Sunday, July 13, 2014
Venceu merecidamente o
melhor time. E foi somente a garra, a capacidade de se superar do time
argentino que levou esta final a ser uma final emocionante. Pelo que fizeram na
Copa do Mundo, de fato, esta final deveria ter sido decidida entre Alemanha e
Holanda. Os argentinos, embora jamais vão reconhecer isto, tomaram pela
dedicação,esforço e sorte a vez da Holanda tentar mais uma vez. E diante da
Alemanha proporcionaram uma partida digna de uma final de Copa não somente
levando o seu desfecho para a prorrogação como tendo, mesmo sendo um time menos
preparado, as melhores oportunidades de ter, no mínimo, feito um gol na
Alemanha e complicado ou, por artes do destino, até ter feito uma história
diferente. O fato é que as melhores oportunidades de gol foram desperdiçadas
por Higuain, numa bola mal atrasada, e por Palacio, quando a bola sobrou limpa
para ele na entrada da área. Não fizeram e, no fim da prorrogação, Göetze teve
a oportunidade e fez.
A Alemanha encontrou
muita dificuldade para vencer uma Argentina bem postada na defesa e disposta
contra-atacar com o talento de Lionel Messi. E jogadores de sua defesa como
Mascherano, Demichelis, Garay, Zabaleta, Rojo e Biglia fizeram das tripas
coração para que a bola não chegasse limpa para um chute dos alemães. Os
argentinos se postavam atrás esperando uma oportunidade e, muitas vezes, quase
a tiveram. Foi a paciência de um time melhor, com mais iniciativa de jogo e
mais posse de bola, pois, a Alemanha teve 53% da posse de bola no final, mas,
em partes do jogo chegou a ter 60%, contra um time que era extremamente
contundente no ataque tanto que os dois times empataram em número de finalizações.
A diferença foi que Gotze aproveitou um cruzamento de Schurrle aos sete minutos
no segundo tempo da prorrogação, matando a bola no peito e batendo cruzado para
acabar com a festa dos argentinos no Maracanã.
Que melhor final
poderia existir para uma Copa que os deuses haviam previsto que seria mesmo
alemã? Que Neuer ganhasse a “Luva de Ouro”, como o melhor na sua posição era um
resultado natural e merecido. Mas, não se pode falar deste time sem destacar
sua atuação coletiva, sua capacidade de, mesmo nos piores momentos, se
comportar como um conjunto. Não há
também como não se louvar dois gigantes como foram nesta Copa Lahm e
Schweinsteiger, mas, jogaram muito também Kroos, Hummels, Höwedes, , Kedira,
Schürrle, Müller e Ozil. E, como técnico também ganha, ou perde, jogo, não se
pode esquecer do trabalho de Joachim Low. A Alemanha, portanto, ganhou seu
tetracampeonato por ser um time mais organizado, mais maduro e que, no fim,
aproveitou a oportunidade que teve. Foi o grande time desta Copa e, por tal
razão, ganhou com justiça e bom futebol a Copa do Mundo de 2014.
Saturday, July 12, 2014
Uma despedida melancólica
Para coroar uma
participação vexaminosa do Brasil, na disputa pelo terceiro lugar, antes dos
dois minutos, ao fim de uma tabela de Van Persie e Robben, este foi agarrado perto da área por Thiago Silva. E para uma partida melancólica nada melhor que
um árbitro de igual teor, daí ter dado pênalti, que Van Persie, sem perdão,
converteu. Até que, de forma atabalhoada, o time brasileiro tentou fazer alguma
coisa, mas, o que conseguiu foi provar que não era mesmo seu dia, pois, até David Luiz voltando, de cabeça, conseguiu ajeitar
um cruzamento de De Guzmán, para que, dentro da área, sem marcação, Blind não
tivesse problema em fazer 2 a 0 aos 16 minutos. Se o jogo estava ruim, então,
no primeiro tempo conseguiu ficar pior sem que houvesse uma coordenação sequer
razoável dos brasileiros em campo, enquanto, satisfeitos, os holandeses tocavam
a bola, marcavam e esperavam uma oportunidade para fazer outro. A torcida bem
que tentava apoiar, mas, cansada, vez por outra, ensaiavam uma vaia, talvez, para
espantar o tédio da partida ruim.
