Tuesday, November 29, 2022

OS LEÕES VENCEM E FAZEM A FESTA

 


Hoje foi a terceira rodada dos grupos A e B. Como todos os quatros jogos são no mesmo horário somente dá para assistir dois deles. A opção natural foi escolher, no grupo A, Senegal contra o Equador. Afinal não se duvidava, exceto se houvesse uma zebrona, que a Holanda passaria pelo Catar. O que, realmente aconteceu por um placar modesto: 2x0. Não foi, porém mais do que precisava, aliás, ninguém, seriamente, duvidava que a Holanda seria o primeiro lugar do grupo. E os holandeses jogaram com a tranquilidade de que teriam a vitória. Senegal, ao contrário, precisava vencer e foi com tal disposição que entrou em campo. O Equador, que sempre foi uma equipe de velocidade e perigosa, que também precisava apenas de um empate para se classificar, pareceu ter esquecido o que sabia. Não conseguiram criar nada. E o que se viu foi Senegal buscar, incessantemente, o gol. E, de tanto buscar, conseguiram um pênalti, aos 43 minutos,  quando Ismaila Sarr bateu e abriu o placar. Com o gol os equatorianos se viram obrigados a sair para buscar o empate e o jogo ficou lá e cá até que, aos 22 minutos, com um toque de lado, sensacional, Moises Caicedo deixou tudo igual. Não durou muito, porém a sensação de que o time equatoriano chegaria às oitavas de final. Logo dois minutos e meio depois o zagueiro Koulibaly apareceu, como se fosse centroavante, e fez o segundo. O final do jogo virou drama com a tentativa desesperada do Equador para encontrar o gol. O apito final transformou-se em festa senegalesa e choro dos equatorianos. No outra dupla de jogos da rodada, o favoritismo da Inglaterra contra o Pais de Gales era indiscutível. E foi confirmado com uma tranquila vitória de 3x0, a escolha natural foi o mata-mata de EUA e Irã. Os Estados Unidos sofreram para se impor diante do Irã. Apesar de ter um time mais técnico, que sabe tocar a bola e um meio de campo, onde  Musah, Adams e McKennie fazem diferença e terem feito oito finalizações no primeiro tempo, não conseguiam furar a defesa irariana. Só conseguiram, aos 37 minutos, depois de uma bela assistência de Dest para Pulisic, que, até que, enfim fez um gol. O gol custou a saída, logo no começo do segundo tempo de Pulisic, que havia se chocado com o goleiro. Os EUA depois perderam tempo com várias tentativas de levantar bolas sobre a área, Weah, numa jogada bem concatenada, ainda fez o segundo, mas o gol foi anulado por impedimento.  Os Estados Unidos arrefeceram o jogo ou não suportaram o desespero do Irã que foi para cima com tudo. O técnico Carlos Queiroz fez o time buscar o gol à força colocando meias e atacantes. A pressão foi forte tanto que Ghoddos perdeu duas boas chances. Também, individualmente, Taremi tentou sem sucesso. O tempo passou e, apesar de reclamarem de um pênalti não conseguiram nada. Os norte-americandos resistiram e vibraram de alegria no fim. Um jogo em que souberam garantir a classificação. Agora com os resultados, nas oitavas, a Holanda joga contra os Estados Unidos, no sábado, e a Inglaterra pega o Senegal, no domingo.

Monday, November 28, 2022

BRASIL E PORTUGAL FAZEM O DEVER DE CASA

 

