Sunday, December 18, 2022

A ÉPICA E SOFRIDA VITÓRIA DO TANGO

 


A Argentina e a França decidiram, neste domingo, a Copa do Mundo do Catar no Estádio Lusail. E, para alegria de quem assistiu, proporcionaram um jogo épico, um dos grandes jogos que deixarão saudades de uma copa que foi muito disputada e com as equipes muito equiparadas, sem dúvida, graças a internacionalização do futebol. O que vimos, no primeiro tempo, foi o time argentino entrar em campo com a disposição de quem entrou para ganhar, uma garra de final de Libertadores. Aliás, sob um verdadeiro clima de Bombonera com a torcida gritando como se já houvesse ganho. E tudo pareceu confirmar a confiança dela, de vez que a Argentina tomou as rédeas da partida e, aos 21 minutos, numa jogada individual, Di Maria foi derrubado por Dembelé. Pênalti, que, Messi, implacável, transformou no primeiro gol do jogo. A França não conseguia, apesar de tentar, equilibrar o jogo. Os passes não davam certo. Não chutou uma vez sequer ao gol. Mas, tentava. E, numa das tentativas, aos 35 minutos, Messi, com um passe magistral, iniciou um contra-ataque perfeito, que foi parar nos pés de Di Maria para selar o segundo gol da Argentina. E com 2x0 o jogo foi para a segunda fase. O tempo passava da sua metade, no segundo tempo, no mesmo diapasão, de forma que se esperava apenas que o tempo passasse para os argentinos levantassem a taça quando, seu Inesperado de Almeida, incorporou-se por meio de Kolo Muani, que também foi derrubado na área por Otamendi. O tango, de uma hora para a outra, perdeu a harmonia porque Mbappé, frio e mais infalível do que Bruce Lee, balançou as redes e incendiou o time francês. E o drama argentino se configurou, de vez, dois minutos depois, quando Coman tomou a bola de Messi e iniciou a jogada em que Mbappé, depois de tabelar, fez seu segundo gol. O tango parecia morrer com o inesperado 2x2. E assim tudo continuou até o encerramento da segunda fase. E, pasmem, eram os franceses que, agora, faziam festa. E, confesso, nesta altura, xingava o técnico Lionel Scaloni. A razão foi porque visivelmente o time argentino estava mais cansado e, ao contrário, do técnico francês, alterou muito pouco (e tarde) o time. Ainda assim, no primeiro tempo da prorrogação, qualquer um poderia ter tido um lance de sorte e matado a partida. Não aconteceu. Foi acontecer aos 3 minutos do segundo tempo da prorrogação depois que Messi tocou para Enzo Fernández e, este, tocou com açúcar para Lautaro Martinez rebater, uma defesa espetacular, mas, infelizmente, nos pés de Messi: gol!! O tango, no entanto, é uma música sofrida, trágica. E a tragedia voltou a aparecer, aos 10 minutos, quando a bola bateu no braço aberto de Montiel: pênalti. E Mbappé deu números definitivos à partida: 3x3. Veio a roleta russa dos pênaltis. Bateram primeiro, sem perdão, Mbappé e Messi. Coman e Tchouaméni perderam. O que não aconteceu com Dybala, Paredes e Montiel. Acabou a disputa e o tango soou triunfal. Trágico e vitorioso. Uma vitória suada e merecida, que faz justiça ao time argentino. Soube superar as dificuldades e teve, como era de se esperar, em Messi seu maestro. Sem esquecer que Di Maria foi decisivo. Salve a Argentina, a grande campeã da Copa do Mundo do Catar.

CROÁCIA GANHA O TERCEIRO LUGAR

 


A disputa entre Croácia e Marrocos pelo terceiro lugar nesta Copa do Catar gerou um jogo muito movimentado. Os times vieram a campo com modificações em relação as últimas partidas. E a Croácia, com mais espaço dado pelos marroquinos, que não conseguiram impor uma marcação alta, começaram a trocar muitos passes no meio de campo e pressionar o time adversário. Impressionante é que, como em outras oportunidades, o gol acabou saindo de uma jogada ensaiada. Numa cobrança de falta levantaram a bola para Perisic, livre na área, que escorou de cabeça na medida para Gvardiol subir para estufar a rede aos seis. A alegria, no entanto, durou apenas dois minutos porque, logo em seguida, também de falta, cobrada por Ziyech lançou na área e Dari, diante do vacilo da zaga, tornou tudo igual. Com o empate a equipe de Walid Regragui partiu para cima, cheia de entusiasmo, mas como já havia acontecido contra a França, por mais que Boufal e En-Nesryi procurassem ter poder ofensivo a falta de precisão nos passes prejudicou muito a eficiência nos ataques. Com isto a Croácia foi recuperando-se e tomando conta do jogo tanto que Modric andou dando um chute traiçoeiro que quase dá certo não fosse a competência de Bono que ainda pegou um outro chute depois de ter espalmado. Perisic e Kramaric deram trabalho sem êxito. E, como a persistência acaba dando certo, aos 42 minutos, aproveitando a vulnerabilidade da zaga, depois de uma troca de passes na entrada da área, Kovacic enfiou a bola para Orsic, que bateu com muita força, tocou  no travessão e entrou: 2x1. A Croácia voltou melhor no segundo tempo e Orsic, Kovaric e Kramaric estiveram fazendo jogadas e tornando seu time mais incisivo e, também, sem resultado concreto. Marrocos continuou a só ter alternativas com Ounahi e Boufal. Restritos deram novas oportunidades e Vlasic, tocando na saída de Bono, colocou a bola pertinho da meta. Também existiu um lance duvidoso em cima de Gvardiol, porém, mesmo com a revisão do VAR, o arbitro mandou seguir. Os marroquinos não se entregram. Foram com mais vontade ainda. E quase levam  a partida para prorrogação , quando numa jogada  de Attiat-Allah  e En-Nesryi a bola passou por toda a zaga e Livakovic só observou a bola passar por cima do travessão. O time de Marrocos acabou exausto. Fez o que podia fazer. E a Croácia ficou com o terceiro lugar.