No segundo tempo
até que Felipão quis dar mais dinamismo ao time, trocou Luiz Gustavo por
Fernandinho. O volante, todavia, só aparecia cometendo faltas. Fez mais uma
tentativa com Hernanes no
lugar de Paulinho, e reforçou a capacidade de chutar as pernas dos adversários.
Na única bola que poderia ter feito um gol Ramires, que foi uma sombra de
jogador nesta Copa, conseguiu chutar uma bola que, a rigor, foi a única chance
de gol construída pelo time. Depois foi substituído por Hulk que ficou verde de
correr sem efetividade, pois, o único chute que deu para o gol esteve longe de
ameaçar o gol de Cilessen, um espectador privilegiado que somente pegou uma
bola de uma falta batida por David Luiz no centro de sua meta. Nem mesmo o
cansaço de um adversário que jogou 30 minutos de prorrogação um dia após o
vexame verde e amarelo fez qualquer diferença. Só Robbens se destacava pela
capacidade de criar problemas e Oscar que, mais pelo esforço e a criatividade,
dava trabalho à marcação bem postada. O Brasil se arrastava com mais posse de
bola inútil em campo sem produzir nenhuma ameaça real ao gol holandês. No último minuto Janmaat recebeu de Robben
pela direita e cruzou para conclusão de Wijnaldum para dar o golpe de misericórdia numa participação lamentável
da seleção brasileira. Era o terceiro gol, e o décimo em duas partidas
que Júlio César tomava, e, diga-se que este foi defensável, para coroar o final
previsível de uma despedida melancólica da Copa do Mundo de 2104 para a seleção
brasileira.
Thursday, July 10, 2014
Depois de 24 anos Argentina está na final da Copa
Foi uma partida difícil, típica de decisões,
emocional sim, porém, de um futebol muito fraco, com os dois times marcando
duramente e com poucas chances de gol. Messi e Robbens, os dois grandes nomes
das equipes, por isto mesmo, tiveram atuações abaixo de suas possibilidades,
mas, no final, a Argentina garantiu a vaga derrotando a Holanda nos pênaltis. E,
mais uma vez, com surpresas, de vez que a estrela da tarde acabou sendo, o
goleiro Romero, que defendeu duas cobranças, por sinal, mal feitas. Apesar do
primeiro tempo ter sido de muito poucas oportunidades quem teve as melhores foi
a Argentina logo, aos 13 minutos, com uma cobrança de falta de Messi bem
defendida por Cillessen. Embora os holandeses tivessem um pouco mais de posse
de bola não conseguiam criar em face da marcação imposta pelos argentinos que,
postados atrás, não deram chance para a melhor arma laranja, Robben, que não
teve espaço para aparecer. E, com isto, a outra oportunidade que apareceu foi
numa cobrança de escanteio, aos 23 minutos, quando Garay quase marca, mas, a
bola subiu demais. E foi só mesmo. Muito pouco os dois times criaram.
No segundo tempo, apesar da Holanda mudar e procurar mais o
jogo, a partida permaneceu muito presa no meio de campo. Só aos 29 minutos,
numa escapada, Pérez fez um ótimo cruzamento para Higuaín que, na pequena área,
esticou-se para tocar para o gol e acertou a rede, pelo lado de fora, assustando
os holandeses. Se bem que a Argentina ameaçasse mais, com jogadas mais
contundentes, foi a Holanda quem, aos 45 minutos, teve a melhor oportunidade de
liquidar a partida. Robben recebeu um passe de Sneijder, entrou na área
driblando dois zagueiros, dando uma caneta num, e, na entrada da pequena área, quando
bateu para o gol apareceu o pé salvador de Mascherano para desviar a bola. Veio
a inevitável prorrogação. E, contrariando as expectativas, de vez que as
substituições argentinas somente foram feitas no final do tempo normal, a
Holanda voltou assumindo o jogo e acionando mais Robben ainda que com muitos
erros de passes e finalizações. E, por ironia, a Argentina teve na cabeça de .
