa tarde, não sei se efeito do
calor, jogando de forma modorrenta, quase parada mesmo. Aliás, foi um jogo sonolento. E mesmo assim todas as
vezes que buscava o gol era muito mais efetiva, dava muito mais a impressão de
que podia liquidar a partida.
O jogo, no primeiro tempo, foi decepcionante para quem esperava que uma
França, franca favorita, impusesse seu jogo. O que se via era a Nigéria tocando
a bola, em certos momentos até mesmo envolvendo os Azuis. E chegaram a fazer
pressão e um gol, com Emenike, que foi anulado,
por impedimento. A França, com o susto, interrompeu o cochilo e com Pogba,
Valbuena e Benzema ensaiaram levar algum perigo ao gol da Nigéria. Giroud, no
entanto, estava muito ruim no jogo e sem gols o primeiro tempo se foi. O
segundo tempo viu, mesmo com o jogo continuando em compasso de valsa, a Nigéria
um pouco melhor, sempre buscando o gol, no entanto, pecando sempre nos passes
em jogadas infantis. Até parecia que a Nigéria ia gostar do jogo quando Didier
Deschamps tirou Giroud para colocar Griezmann e centralizar Benzema que estava
deslocado na ponta. A França, então, depois de uma jogada em que Benzema quase
marca despertou e melhoraram muito. Mesmo assim não faziam uma boa conclusão.
Mas, a inocência nigeriana socorreu a França depois de uma grande defesa de
Enyeama, numa cabeçada de Benzema, cobraram um escanteio e com um leve toque o
goleiro deu um presente para Pogba mandar, de cabeça, para o barbante: 1 a 0. E
era o suficiente porque a Nigéria não conseguiu depois se articular mais e,
talvez, somente numa oportunidade chegou a assustar no tempo restante. Com mais
5 minutos de prorrogação, ao salvar um lateral, Odemwingie conseguiu a proeza
de jogar a bola para escanteio. E, novamente, de forma infantil, deixaram
Benzema cobrar para Valbuena poder cruzar sozinho e Griezmann só desviar a bola
que ainda bateu em Yobo antes de entrar: 2 a 0. Estava completa a queda da inocência. Este foi um jogo absolutamente previsível: só podia dar França. Tanto que, para ganhar, jogaram mesmo, para valer, uns quinze minutos. E, diga-se de passagem, bem abaixo do que se pode esperar de uma seleção francesa.
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