FRANÇA SOFRE PARA SUPERAR MARROCOS E CHEGAR NA FINAL

 


Não se pode dizer que não foi uma boa semifinal. A verdade é que foi mesmo que, em alguns momentos, tenha faltado, principalmente a Marrocos ser mais incisivo nas jogadas de ataque, mas provou que não tem apenas uma boa defesa. E olhe que sofreu um baque terrível, de vez que, quase aos cinco minutos, num erro de sua zaga, Mbappé foi travado duas vezes, porém a bola sobrou para Theo Hernández, de voleio, fazer 1x0. Marrocos. Não restou alternativa para o time de Walid Regragui senão ir para cima. E foi com vontade. Logo, aos 9 minutos, Ouhani tentou de fora da área. Hakimi e Ziyech foram para cima e deram trabalho aos franceses. Faltava mais precisão mesmo assim, aos 43 minutos, El Yamiq, de bicicleta, obrigou o goleiro Lloris a fazer uma grande defesa para evitar o gol. É claro que a França, com mais espaço, também teve seus momentos, graças a rapidez de Mbappé e Dembelé. Giroud foi quem andou mais perto acertando a trave e desperdiçando uma outra oportunidade. Não esteve num bom dia e foi substituído. No segundo tempo, Marrocos aumentou ainda mais a pressão. Efetivamente começou a trocar passes melhores e a gostar do jogo pressionando, e sobrecarregando o lado esquerdo da defesa francesa- lado de Mbappé, que não voltava para marcar. Os liderados por Regragui tomaram conta do jogo, começaram a forçar e levar perigo. Impressionante foi que, ao final, tiveram 61% da posse do bola, o que não seria de se esperar contra o time francês, bem como chutaram 13 vezes, enquanto os franceses chutaram 14, mas tiveram igualdade nos chutes que atingiram a meta: apenas 3  de cada lado. Mas, como esta copa provou sobejamente, ter a bola não significa nada se  não se faz o que é necessário, o gol. E, quando mais Marrocos parecia próximo de conseguir fazer, aos 34 minutos, numa  tabela de Mbappé com Thuram, que fez uma grande jogada no meio da zaga marroquina, acabou por bater e a bola desviada  sobrou limpa para o atacante Kolo Muani, que havia acabado de entrar para fazer o segundo gol. Foi a pá de cal nos marroquinos. A França não fez um grande jogo. Fez o suficiente para vencer e foi merecido pela falta de eficiência de Marrocos, que sai com a melhor campanha de uma equipe africana nas copas. Não é pouco. Destaque para Antoine Griezmann, o melhor da partida, e para Mbappé, que não fez gol, no entanto, é sempre um jogador rápido, de visão de jogo e que incomoda muito qualquer defesa. E também merece destaque Lloris, pois, nas três vezes que o time precisou dele conseguiu impedir que Marrocos chegasse nas suas redes. Agora a França vai enfrentar a Argentina na final. É um duelo de gigantes onde não existe favoritismo. Alias, chegam à final duas das seleções que sempre foram consideradas favoritas. Mbappé terá, agora, a chance de provar que o futebol europeu está em outro patamar. Pode estar sim. Mas, deve considerar também que, do outro lado, está seu companheiro de equipe, Messi, um jogador, que igual a ele, pode fazer muita diferença. Será o último e mais difícil jogo desta Copa. Reúne, sem favor algum, as duas equipes que conseguiram superar melhor os seus problemas , qualquer uma que ganhar, terá merecido.

 

Tuesday, December 13, 2022

A ARGENTINA ESTÁ NA FINAL DA COPA DO CATAR

 


Quando a bola rolou no Lusail, entre Argentina e Croácia, a partida parecia muito equilibrada. Com a estratégia de controlar a posse de bola, a Croácia com a marcação adiantada, em certos momentos, até mesmo pareceu controlar o jogo, pelo menos, um pouco depois da metade do 1ª tempo. A igualdade se desvaneceu, por encanto, quando, aos 31 minutos, Enzo Fernández fez um lançamento para Álvarez, que conseguiu se desvencilhar dos zagueiros Lovren e Gvardiol, tocou para fora, porém foi derrubado por Livakovic. Pênalti apontado na hora. Coube a Messi a cobrança que foi uma paulada no alto e no meio do gol. Placar aberto sem piedade e campo aberto para a Argentina se impor com uma facilidade que não se esperava. Já, aos 38 minutos, Álvarez, depois de um desafogo de um ataque croata, recebeu de Messi, na altura do meio-campo, disparou em alta velocidade, ganhando as divididas de Juranovic e Sosa, contando com um pouco de sorte, para ficar diante de Livakovic e desviar para fazer o segundo. Virou festa. Quase que a Argentina amplia, aos 41, numa cabeçada de Mac Allister, que o goleiro defendeu por instinto. Só, aos 44 minutos, tiveram algum perigo, com Juranovic cruzando para Martínez espalmar e Pasalic mandar por cima. No segundo tempo, a esperança de que houvesse qualquer reação foi se dissipar quando, logo, aos 12 minutos, Messi fez uma tabela com Enzo Fernández, chutou e Livakovic teve que se esticar para espalmar. Era o sinal de que estava com fome de bola e quando está assim, em seus dias de brilho, Messi sempre apronta. E, desta vez, não foi diferente, pois, aos 24 minutos, pegou a bola na lateral e avançou sobre os zagueiros até ao lado da área e lá, quase sem espaço, fez uma jogada espetacular pela direita, passando sem ter espaço por Gvardiol, no fim do campo, para servir  a  Julian Álvarez, que marcou o terceiro gol. Um gol e uma assistência de mestre bastaram para fazer a diferença nesta partida. Há quem discuta, e Modric foi um deles, o pênalti. Discussão inútil. A Croácia perdeu  o jogo no meio do campo. E aí, houve um outro grande jogador, quase invisível nesta partida, que deu uma aula tática no jogo: Lionel Scaloni. Ao contrário do Brasil, que deixou Modric, Brozovic e Kovacic jogarem, ele escalou Enzo Fernandes para marcar o primeiro e empurrou três outros meias em campo, de forma que jogaram com quatro volantes contra três, tendo sempre na sobra MacAllister ou Paredes impedindo os croatas de ter tanta posse de bola e oportunidades como tiveram contra o Brasil. A constatação é de que a Argentina sobrou e, com todos os méritos, vai disputar a final da Copa do Catar.