Palacios recebendo um lançamento, a grande chance, mas, este cabeceou fraco nas
mãos de Cillessen. Já era um sintoma do
cansaço geral e, como os erros e passes errados, de ambos os lados,
persistiram, outra vez uma semifinal de Copa terminou sem gols.
Nos pênaltis, logo no primeiro, a estrela de Romero brilhou
quando defendeu o pênalti, cobrado por Vlaar, e, em seguida, também o segundo,
batido por Sneijder. Como os argentinos, todos, acertaram suas cobranças, a final
contra a Alemanha ficou definida. Assim o Maracanã irá assistir a reedição da
final de 1990, quando ambos se enfrentaram e, naquela ocasião, a Alemanha
ganhou por 1x0. Passado é história. O jogo de domingo ainda será escrito pelas
duas equipes e não tem favorito. De concreto é que, depois de 24 anos, a Argentina volta a disputar uma final de Copa do Mundo.
Tuesday, July 08, 2014
Uma festa triunfal da Alemanha no Mineirão
Não, meus amigos, eu
não estou triste. Desagradavelmente surpreendido, mas, não triste. Como
analista pensava ser muito difícil o Brasil ganhar da Alemanha, mas, como
torcedor esperava que os deuses do futebol acordassem o talento que Oscar ou
Fred possuem, que, de repente, como acontece tantas vezes, o time se
encontrasse e se reconhecesse dentro de campo. Pedi que os deuses acordassem
nossos craques. Eles, no entanto, são caprichosos e resolveram acordar a
inspiração alemã transformando o que poderia ter sido um jogo numa ópera
burlesca, numa tragédia cômica em que um time, um time só jogava e fazia o que
bem desejava em campo. Sejamos francos: a seleção brasileira esteve ausente do
Mineirão.
Foi, e isto só merece
aplausos, uma exibição de gala de 20 minutos da seleção alemã. Dos 10 aos 29
minutos fizeram, nada mais, nada menos que cinco gols! Depois do terceiro
poderiam ter retirado o time do Brasil do gramado que não faria diferença. O
jogo poderia ter terminado 8X0, mas, terminou 7x1! O que importa isto antes ou agora?
Estava escrito, e nenhum dos adivinhos mais conhecidos e mais afamados, previu
ou deu indícios de que sofreríamos uma goleada histórica, um chocolate acachapante,
monumental. Diante de um resultado assim não há como buscar culpados. Poderia
ser o Felipão que não viu a periculosidade e o jogo compacto do adversário, sua
capacidade de, com rapidez e precisão, liquidar uma partida. Ou mesmo Parreira
que colocou nossa mão na taça sem que jogássemos o mínimo para merecê-la. Isto,
porém, seria uma injustiça colossal. Estava escrito que pagaríamos pelo nosso
excesso de confiança, que não poderíamos fazer, como fizemos, um jogo perigosamente
para a frente e ofensivo contra uma equipe tida como melhor e mais preparada.
Todavia, agora, que a partida terminou somos profetas do passado, um mero
esquadrinhador de uma partida que, para nós, brasileiros, deve ser lembrada
como a vitória de um time melhor e mais preparado sobre a pretensão vaidosa de
ganhar sem uma equipe competitiva e apenas com o talento e a raça. A vitória da
Alemanha foi a vitória de quem, além de se preparar, jogou nos erros do
adversário e jogou uma semifinal de Copa do Mundo como se deve jogar: com
aplicação e vontade de vencer.
Repito que não estou
triste. E nem deve ficar triste quem gosta de futebol, do futebol brasileiro, principalmente.
Assistimos a vitória de quem jogou melhor e, ao mesmo tempo, de forma
esmagadora acabou o tempo de pensar que podemos ser melhores sem treinamento,
sem tática, sem esforço e sem organização. Para o Brasil é bom, ótimo que a
derrota tenha sido tão humilhante, tão vexatória. Só assim iremos mudar a
gestão do nosso futebol. Só assim aprenderemos que o talento somente não basta.
É preciso organização, tática, suor e respeito aos outros times. A Alemanha
mostrou tudo isto é merece os nossos aplausos. Nós temos que absorver a lição e
refazer o nosso futebol. Se não fizermos isto, certamente, outras humilhações
nos serão ainda impostas. Não vale a pena chorar pelo trabalho que não foi
feito. Precisamos voltar a ter organização no futebol e formar jogadores na
base, nos nossos times para voltar aos bons tempos em que jogar contra as
melhores seleções não possa ser uma demonstração do quanto estamos
despreparados para ganhar uma Copa.
E se os sonolentos despertarem?
Meus amigos, ontem, vi
uma comparação entre os jogadores da Alemanha e do Brasil, feita num programa
de esportes de televisão, em que meia dúzia de comentaristas, e bons
comentaristas, na sua maioria, escolheram, nada mais, nada menos, que sete
alemães como melhores que os nossos jogadores. Eles colocaram um pouco de gelo
na comparação afirmando que se tratava do que jogaram na atual Copa ou no
estágio em que estão os jogadores. Não vou discutir critérios ainda mais que
também relativizaram dizendo que, hoje, no jogo tudo pode ser diferente. De
fato, cada caso é um caso.
Na minha opinião tudo
pode acontecer. Embora o time alemão pareça ser um time mais equilibrado não
fez um grande mundial. Pode-se dizer a seu favor que ninguém fez, mas,
convenhamos que podiam ter levado um chocolate de Gana se os africanos tivessem
uma pontaria um pouco melhor e, mesmo diante dos franceses, foi um desempenho
pífio como havia sido a vitória diante dos EUA por um magro 1x0. Sem contar
que, contra a Argélia, não fosse a excepcional partida de Neuer teriam voltado
para casa. Isto, é claro, do lado deles. Do nosso também não temos um retrospecto
de regularidade. E padecemos, e como padecemos, da falta de um meio de campo. Tudo está acontecendo de bolas paradas ou por ligação direta. Nós temos resolvido os jogos pelo talento de um ou outro jogador. E, agora, sem
Neymar, que era para os adversários o mais preocupante deles, não há dúvidas de
que ficamos mais fracos. Porém, não somos tão fracos assim. Basta lembrar que
não foi Neymar quem resolveu a última partida. Espantosamente foram Thiago
Silva e David Luiz. Ou seja, resolvemos um jogo difícil com gols de zagueiros.
Bem, eles também, contra a França, Hummels salvou a pátria.
Bem, mas, o que esperar
deste Brasil e Alemanha? Espero um jogo tenso, um jogo disputado, difícil.
Porém, não sei qual a razão, para considerar a Alemanha favorita. Para mim,
este jogo, como este mundial, apesar de ter dado, no fim a lógica, é de um
futebol medíocre, no sentido de regular, morno mesmo. Não houve uma grande
equipe. Nem Neymar, nem Messi, nem mesmo o melhor de todos até agora, o holandês
Robben, fizeram um grande mundial. Quem brilhou foi David Luiz e os goleiros. Os gols, em profusão, encobriram o futebol ruim. E quem está como artilheiro? James da
Colômbia. Sinceramente, é um bom jogador? É. Mas, prefiro, por exemplo, o
Oscar. O problema desta Copa, em termos de futebol, é que não deixará grandes
lembranças. Que lembranças, por exemplo, se tem da Copa de 1966 ou das copas
dos anos 74 ou 78? Não me recordo de nada. Nem ninguém se recorda. Mas, todo
mundo se recorda de times perdedores como a seleção holandesa de Cruyff ou a
seleção brasileira de 82. A razão é simples: quem faz diferença são os craques.
E o Brasil ainda tem alguns nesta seleção. O problema é que estão sonolentos,
dormindo em campo. E se eles acordarem? Se os deuses tiverem escrito que, hoje,
as coisas darão certo? Nada sei dos desejos dos deuses do futebol, mas, como
torcedor só espero que soprem no ouvido ou deem umas batidas de mãos para que nossos
craques acordem. Se estiverem despertos nem Neymar fará falta. É evidente que
se trata de uma declaração de torcedor, mas, prezados amigos, de que adianta o
futebol sem torcida, sem emoção, sem o imprevisto que o cerca? Hoje só
precisamos que a incerteza que cerca todo jogo se transforme num dia para ser
lembrado. E, num dia assim, tudo pode acontecer. Até 1x0 parecer goleada.