Monday, December 12, 2022

O FAVORITISMO E AS PROBABILIDADES MUDAM COM A BOLA ROLANDO

 


Antes da Copa do Mundo do Catar haviam 8(oito) equipes que eram consideradas favoritas. O Brasil, a Argentina, a França, a Bélgica, a Espanha, a Alemanha, a Inglaterra e a Holanda. Muitos sites até retiravam a Holanda e apostavam somente em sete. Nas oitavas de finais, no entanto, desta lista já haviam saído a Alemanha e a Bélgica. E nas quartas não chegou a Espanha. Depois foram embora também o Brasil, a Holanda e a Inglaterra, ou seja, dos considerados favoritos, e eram os melhores colocados no ranking a Fifa, só a Argentina e a França chegam as semifinais. E, hoje, continuam como favoritos para chegar a final. Tanto a França quanto a Argentina são considerados, não sem sólidas razões, os times mais fortes. O problema é que, num torneio rápido, de apenas sete partidas, uma partida ruim ou a incapacidade de fazer gols pode ser o diferencial entre a vitória e a derrota. Nesta Copa assistimos muitas partidas onde o domínio sobre o adversário, a quantidade maior, muitas vezes abissalmente maior, de passes e de posse de bola não deram o resultado esperado. E, aqui ressalto um detalhe importante, muito importante mesmo: a Croácia e o Marrocos são os únicos invictos entre os finalistas. A França é favorita? É, ao meu ver. Mas, não se pode subestimar o time de Marrocos, que, nos cinco jogos até aqui, tomou apenas um gol e contra! E fez 6! E enfrentando grandes equipes tanto que empatou com a Croácia sem gols, venceu a Bélgica por 2x0 e nos pênaltis derrotou a Espanha e ganhou de Portugal por 1x0. A França terá que jogar muito e contar com seus talentos como Mbappé, Griezman, Dembelé e Giroud num bom dia. Também, do outro lado, a Argentina é favorita? Tem Messi, que, se estiver num bom dia, pode mudar o jogo todo, mas a Croácia também, no máximo, leva um gol por partida e faz, pelo menos, um. Nas duas vezes que não fez também não levou nenhum contra a Bélgica e Marrocos. Empatou com o Japão e o Brasil de 1x1, mas eliminou os dois nos pênaltis. Ou seja, chegou até aqui com bom futebol e indiscutíveis méritos. Que não se espere que vá se entregar fácil para os argentinos. E, convenhamos, se trata de um jogo mais parelho, mais difícil do que o enfrentado pelos franceses (teoricamente, é claro). No entanto, há controvérsias. Por exemplo, a Bola de Cristal da Copa do Mundo é uma ferramenta preditiva desenvolvida pelo O Globo, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, que analisa as chances das seleções após cada jogo do Mundial, considera que para ganhar a Copa a Argentina (28,2%), seguida da França (27,2%) e, em terceiro lugar a surpreendente Marrocos (24%) e, por fim a Croácia (20,7%). Como se vê a distância entre as probabilidades é bem pequena. O risível é que, antes do jogo contra a Croácia, se apontava 77% de probabilidades do Brasil vencer!!! A questão é que, quando a bola rolar, vamos ver o que acontece. Não vejo favoritismo nenhum, embora veja a equipe croata como a mais madura e consciente desta competição. E Marrocos, para mim, a mais difícil de vencer. Mas, só quando a bola rolar iremos ver quem são os finalistas.

Saturday, December 10, 2022

A FRANÇA DÁ IMPORTANTE PASSO PARA SER BICAMPEÃ

 


No estádio Estádio Al Thumama, em Doha, no Catar, Marrocos, que tem sido a sensação desta Copa, enfrentou Portugal pelas quartas de finais, depois de haver, surpreendentemente, ter eliminado a Espanha. Marrocos é um time que tem um sistema defensivo muito consistente tanto que, até agora, somente levou um gol em todas as partidas e havia comprovado que seria um adversário duro de roer. Portugal dominou a partida. Se dominar significa ter muito mais posse de bola (68%) e trocar 561 passes contra apenas 172 do adversário. O problema das estatísticas é que o que resolve as partidas é o gol. E, para fazer gol, é preciso finalizações. Não faltaram ao time português com 11 finalizações, mas Marrocos, que joga sempre por uma bola teve 10! Ou seja, deram muita chance para o azar. E ele veio com o centroavante En-Nesyri, de 1,89, vencendo uma disputa no alto, com o atrapalhado Rubén Dias e o goleiro Diogo Costa, tocando para o gol vazio e fazendo história ao colocar, pela primeira vez, uma equipe africana numa semifinal. O outro jogo, entre França e Inglaterra foi muito mais interessante e com um nível de futebol muito melhor. Os dois times fizeram um primeiro tempo muito movimentado, mas, com poucas oportunidades efetivas. No início a Inglaterra teve mais posse ocupando melhor os espaços, todavia sem ameaçar o gol de Lloris. Os franceses apostaram na velocidade de seus jogadores e em Mbappé, que, criou algumas jogadas, porém não esteve nos seus melhores dias. Quem incomodou,  aos 10 minutos, com um cabeceio na altura de um chute, foi Giroud que parou no goleiro Pickford. Os franceses iriam abrir o placar aos 16 minutos, numa tabela que terminou com um passe de Griezmann para o volante Tchouamení, que chutou seco e forte para no do goleiro, que voou sem alcançar a bola. No Estádio Al Bayt a França fazia 1x0. Os ingleses insistiram tanto numa falta de Shaw, defendida por Lloris, como com Kane num chute forte de fora da área sem sucesso. Os ingleses voltaram bem melhor e começaram a pressionar até que, aos 7 minutos, numa arrancada, Saka foi derrubado por Tchouamení. Marcado o  pênalti, Harry Kane converteu e empatou para a Inglaterra.  E confiantes no bom momento partiram para cima e criaram boas oportunidades que não conseguiram finalizar bem. Então, os franceses, sentindo a pressão, tentaram equilibrar o jogo e começaram a incomodar novamente. E, aos 32 minutos, Olivier Giroud, com o faro e o senso de colocação dos grandes artilheiros, aparou um cruzamento da esquerda e cabeceou sem chances para marcar o segundo gol da França. Os ingleses não se renderam e tentaram de todas as formas, até fazendo faltas grosseiras, comandar novamente o jogo. A tensão tornava o jogo eletrizante. E seu auge chegou aos 36 minutos quando Théo Hernandez cometeu uma falta desnecessária dentro da área. No princípio o arbitro brasileiro Wilton Pereira Sampaio se negou a marcar, porém avisado pelo VAR voltou atrás. Kane, desta vez, isolou a bola cobrando pelo alto com muita força. Depois os esforços foram inúteis. A França está na semifinal contra Marrocos. Ganha quem faz. Quem fez foi a França.

MARTÍNEZ E MESSI LEVAM ARGENTINA PARA A SEMI-FINAL

 


Embora não se possa dizer que não houve emoção o jogo entre Holanda e Argentina foi apenas regular. Teve um primeiro tempo morno, quase sem criatividade, com bolas esparsas de perigos e os dois times brigando pelas bolas, principalmente no meu de campo. Até quiseram fazer marcações altas, de uma forma muito pouco eficaz. O jogo foi mesmo embolado e só quando foi se aproximando do intervalo começaram aos poucos, as aparecendo oportunidades. Mas, Messi, que puxava o jogo para si, não estava acertando, embora fosse quem mais se movimentava e tivesse chutado sem a capacidade habitual de acertar. Messi, porém faz diferença mesmo sem jogar o que sabe. E foi de um passe milimétrico dele que, aos 34 minutos, Molina aproveitou e com categoria, na saída do goleiro, deu apenas um leve toque para abrir o placar. No restante do tempo a Holanda não encontrou um meio de incomodar a meta de Martínez. Na volta do segundo tempo o jogo voltou a ficar igual com ambas as equipes procurando criar oportunidades. De efetivo uma cobrança de falta de Messi, que passou raspando a trave. Numa jogada, aos 25 minutos, de Acuña, Dumfries, infantilmente, o derrubou na área. Pênalti. Messi cobrou e converteu: 2x0. Neste momento a partida parecia liquidada. Futebol, no entanto, é uma caixinha de surpresas. Como se diz, normalmente, nas melhores peladas, só termina quando acaba. E o jogo continuou disputado e modorrento até que faltando sete minutos para o seu fim, depois de um cruzamento da direita para a área, Weghorst, bem colocado, numa ilha que a defesa argentina criou, de cabeça diminuiu e a Holanda voltou para o jogo. O acirramento levou a que Paredes, quase no fim do segundo tempo, chutasse a bola no banco dos reservas holandeses, que partiram para cima dele criando a maior confusão. O árbitro, sabiamente, não expulsou ninguém e somente deu um cartão amarelo para o meia argentino. Quando tudo estava para ser concluído, no último minuto, numa jogada ensaiada, em uma falta frontal, os holandeses mostraram sua malícia passando a bola na área para Weghorst empatar e  levar a partida para prorrogação. E nela, sem dúvida, a Argentina esteve melhor e quase conseguiu, em duas oportunidades, vencer o goleiro da Holanda com Lautaro Martínez, que desperdiçou, se assim que se pode dizer, porque as bolas pararam Van Dijk e Noppert. E, por ironia,  no último lance, Enzo Fernández foi acionado deu um chutaço que carimbou a trave. Messi, que  bateu o primeiro pênalti pela Argentina o fez com frieza, pela segunda vez, provando que é um jogador que, em qualquer ocasião faz diferença,  e, para a festa da empolgada torcida albiceleste, Emiliano Martínez defendeu as duas primeiras da Holanda, de Virgil van DIjk e Steven Berghuis. A Argentina converteu suas três primeiras e bastava Enzo Fernández fazer para acabar com o jogo. Não conseguiu ao chutar ao lado do gol. A quarta cobrança foi de Lautaro Martínez, que, implacável, balançou as redes para dar a classificação aos sul-americanos. A Argentina venceu sem brilho, mas com méritos inegáveis.

 

 

NO ADEUS BRASILEIRO A VITÓRIA DA EFICIÊNCIA

 


O que dizer do jogo Brasil x Croácia? Foi um jogo de alto nível. Talvez o melhor desta Copa até agora. A Croácia tem um meio de campo excepcional formado por Kovacic, Brozovic e o Modric, um exemplo de excelência em campo, e, apesar da posse de bola ter sido quase igual, os croatas tocavam a bola com muito mais consciência. É fato que o Brasil foi mais ofensivo. Há uma questão que, em fubebol, é essencial e faz a diferença: gol. Examinando com uma boa lupa se observava que mesmo chegando mais não havia acerto nos chutes a gol. Ou eram errados ou apressados. Neymar não fazia uma boa partida e foi acompanhado por Casemiro, que errou muitos passes. Perisic, um jogador extremamente rápido e perigoso, teve as melhores oportunidades da Croácia, mas não foi também muito feliz. Neymar, todas as vezes que tentava, não conseguia superar a defesa. Nem os dribles de Vini Jr. ou a raça de Richarlison surtiram efeito. E, nas poucas vezes, que Paquetá ou qualquer outro chegaram perto de criar erraram no passe final ou na finalização. A preocupação em segurar os avanços do adversário parecia ser maior que a opção no ataque. E os jogadores da Croácia, quando tinham a bola, tocavam com maestria custando a  haver a recuperação. No segundo tempo a equipe cresceu de produção e Tite, entendeu de tirar Raphinha e colocar Antony; mas, errou feio foi em tirar Vini Jr. para a entrada de Rodrygo. Naquela posição o jovem pecou pela lentidão. Não puxou os contra-ataques, porém criou algumas jogadas. Neymar, duas vezes na cara do gol, não acertou e foi acompanhado por Paquetá. Pedro entrou no lugar de Richarlison e, sem eficiência dos dois lados, acabaram indo para a prorrogação. Apesar do Brasil parecer melhor não parecia o jogo ter ficado diferente na prorrogação. Até que Neymar, no único lampejo na partida, fez uma tabela, no último minuto do primeiro tempo, com Lucas Paquetá, driblou o goleiro e fez o gol.

No segundo tempo da prorrogação o time da Croácia tomou conta da bola. E tudo parecia ficar do mesmo jeito. Não estava. Faltava, no campo e fora, quem alertasse que era uma final de quinze minutos e o Brasil, quando tivesse a bola, teria que fazer a mesma coisa do adversário: tocar para passar o tempo. Assim se comportava de uma forma errada isolando a bola, de qualquer maneira, ou procurando o gol de uma forma desorganizada. E foi assim que, quatro minutos antes do fim do jogo, Petkovic teve a chance e aproveitou. Num contra-ataque rápido recebeu a bola e chutou. Ainda contou com a sorte de desviar em Marquinhos  antes de vencer o goleiro Alisson. A decisão foi para os pênaltis. Rodrygo, o primeiro a bater, errou. Todos os croatas que bateram acertaram até mesmo quando chutaram mal no meio do gol. E Marquinhos acertou a trave na quarta cobrança. Vini Jr. tinha dito que vencesse a melhor equipe. Venceu. A Croácia foi mais eficiente e ganhou com a elegância das grandes equipes. Pelo menos não foi uma queda vergonhosa como a da Copa passada contra a Bélgica, quando Tite devia ter sido dispensado. Um erro fatal.