Sunday, July 06, 2014
Holanda vence Costa Rica só nos pênaltis
O jogo não foi muito diferente dos meus
prognósticos na medida em que sempre apostei em que a Holanda venceria. É uma
equipe muito melhor e, como seria de se esperar, teve o domínio completo do
jogo. O problema é que isto não adianta nada quando no tempo regulamentar e na
prorrogação não se consegue fazer um golzinho sequer. Um jogo sem gols é, sem dúvida, uma comprovação de que não chegou a ser o que dele se esperava. Ainda mais com 120 minutos de tempo. O mérito de Costa Rica
foi o de saber se fechar lá atrás e impedir a equipe holandesa de encontrar
espaços. Se não conseguiu totalmente nas
bolas em que os atacantes holandeses chegaram lá encontraram uma muralha no
goleiro Keylor Navas. No
primeiro tempo salvou sua equipe umas três ou quatro vezes.
O jogo em nada foi diferente no segundo tempo.
Era um ataque contra uma defesa com a Holanda buscando a classificação da forma
que podia e esbarrando nas mãos de Navas. Robben
continuou a ser o jogador mais ativo da Holanda, comandando os ataques de
perigo, mas, a bola insistia em não entrar. Louis van Gaal tirou Depay,
cansado, e colocando o atacante Lens, para ter mais presença na área e um jogo
aéreo mais forte, mas, quem ameaçou mesmo foi Sneijder, que quase faz o seu com
a bola, aos 37 minutos, numa cobrança de falta com perfeição, caprichosamente acertando
a trave. Navas ainda salvou um chute de Van Persie, que se livrou da marcação e
atirou forte e, para completar, teve sorte. O mesmo Van Persie recebeu ótimo cruzamento
de Blind e, na hora de empurrar para as redes, furou a bola, aos 41 minutos. Em
outro lance de Van Persie, logo em seguida, o zagueiro Tejeda salvou levando a
partida para a prorrogação.
A Holanda sentiu tanto que deu mais espaços para
Costa Rica que teve o lance que procurou o jogo todo, aos 10 minutos do segundo tempo do tempo extra, quando Ureña,
na entrada da área, driblou a marcação e ficou frente a frente a com Cilessen,
que fez uma grande defesa salvando a Holanda. Depois deste susto somente,
no último minuto, Sneijder acertaria uma bola na trave. A grande surpresa, na
cobrança de pênaltis, veio da substituição, por Van Gaal do Cilessen, para
colocar o reserva Tim Krul, goleiro do Newcastle. E Krul pegou as
cobranças de Ruiz e Umaña. Já Van Persie, Robben, Sneijder e Kuyt converteram
seus chutes. Não teve Navas mais que desse jeito. A Holanda, de forma
sofrida e cansativa, está na semifinal contra a Argentina.
Argentina fez o dever de casa
A Argentina está na
semifinal. E, mesmo tendo feito o seu melhor jogo, não jogou nem perto do que
se poderia esperar de um time com grandes jogadores. É certo também que fez o suficiente
para dominar a Bélgica. Se bem que foi um domínio não isento de sustos. No fim,
mesmo que se postando melhor no jogo, e ajudado por ter aberto o placar aos 7
minutos, numa jogada em que Messi passou para Di Maria e este serviu a Higuaín,
que bateu de primeira lá dentro, bem no canto direito de Courtois, foi uma
vitória sofrida com os argentinos sofrendo pressão até o apito final. A
Bélgica, depois do gol até que tentou sair para o jogo, mas, Hazard esteve
distante de jogar bem e não criava nada no meio de campo. Só sobrou De Bruyne que
testou o goleiro Romero chutando de fora da área, aos 25 minutos, porém, este espalmou.
E, logo depois, Di Maria, num corte para o meio, tentou chutar a bola e foi
travado por Kompany. Com problema muscular deixou o gramado, substituído por
Enzo Perez. E jogo terminou o primeiro tempo no mesmo rame-rame sendo que só em
bolas paradas ofereceu algum perigo.