Tuesday, December 06, 2022

O ADEUS DA ESPANHA E O BAILE PORTUGUÊS

 


A Espanha, depois de um imprevisto no último jogo contra o Japão, entrou nas oitavas com muita confiança em si mesmo. Até com orgulho mesmo. O técnico Luís Henrique disse que, para seu time, podia vir quem viesse. que sua equipe Apoiava-se no tique-taque, no estilo de muitos passes, de controle do meio-campo e da busca por espaços, sem se apressar. Já Marrocos é um time defensivo. Joga no contra-ataque para matar o jogo com uma bola. Na fase de grupos jogou contra a Croácia e contra Bélgica, sem levar gol. Levou um do Canadá. Uma infelicidade de Nayef Aguerd, que desviou a bola para suas próprias redes. Defesa dura, marcação implacável que só uma vez, no primeiro tempo, e na última bola da prorrogação, com Sarabia acertando a trave, deu oportunidade aos espanhois. Marrocos, na primeira fase da prorrogação, teve sua vez:  o centroavante Walid Cheddira desperdiçou chutando fraco para Unai Simon fazer uma salvadora defesa.  Com a ineficiência no ataque dos dois times, em 120 minutos, a decisão foi para os pênaltis. E goleiro marroquino Yassine Bono, defendendo dois pênaltis e uma bola batendo na sua trave fizeram a diferença. O lateral-direito Achraf Hakimi, de cavadinha, fechou o tempo da Espanha na Copa. O favoritismo da Espanha foi para o brejo. Foi a zebra, o único dos favoritos das oitavas a cair fora.  No outro jogo havia um favoritismo de Portugal, é verdade, todavia ninguém esperava que a Suíça fosse atropelada, sem dó nem piedade. Portugal, deixando Cristiano Ronaldo no banco, não tomou conhecimento do time adversário e sempre teve superioridade, embora, por duas vezes, Diego Costa tivesse que se virar para evitar o gol. Mas, o time português teve mais desenvoltura e procurou mais abrir os espaços e, aos 17 minutos, depois de uma jogada de João Felix, recebeu a bola da cobrança de um lateral, e enfiou com maestria a bola para Gonçalo Ramos, que girou e colocou a bola nas redes. A Suíça até tentou equilibrar o jogo, mas, numa cobrança de escanteio, Pepe subiu e cabeceou ampliando o placar e se tornando o 2º jogador mais velho a marcar um gol numa Copa. Os suíços bem que tentaram parar Portugal. Não deu. Gonçalo Ramos estava em um dia de glória e fez o segundo dele, aos 6 minutos do segundo tempo. Depois foi a vez de Raphael Guerrero, num contraatraque, receber na área e acertar um belo chute: 4x0. A Suíça não desistiu de procurar mudar o rumo das coisas e chegou a fazer um gol com Akanji. Não era mesmo dia deles. Novamente Gonçalo Ramos fez o terceiro, e, por fim, Rafael Leão completou o chocolate. Cristiano Ronaldo entrou aos 29 minutos sem conseguir marcar. Portugal fez a melhor exibição de uma seleção até agora. Pepe, Raphael Guerrero, João Felix, William Carvalho e Bruno Fernandes estiveram muito bem e Gonçalo Ramos fez seu nome. Agora Portugal pega Marrocos como favorito.

Monday, December 05, 2022

O BRASIL VENCE COM BOM FUTEBOL

 


Croácia e Japão começaram o jogo não acertando muito o passo. A posse de bola foi maior sem que os croatas fossem objetivos na procura do gol. O Japão, buscando ligações diretas com passes longos, também não acertava. Porém com velocidade conseguia escapar no contra-ataque e num deles conseguiram um escanteio. Na cobrança Yoshida escorou para o meio e  Maeda, que, antes, não acertava nada, fez a única finalização certa dos japoneses, aos 43 minutos, fazendo o gol. Não deu tempo para mais nada com apenas dois minutos de acréscimos. Zlatko Dalic tentou mudar as coisas, primeiro colocando Petkovic, com resultado apenas razoável. Kramaric também entrou sem muito sucesso. O segundo tempo começou  sem ninguém acertar nada quando, aos 10 minutos, zagueiro Lovren cruzou uma bola na  cabeça de Perisic, que deixou tudo igual. Depois do gol o Japão não foi mais feliz em explorar sua velocidade e o time europeu somente alçando bolas para a área também não conseguiu mais fazer coisa nenhuma e, com a igualdade, foram para a prorrogação. Sem Modric e Kovaric, cansados, o time da Croácia caiu e foi meramente burocrático. E só Mitoma, pelo Japão, obrigou Livakovic a fazer uma boa defesa. Vieram os pealtis e o goleiro pegou três bolas! A Croácia fez com Vlasic, Brozovic e Pasalic- só Livaja errou. No Japão só Asano. E os samurais azuis deram adeus à Copa. O jogo do Brasil x Coréia do Sul fica difícil até de analisar da forma como ocorreu. É que o Brasil começou com um pouco mais de posse de bola e, logo aos 7 minutos, numa jogada de Raphinha a bola sobrou limpa para Vinícius Júnior, que escolheu como chutar no gol. Com 1x0 os planos de viver de contra-ataque da Coréia se desmancharam. E foram desfeitos, de vez, num pênalti, aos 13, batido com a maior frieza por Neymar. É claro que, com dois a zero a partida se converteu em mamão com açúcar e o time brasileiro, daí em diante, tocou a bola com tranquilidade até que Richarlison roubou uma bola e tabelou para receber e marcar o terceiro, numa bela jogada, aos 29 minutos. Para coroar, aos 36, outra bela jogada redundou no quarto de Paquetá. Não havia muito mais o que fazer porque foi um primeiro tempo irrepreensível. Veio o segundo tempo e não se tinha mais o mesmo ímpeto nem determinação. Perdido o foco, só esperando o tempo passar, os coreanos foram tendo maior volume de jogo e incomodaram Alisson que teve que fazer boas defesas até que, aos 76 minutos, Paik Seung-Ho acertou um tijolaço que vendeu o goleiro brasileiro. Não houve mais muito coisa, apesar de algumas oportunidades desperdiçadas de ambos os lados, mas, verdade seja dita, o goleiro Kim Seung-Gyu  fez duas defesas excepcionais. O Brasil fêz, até aqui, sua melhor partida. No fim venceram, de novo, os favoritos que vão se enfrentar: BrasilxSérvia.