Ainda que quisesse
tentar pressionar os belgas paravam na marcação bem feita dos argentinos. E não
criavam nada, daí que, aos 9 minutos, foi novamente Higuain, numa arrancada em
que chutou na trave quem quase faz o segundo gol. Para tentar alguma coisa o técnico
belga colocou Lukaku, Mertens e Chadli. Com a Argentina se defendendo bem nada
aconteceu e até para chuveirinho se apelou. Aos 35 minutos Sabella optou por
defender a vantagem e trocou Higuaín por Fernando Gago. A Argentina só pensava
em deixar o tempo passar segurando a bola. No contra-ataque quase que Messi deixou sua marca,
mas, Courtois levou a melhor defendendo. Depois foi somente esperar o final e
comemorar. Não há vitória feia. E esta que recoloca a Argentina entre os
melhores quatro times do mundo, como não poderia deixar de ser, foi recebida
com festas.
Saturday, July 05, 2014
Mais uma vitória dramática e complicada
O Brasil entrou em
campo contra a Colômbia, embora com toda a confiança que a torcida depositava no
time, sob o signo do receio, do medo. A rigor a Colômbia jamais foi um
adversário que assustasse o Brasil, como assustou nesta sexta-feira. E, muito
mais do que isto, foi uma vitória com um custo altíssimo, de vez que, ao
conseguir retirar da Copa Neymar e, pelo menos contra a Alemanha, suspender o
capitão da equipe, Thiago Silva, fez um estrago notável. Em campo, pelo menos
no início, a boa marcação brasileira não permitiu que a Colômbia jogasse. O
time do Brasil, mesmo sem que tenha feito um grande jogo, se postava com
seriedade, marcava bem e, quando não conseguia resultados no jogo, não hesitava
em apelar para faltas. Daí ter sido também um jogo truncado, de muitas faltas,
de falta de passes que, por sinal, não saíam bem. Em grande parte o Brasil
administrou a partida graças ao fato de que, logo aos 6 minutos, num escanteio
cobrado por Neymar, Fred e David Luiz puxaram a defesa da pequena área e a bola
sobrou livre para Thiago Silva só completar. Com o Brasil ficando a frente do
placar, no primeiro tempo, a Colômbia somente conseguiu chegar uma vez com
perigo num chute de Cuadrado para fora. A superioridade ficou latente no fato
de que o time brasileiro deu 21 chutes a gol contra 13 da Colômbia. Na posse de
bola, o Brasil dominou com 59% a 41%.
O jogo estava, sob
todos os pontos de vista fácil, tanto que o Brasil chegou a ter, no início do
segundo tempo, 69% de posse de bola contra 31% da Colômbia, parecia caminhar
para um final sem dramas para o Brasil quando, de falta, aos 22 minutos, fez o segundo gol, por meio de David Luiz. A
Colômbia tentou, da forma que podia, colocar pressão no jogo. Não conseguia se
acertar até que aos 31 minutos Bacca recebeu um passe na área e foi derrubado
por Júlio César. Pênalti que James Rodriguez, artilheiro do certame, cobrou e
converteu fazendo seu 6º gol na Copa. Daí para a frente os colombianos
injetaram mesmo pressão no jogo e, Felipão, fez substituições tipicamente
defensivas tirando Hulk e colocando Ramires; Paulinho sendo substituído por
Hernanes e, quando Neymar saíu machucado, colocou mais um zagueiro, Henrique.
Não é de espantar que a posse de bola colombiana tenha crescido e quase se
igualado (Brasil 51% a 49%) e que, apesar de controlar a partida, os minutos
finais tenham sido dramáticos. O Brasil
venceu. Venceu pela raça, pelo empenho. E, menos pelo seu forte, os homens de
linha, que pelos seus zagueiros que foram lá na frente marcar. E, sem Neymar, deixa sérias dúvidas de que possa ir até a
final. Não é que não tenha um bom time, talvez, o melhor em valores
individuais, porém, não tem mostrado um padrão de jogo e suas vitórias parecem
um parto complicado: nunca se sabe se a criança vai se salvar.