Sunday, December 04, 2022

OS FAVORITOS SE IMPUSERAM SEM GRANDES PROBLEMAS

 


A França começou o jogo melhor e até conseguiu dar trabalho com um chute forte de Koundé. Depois o jogo ficou igual, mesmo com a maior posse de bola, francesa, e a Polônia começou a gostar tocando a bola, quando podia, e criando duas grandes oportunidades. Numa delas o goleiro e capitão da França, Hugo Lloris, que, com 142 jogos, se tornava junto com Liliam Thuram, quem mais fez partidas pela seleção francesa, defendeu e tiveram mais dois chutes sucessivos que não entraram por obra do espírito santo das defesas. E, como quem não faz leva, o time francês conseguiu concatenar uma jogada rápida e Mbappé achou Giroud, que com faro de artilheiro estava no lugar certo, e não errou: 1x0. Foi o suficiente para acalmar as coisas e a França se impor sem problemas. No segundo tempo a estrela de Mbappé brilho, com dois gols em chutes fortes que o goleiro Szczesny não conseguiu alcançar. Nos acréscimos, em um pênalti, Lewandowski descontou, mas perdeu, na primeira  vez, e o juiz mandou voltar porque o goleiro saiu antes do chute. A Polônia pecou muito. As falhas na defesa foram sucessivas e não aprendeu, como fazem asiáticos e africanos, a não deixar chutar. Méritos de Mbáppé à parte, não se pode deixar alguém como ele, ou Messi, chutar sem procurar travar a bola. Foi como tirar pirulito da boca de criança. No outro jogo Senegal, mesmo com menor posse de bola (64% de posse de bola inglês contra 34% no primeiro tempo) parecia capaz de causar uma surpresa aos ingleses. E, por incrível que pareça, com velocidade os atacantes de Senegal criaram as melhores oportunidades. E num lance em que a defesa inglesa falhou por pouco, muito pouco mesmo, Ismaila Sarr, que chutou por cima, não abre o placar. E, em outro, logo depois, Boulaye Dia,  com um chute cruzado, obrigou Pickford a fazer uma defesa difícil. A questão é que marreco não é cisne. A qualidade do futebol inglês é muito melhor. E o trio Kane-Bellingham-Henderson acertou uma jogada e, este último, aos 38 minutos, não perdoou: 1x0. Foi só o que precisava para transformar a partida num passeio tranquilo. Nove minutos depois. Phil Foden deu assistência para Harry Kane marcar o segundo tento da Inglaterra. Senegal até tentou mudar as coisas, com duas mudanças na segunda etapa, mas nada se alterou. E, aos 11 minutos,  novamente Foden serviu, desta vez, a  Saka, que deu cifras definitivas à partida. Depois até retirar jogadores para descansar a Inglaterra se deu ao luxo. A partida estava totalmente sobre seu controle e com o placar mais elástico, até agora, das oitavas de final. O maior destaque da rodada, sem dúvida, foi Mbappé, decisivo para sua equipe, e infernizando a vida da defesa da Polônia. E no outro jogo quem apareceu, e tem sido fundamental para sua equipe nesta Copa, foi , Bellingham, que, com apenas 19 anos, se comporta como um veterano. Agora a França vai enfrentar a Inglaterra nas quartas. Até agora o favoritismo tem se confirmado. Ganharam os esperados: Holanda, Argentina, França e Inglaterra. Amanhã são favoritos Brasil e Croácia. Espero que o roteiro original continue. O Son, no entanto, disse, com muito bom senso, que é preciso que isto se confirme no campo. Agora Tite e seu comandados que se virem para não quebrar a escrita.

Saturday, December 03, 2022

GRANDES JOGADORES FAZEM A DIFERENÇA

 


Holanda e EUA fizeram o primeiro jogo das oitavas de finais. E, como tem sido a tônica, o jogo começou chato, muito estudado e, talvez, com uma leve vantagem norte-americana, que parecia dominar porque os holandeses se postaram na  defesa. A impressão foi desfeita por uma troca de passes que foi parar nos pés de Memphis Depay, que invadiu a área e, mostrou ser um dos mais perigosos atacantes do momento, deslocando o goleiro, e abrindo o placar. Como em outras ocasiões os Estados Unidos procuraram o gol de empate e tiveram 61% da posse de bola, no primeiro tempo, com a marca deste mundial: a falta de efetividade no ataque. Eficiência teve o time laranja, que nos acréscimos, tabelou para, com um cruzamento pela direita, encontrar Blind, que bateu de perna direita e ampliou a vantagem ainda na etapa inicial. No segundo tempo a Holanda postou-se bem e continuou acumulando as boas oportunidades de contra-ataques. Os Estados Unidos tiveram o domínio da partida e até deram trabalho ao goleiro Noppert com o jogo ficando mais aberto e tendo mais oportunidades de gol. Quando, aos 31 minutos, tudo indicava um jogo definido, os erros da defesa holandesa propiciaram a  Wright, contando com um desvio, o gol, que recolocou seu time no jogo.  E partiram para cima com disposição, porém, depois de uma trama bem urdida, pela esquerda, quando a pressão era maior, Denzel Dumfries pegou um cruzamento de canhota e definiu para a equipe de Van Gaal: 3X1. By, by EUA. No jogo entre Austrália e Argentina, onde esta era considerada favorita, no campo não encontrou facilidade para romper o sistema da Austrália. Tocavam muito a bola, mas bola sem oferecer perigo e os australianos começaram a gostar do jogo. No entanto, o diferencial Lionel Messi, no seu milésimo jogo, aproveitou uma bola vinda de Otamendi e, como somente ele é capaz de fazer, bateu na bola entre as pernas do zagueiro, aos 35 minutos, e surpreendeu o goleiro Ryan: 1x0. Até a volta no segundo tempo o jogo ficou mais fácil para o time de Scaloni. O jogo, então, ficou morno, chato e, quando menos se esperava, os australianos fizeram uma lambança na defesa com Matt Ryan, ao tentar sair jogando, entregar a rapadura perdendo a bola para, aos 11 minutos, Julián Alvarez só tocar e fazer 2x0. Não havia muito o que fazer? Ledo engano. Aos 20 minutos, Goodwin bateu de fora da área e, com um desvio de Enzo Fernández, o goleiro Emiliano Martínez só podia fazer o que fez: olhar a bola entrar. Por incrível que pareça a Australia ainda teve duas chances de empatar e Lautaro Martínez duas chances de perder gols vinda de Messi. A Argentina passou apertado, apesar de ter tido condições de ser de outra forma. Agora terá um adversário muito duro pela frente que irá medir, de fato, sua capacidade de ir adiante: a Holanda. Se não tivemos ainda uma grande exibição de alguma seleção, os craques fazem a diferença, vide Messi, Depay e Dumfries.

SER FAVORITO NÃO QUER DIZER NADA

 


Esta Copa do Catar tem sido uma demonstração do nivelamento das equipes, a partir de que o dinheiro passou a comandar o esporte. Começa que, pela segunda vez, o que é lamentável, a Itália ficou de fora. E continua pelo fato de que já foram eliminadas grandes seleções com tradição, como a Alemanha e Uruguai. Tradição, é evidente, não ganha jogo. Basta ver que a própria Alemanha, Portugal, Espanha, Argentina e Brasil foram surpreendidos por times com muito menos condições e estrelas. Mas, no futebol, nunca foi incomum um time mais fraco com mais conjunto ganhar de um mais forte e desorganizado- seja por qual motivo for. Principalmente quando, apesar de dominar a partida, não faz gols, o que continua sendo o essencial. Por isto, embora nas oitavas haja um certo favoritismo de algumas equipes não se pode assegurar nada. É um torneio onde somente Inglaterra, Holanda, EUA, Marrocos e Croácia não perderam nenhuma partida.  Isto também não assegura nada. De qualquer forma há favoritismos nas partidas que se travarão nas oitavas de final. Se formos examinar o maior favorito de todos é a Argentina. É difícil imaginar que a Austrália tenha time para segurar Messi & cia. Depois vem a Espanha, embora força é dizer, Marrocos é um time duro, muito forte na defesa, a melhor até aqui desta Copa. Em terceiro lugar o favoritismo é do Brasil contra a Coréia do Sul e, depois, a Holanda deve passar pelos EUA, a França é favorita contra a Polônia. A Inglaterra também é favorita contra Senegal, mas não será um jogo fácil. Portugal, que joga contra a Suíça deve passar também e, por fim, a Croácia tem mais probabilidade que o Japão. Bem esta é uma análise pelo aspecto lógico e do que apresentaram com a ressalva de que, por esta mesma ótica, não teriam saído Alemanha, Uruguai, Dinamarca e Equador, ou seja, nós teremos que ver, mesmo, é o que acontece em campo. O que dizer do Brasil? A derrota para Camarões foi uma decepção. Menos pelo adversário em si, que tem alguns excelentes jogadores, do que pelo comportamento do time e do treinador. Se, na primeira partida, o Brasil jogou e convenceu, não se pode esquecer que não foi nenhuma Brastemp na parte ofensiva. O mesmo se viu o jogo contra a Suíça e se escancarou na derrota. Em toda a Copa, nos três jogos, o Brasil fez 51 finalizações, 15 pela direita, 25 pela esquerda e 11 pelo meio. Como a média da Copa é de 1 gol a cada 12 tentativas, nosso time teria que ter feito, pelo menos, quatro gols. Não fez por pecar muito ofensivamente. Falta qualidade na finalização. Ou maturidade. E, por estranho que pareça quem mais finalizou foi Rodrygo (seis), que jogou mais pelo meio, depois Bruno Guimarães e Casemiro (cinco). O atacante que mais finalizou foi Richarlison, quatro vezes. Fez dois gols, porém seu desempenho, no geral, é apenas regular. O de Gabriel Jesus, com duas finalizações, foi ridículo. Enfim, o que podemos esperar do Brasil? Muitos gols não parece ser o feitio de Tite. Podemos chegar lá? Sim. Com sofrimento. E podemos, como aconteceu com a Bélgica e Camarões, enterrar os sonhos com um golzinho de qualquer adversário. O Brasil não é mais diferente de qualquer equipe.

Friday, December 02, 2022

A IMPLACÁVEL LEI DE QUE “QUEM NÃO FAZ, LEVA”

 


O ditado, muito popular no futebol, de “Quem não faz, leva”, resume o que foi a rodada de hoje da Copa do Mundo do Catar. O jogo entre Coréia do Sul e Portugal foi o mais importante do grupo H porque, dependendo de seu resultado, qualquer coisa que acontecesse no outro jogo seria pouco importante. Não foi assim. O jogo havia começado, logo aos 4 minutos, Ricardo Horta, depois de uma jogada de Dalot pelo lado direito, abriu o placar. A Coreia, sem opção, foi para o ataque e balançou as redes, aos 16 minutos, com Kim Jin-Su, mas o gol foi anulado por impedimento. Só, aos 26 minutos, com Kim Young-Gwon, num escanteio chegariam ao empate. Depois do gol, Portugal voltou dominar a partida e teve  as melhores chances de fazer o segundo gol. Também, no segundo tempo, a posse de bola era do time português que não conseguia criar oportunidades efetivas de gol. Son, o Zorro, foi quem incomodou e, no final, aos 45 minutos, puxou o contra-ataque enfiou, com maestria, a bola nos pés de Hwang Hee-Chan, que só teve o trabalho de desviar  de Diogo Costa e garantir a vaga para as oitavas de final. Nem sem sofrimento, é verdade, tiveram que esperar Gana impedir um terceiro gol do Uruguai, que classificaria os sul-americanos. Deu Portugal em primeiro e Coréia do Sul, em segundo. No grupo G algo similar aconteceu com o Brasil com menos emoção. O Brasil desde que a bola começou a rolar teve o domínio da posse de bola contra Camarões. Mas, apesar das escapadas de Antony e de Martinelli pelas pontas e de Rodrigo, pelo meio, não surgiram chances efetivas de gol. Só  Martinelli, com uma cabeçada, aos 13 minutos, ficou numa posição melhor para abrir o placar. A ironia é que Mbeumo proporcionou o primeiro perigo para a meta brasileira na Copa, aos 47 minutos, obrigando Ederson a fazer uma grande defesa. No segundo tempo o  Brasil voltou a dominar o jogo e a desperdiçar chances de ser mais efetivo. Até fez o goleiro Epassy realizar algumas defesas importantes. Mas nem mesmo as  trocas, colocando Bruno Guimarães, Everton Ribeiro e Marquinhos, no lugar do lesionado Alex Telles, melhorou a capacidade de chegar com perigo ao gol de Camarões. Gabriel Jesus, desaparecido, só foi substituído tardiamente por Pedro. E mesmo este, que teve duas oportunidades, parecia que desaprendeu como concluir. Algumas conclusões brasileiras em direção ao gol foram ridículas. Bruno Guimarães, então, devia ter sido treinado para aprender a chutar. E, de novo, o castigo aconteceu: numa jogada perfeita dos camaroneses, aos 46 minutos, Ngom cruzou na área e Aboubakar com uma cabeçada certeira, deixou Ederson, sem pai nem mãe, olhando a bola entrar. Foi uma despedida gloriosa de Camarões da Copa e, certamente, merecida. Jogaram com seriedade, empenho e fizeram o que faz diferença: o gol. Um castigo para Tite, que errou muito na escalação e no tempo de fazer as mudanças. O Brasil, é fato, acabou em primeiro lugar por causa do outro jogo onde a Suíça fez 3x2 na Sérvia. No entanto, além de perder a invencibilidade, passou a impressão de que não é muito diferente dos demais times. Enfim, esta é um copa que pode dar qualquer coisa se examinarmos, sem paixão, o que aconteceu até agora.