Alemanha faz um gol e administra vitória
É verdade que os dois
times sentiram o calor de um jogo que, iniciado as 13:00 horas, sob um sol
forte, apresentava o termômetro marcando nada menos que 26º graus, o que,
convenhamos, não estimula ninguém a correr muito. Mas, uma quarta de final é
uma quarta de final e se espera que os jogadores façam das tripas coração para
ganhar. Não foi o caso. Esforço e algum futebol até houve, porém, para o que se
esperava das duas equipes foi um jogo decepcionante. A partida começou
equilibrada, no entanto, os alemães tinham um pouco mais de controle de bola, ainda
que as primeiras jogadas mais perigosas acabaram acontecendo a favor da França,
que teve as melhores oportunidades desta etapa. Foi Benzema quem, aos 7 minutos,
teve a melhor oportunidade, num passe de Valbuena, mas, chutou para fora. E,
por castigo, aos 13 minutos na cobrança de uma falta Toni Kroos levantou na
área para, de costas, Hummels desviar de cabeça com extrema força. A bola ainda
bateu na trave antes de cair na rede. Depois foi só a administração do
resultado com a Alemanha buscando esfriar o jogo tocando a bola. Embora, sob o
ponto de vista de posse de bola e de oportunidades, tenha sido um jogo igual, e
a França tenha tido mais finalizações, foi um jogo com feitio dos alemães. Eles
estabeleceram, psicologicamente, e na forma de jogar, os rumos da partida. A
França somente, uma vez ou outra, criava e, nestas oportunidades, sempre com
Benzema ou Valbuena, as bolas pararam nas mãos de Neuer.
No segundo tempo se
esperava que a França viesse com tudo para reverter o placar negativo. Não
mudou, todavia muito, e os alemães tocando a bola levaram o jogo para onde
desejavam e podiam controlar: uma partida morna e devagar. Os franceses bem que
tentaram imprimir velocidade e buscar o empate sem inventividade e sem força,
com esparsos espasmos de bom futebol, deixou o tempo passar dando três
oportunidades para que os alemães pudessem ampliar. No fim do jogo, já na base
do desespero, foram para cima sufocando os alemães, mas, não era o seu dia.
Benzema teve a grande oportunidade de empate que foi parar, novamente, nas mãos
de Neuer. Uma vitória do futebol simples, prático e da tática sobre
a falta de criatividade e de força do time francês. Pela quarta vez seguida a Alemanha chega as
semifinais. E, apesar do jogo medíocre, não se pode dizer que não tenha sido de
forma merecida.
Tuesday, July 01, 2014
Um jogo emocionante encerrou as oitavas de final
Bélgica e Estados Unidos fizeram
o jogo mais equilibrado das oitavas de final. Equilibrado em termos, pois, a
verdade é que o time belga é um conjunto muito melhor que os Estados Unidos,
embora a equipe norte-americana tenha se desdobrado e mostrado uma disposição
fora do comum para tentar continuar no torneio. A partida foi emocionante pela
forma como ambos os times tocavam a bola e alternaram momentos de buscar resolver
de qualquer forma a partida com outros
em que pareciam estudar o adversário, mas, não há como não ressaltar que a
equipe belga é muito mais bem postada e mais agressiva, pois,
mesmo sem ter conseguido ter mais posse de bola, no final os norte-americanos
tiveram 53% contra 47%, só para se ter uma ideia finalizaram 27 vezes contra
apenas 11 e tiveram 19 escanteios fazendo com que o goleiro Howard tivesse que
realizar 18 defesas. Aliás, somente na prorrogação iria ser vencido duas vezes.
Mas, convenhamos que, apesar de tudo isto, os EUA tiveram oportunidade de
vencer e, se o tivessem feito, não seria um resultado estranho na medida em que
a disputa foi equilibrada e se os belgas forçaram mais em algumas ocasiões
sofreram contragolpes agudos que poderiam ter resultado num gol e na derrota.