 

Thursday, December 01, 2022

OS SAMURAIS AZUIS SÃO A GRANDE SENSAÇÃO DA COPA DO CATAR

 


Foi um jogo muito movimentado entre Marrocos e Canadá. Não era o meu preferido. Estava de olho mesmo era em Croácia e Belgica, porém não sei a razão; não foi a preferência dos canais de televisão aberta nem do Youtube. Marrocos, logo no começo, com um presente do goleiro, marcou com Ziyech que, de cobertura, empurrou a bola no fundo da rede. Depois continuou dominando o jogo. Com uma marcação adiantada imprensou o time do Canadá, gostou do jogo e ficou tentando. O segundo veio dos pés de En-Nesyri, que, entre dois marcadores, depois de um belo lançamento de Hakimi, teve a habilidade necessária para chutar cruzado e fazer o gol. A fatura parecia liquidada porque o padrão de jogo do Canadá não se alterava. Já nos acréscimos do primeiro tempo, entretanto, num cruzamento, Aguerd marcou um gol contra.  O primeiro tempo terminou 2 a 1. No segundo tempo o Canadá voltou melhor mesmo com o jogo até por volta dos 20 minutos,  sendo muito travado. Depois, marcando por pressão, acabou tendo as melhores oportunidades e acertou o travessão numa cabeçada de Hutchinson. O Canadá mandou no segundo tempo. Não adiantou nada. Não fez o gol e saí sem um ponto sequer. Marrocos ficou em primeiro no grupo F. Assisti depois os melhores momentos de Croácia e Bélgica. Lukaku não deu sorte e, apesar das chances maiores, a Croácia segurou o empate e a classificação. Marrocos ficou em primeiro. No Grupo E foi uma rodada impressionante. A Espanha começou parecendo que iria ganhar com facilidade do Japão e, com um gol de cabeça de Morata, encaminhou este roteiro, mas chegou o final do primeiro tempo e nada de sair outro gol. Na volta do intervalo o Japão virou o jogo de forma fulminante. O técnico Hojimi Moriyasu deve ter dado Red Bull para seus jogadores porque o time criou asas. Na primeira bola que tocou, Ritsu Doan chutou com muita força e o goleiro Unai Simón não conseguiu segurar. Seis minutos depois Tanaka deu cifras definitivas ao placar: 2x1. A Espanha não conseguiu mais furar o bloqueio japonês. E, num determinado momento, com Costa Rica ganhando de 2x1 da Alemanha estava para ficar de fora do mundial. Depois a Alemanha restabeleceu o equilíbrio e tudo ficou na mais perfeita ordem com 4x2 para os alemães, que ficaram de fora e classificaram a Espanha. O que ninguém diria, quando a Copa iniciou, é que o Japão terminaria em primeiro de um grupo com Espanha e Alemanha e, menos ainda que este feito aconteceria ganhando dos dois campeões mundiais e perdendo para Costa Rica! Foi uma rodada maluca e emocionante. E os samurais azuis fizeram história: são a sensação da Copa do Mundo do Catar.  

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O TANGO DA LOUCURA TOCOU NO GRUPO C

 


No grupo D, França foi enfrentar a Tunísia para cumprir tabela tanto que colocou o time reserva. Já o outro jogo, o da Dinamarca, que enfrentou a Australia pressionada por precisar do resultado para ir em frente, era um jogo decisivo. E os dinamarqueses tiveram mais posse de bola, no primeiro tempo, sem conseguir passar por uma defesa bem postada. Até teve a melhor oportunidade, com Jansen, aos 11 minutos, quando Ryan defendeu, mas com jogadas laterais não conseguiam chegar ao gol. McGree e Duke tentaram de fora da área sem sucesso e os contra-ataques também não aconteceram. A Austrália voltou, no segundo tempo, mais agressiva, propondo mais jogo e era melhor no setor ofensivo. Logo no início finalizou por cima do gol de Schmeichel. Os ataques, no entanto não conseguiam ser efetivos e a Dinamarca, apesar de tudo, continuava com mais posse de bola, mesmo sem efetividade. O problema foi que perderam a bola e os australianos conseguiram encaixar um ataque com Leckie, que recebeu um lançamento perfeito de McGree, deu dois dribles desconcertantes em Maehle, já na área, e chutou cruzado no canto, abrindo o marcador.  Se a Dinamarca não se acertava antes não se acertou também depois. A Tunísia fez um a zero na França e, por dois minutos, parecia poder ir para a outra fase, mas sofreu até o fim para ganhar e com um gol anulado de Greizman, erroneamente, no último minuto. Os tunisianos experimentaram o doce sabor de ganhar da França e o amargo gosto de ter que ir embora.  Já na grupo C o jogo decisivo foi o da Polônia com a Argentina. Os portenhos precisavam ganhar para alcançar as oitavas. E amassaram a Polônia. Tiveram 74% de posse de bola no primeiro tempo e se deram ao luxo de perder um pênalti e, logo quem, Messi. Sejamos justos: Messi não perdeu. Foi o espirito de justiça dos campos de futebol que o impediu de marcar. Foi um erro de arbitragem. O goleiro acertou o rosto de Messi, mas depois que este colocou a bola para fora. E não teria como parar. Podia ser o fim da picada. Não foi. Messi, frio, procurou o jogo mais do que nunca  levando sua equipe na base da raça e da emoção. Foi recompensado no segundo tempo, aos 15 minutos, Mac Allister encerrou o sofrimento argentino, depois as tentativas continuaram até que, aos 22 minutos, veio segundo gol, com Julián Álvarez, que recebeu um passe de Enzo Fernández na grande área e finalizou no ângulo, e Szczesny não teve como fazer nada. Apesar disto foi a grande figura do jogo: num jogo só fez mais defesas que 80% dos goleiros nos outros jogos da Copa. Pegou muito. A Argentina teve uma vitória tranquila e merecida, pois os poloneses não viram a bola. Sorte deles que, mesmo o México amassando a Arabia Saudita, e fazendo dois gols, levaram um nos acréscimos. A copa tem dessas coisas: perdendo a Polônia se classificou. Uma classificação penosa na base da loucura das duas equipes que procuraram o gol: Argentina e México. A Argentina mostrou que é uma grande equipe e que pode chegar a ser campeã.