O que poderia ter acontecido,
todavia, não aconteceu. Depois dos noventa minutos regulamentares veio a
prorrogação. E nela Marc Wilmots, o técnico belga, trocou Origi por Lukaku. E deu certo, pois,
logo aos dois minutos, Lukaku saiu do meio-campo e disparou pela direita até a
área adversária tocando para trás. De Bruyne recebeu, limpou dois marcadores e deu
um chute cruzado, no canto direito de Howard, por fim, vencendo a resistência e
a forma milagrosa como antes, no mínimo, por três vezes havia salvo seu time.
Com um 1x0 bem que os norte-americanos tentaram fazer seu gol, mas, não veio. O
que veio foi, aos 14, a devolução de De Bruyne do passe que havia recebido de
Lukaku e este de dentro da área, de primeira, fuzilou de canhota, sem chances
para o goleiro. Os EUA reagiram partindo para cima e logo a um minuto do
segundo tempo da prorrogação, Bradley
deu uma bola açucarada para Green invadir a área e chutar, sem chances para
Courtois. Pelo menos duas vezes depois os norte-americanos estiveram perto do
empate. Estiveram. A noite era belga e, apesar de todo esforço, só restou aos ianques
reconhecer que a Bélgica foi melhor e bater palmas para seu goleiro que foi o
grande nome da partida.
O inacreditável a favor da lógica
O futebol não é justo. Porém,
mais do que a vida é coerente. Se, em relação à partida entre Argentina e Suiça
perguntarmos quem jogou melhor só há uma resposta possível: a Suiça. Fizeram
uma partida admirável até porque jogaram contra todas as probabilidades. Apesar
da grande maioria dos brasileiros torcerem por uma derrota da Argentina, a
diferença entre a qualidade dos argentinos e dos suíços é como comparar água
com vinho e perguntar qual deles tem álcool. Repito: os suíços fizeram uma
partida fantástica. E isto ficou patente por quase terem conseguido ir até os pênaltis.
Levaram um gol quase no fim da prorrogação. Um feito fantástico e que valorizou
a derrota que tiveram, mas, não nos podemos enganar: seria preciso mais
qualidade para que pudessem derrotar a Argentina. Esquema tático, determinação,
esforço, sacrifício e uma abnegação quase desumana tiveram, mas, era uma tarefa
que estava escrito pelos deuses do futebol estava acima de suas forças.
A prova real disto foi o lance improvável,
quase sobrenatural, de Dzemailli,
que cabeceou acertando a trave argentina num dos últimos
lances da partida e a bola, por um desses insondáveis mistérios que separam as
derrotas das vitórias, ainda voltou e
bateu na canela do atacante antes de sair mansamente para fora. Seria um
castigo imerecido para a Argentina, que foi um time melhor o tempo todo, pois,
dizem que a Argentina jogou mal. Não é verdade. Foi a Suiça que jogou bem. Que
tornou o jogo uma disputa tática e que imobilizou o talento argentino. A
verdade verdadeira é que a Argentina fez sua melhor partida nesta Copa contra
um adversário que, mesmo não tendo 40% do seu talento, teve uma equipe
terrivelmente aplicada que não deu oportunidade de exercerem um futebol mais
criativo. Talvez Messi seja o melhor exemplo: fez uma boa partida em que tentou
muitas vezes ser Messi. Não foi porque não o deixaram ser com uma marcação
inflexível. Na única vez que conseguiu ser encontrou Di Maria livre para fazer
o gol salvador. O sofrido e suado gol da passagem para as quartas de finais.
Foram precisos, no entanto, 117 minutos para este resultado parco. Tudo bem foi
um lampejo? Foi. Mas, um lampejo que precisou de determinação, de paciência e
de talento. A verdade é que, desorganizado e desanimado, depois de martelar
inutilmente por tanto tempo, o time argentino conseguiu impor a vitória do
talento contra a aplicação. Estava escrito que assim seria, mas, não há dúvida
de que o gol, o alívio, foi tão extenso, tão profundo quanto o sofrimento e,
por isto, só por isto, esta é um vitória imensa, quase heroica mesmo, que vai
proporcionar ao time argentino, na noite desta vitória, a sensação de que
venceram o exército invencível. E o futebol escreveu nesta terça-feira mais uma
página épica de emoção e de glória.