O Brasil fez uma boa partida, apesar da falta de criatividade do time. Vini Júnior, o jogador mais lançado, não fez uma boa partida. Foi um jogo bastante emperrado, com ambos os lados tendo paciência e precaução. Os goleiros, a rigor, não trabalharam. É fato que a única vez onde se viu um lampejo do futebol brasileiro foi no gol invalidado. A meu ver mal invalidado, de vez que o impedimento ocorreu muito antes e, como o jogo teve seguimento, não caberia mais. Há uns critérios meio esquisitos de arbitragem. Invés de beneficiar o ataque beneficia a defesa e o futebol mais feio. A Suiça foi Suiça. É um time organizado que joga por uma bola e difícil de levar dois gols. Com o Brasil jogou com determinação e obediência tática. Não teve a bola que desejava e na única vez que deixou chutar direto foi gol. Enfim, o Brasil fez o dever de casa. Não posso dizer que não gostei, mas, em compensação não há muito o que aplaudir. O Uruguai, por outro lado, tropeçou em Portugal. Por ironia foi um time criativo, porém não aproveitou as oportunidades que teve. O jogo teve muitas faltas e a temperatura subiu num determinado momento, mas o árbitro iraniano Alireza Faghani soube levar a partida a bom termo. Betancur, numa jogada, partiu pelo campo luso e, surpreendemente, driblou dois e saiu na cara do goleiro. Pena chutou em cima dele. O meio de campo rolava a bola e, no ataque, tanto Cavani quanto Darwin Nunes não estiveram num bom dia. Se Portugal teve mais força isto não apareceu nas finalizações. No primeiro tempo o Uruguai foi bem mais perigoso, embora não muito. Tudo parecia estar do mesmo jeito até que, numa jogada confusa, Bruno Fernandes cruzou para dentro da área em direção a Cristiano Ronaldo e a bola entrou. O gol chegou a ser atribuído a ele. Depois consertaram. O Uruguai precisando mudar o jogo colocou três em campo, inclusive Arrascareta, que deu maior velocidade e volume de jogo ao time. Máxi Gomez, aos 30 minutos, chegou a acertar a trave e Arrascareta acertou o goleiro, aos 34 minutos. Portugal suportou bem a pressão e foi beneficiado por um pênalti, daqueles esquisitos, pois o jogador estava caindo e a bola acertou o braço dele. Bruno Fernandes, que não tinha nada a haver com isto, fez 2x0. Com o resultado Portugal juntou-se à França e ao Brasil fazendo os seis pontos nos dois jogos. Como disse bem Cristiano Ronaldo “Fizemos valer a nossa força”. Um olhar retrospectivo sobre os jogos até aqui mostra que a França e a Espanha estiveram melhores com Brasil e Portugal seguindo seus passos, mas não se pode menosprezar os times da Argentina, Alemanha e da Inglaterra que são muito bons, apesar de não terem tido a eficiência que se esperavam deles. A Copa é uma competição de surpresas e não se pode pensar que equipes assim não possam jogar muito melhor. É cedo ainda para crer que haja favoritos.

OS ARTILHEIROS DISSERAM PRESENTE

 


No Estádio Janoub, em Al-Wakrah, no Catar, jogaram Sérvia e Camarões. Ambos haviam perdido e não podiam perder. Objetivamente o favoritismo era da Sérvia, que partiu para cima com vontade, mas sem acertar e Camarões também buscou o gol sempre que podia. E, como quem não faz levam os  camaroneses saíram na frente, aos 29 minuto, Castelletto marcou o primeiro gol camaronês no jogo - 1x0. A Sérvia, no entanto, não desanimou e foi buscando, buscando até que Pavlovic, aos 46 minutos, empatou e no embalo o  meia Milinkovic-Savic fez 2 a 1. E tudo parecia caminhar para uma vitória tranquila, quando, logo aos 8 minutos, o artilheiro Mitrovic, que já havia perdido duas oportunidades, fez o seu primeiro gol na Copa do Mundo e o terceiro dos sérvios. A segurança da vitória desapareceu quando, lançado nas costas da defesa adversária, 18 minutos, o centroavante Aboubakar fez um dos gols mais bonitos de cavadinha. A seleção africana, empolgada, empatou dois minutos depois com Choupo-Moting, depois de um passe de Aboubakar: 3 a 3. A Sérvia tentou muito, mesmo de forma desordenada. Uma vez  Mitrovic parou no goleiro Epassy. Outra Sergej mandou por cima. Quase que Aboubakar apronta, aos 41, ao arriscar de fora da área. Foi um jogo eletrizante e de muitos gols e os dois continuam com chances. No outro jogo de hoje, também com muitos gols, Gana ganhou de 3x2 da Coreia do Sul, que, no primeiro tempo, teve a posse de bola sem criar boas oportunidades de gol e Gana começou a gostar  do jogo. Aos 21 minutos,  numa falta, o atacante Jordan Ayew levantou na grande área, a defesa cortou , e o zagueiro Salisu Karim abriu o placar. A vantagem animou ainda mais Gana, que partiu para o ataque. A Coreia se fechou bem, mas não conseguiu impedir que  Mohammed Kudus, um notável meia,  cabeceasse para fazer o segundo gol dos africanos. O problema é que os coreanos voltaram para a segunda etapa com uma disposição incomum e, em 15 minutos, igualaram tudo com dois gols de cabeça de Cho Gue-Sung. Aí, aos 23 minutos, brilhou de novo a estrela do arisco Kudus. Num cruzamento em que um dos atacantes de Gana furou a bola sobrou para que marcasse: 3x2. Depois do gol a Coreia se esforçou de forma desordenada abusando do jogo aéreo. Levou perigo e não deu certo. Quase que Kudus e Cho Gue-Sung fazem três. Duas partidas de muitos gols.

 

Sunday, November 27, 2022

ESPANHA E ALEMANHA EMPATAM NUM JOGO FRENÉTICO

 


O Canadá, logo aos 2 minutos, por intermédio de Alphonso Davies marcou seu primeiro gol na história das copas e até os 30 minutos parecia capaz de superar a Croácia. Foi somente fogo de palha. A melhor qualidade do futebol acabou se impondo e, antes do fim do primeiro tempo, num espaço de oito minutos, Kramaric e Livaja viraram o jogo. No segundo tempo, houve só a consolidação da vitória, com mais dois, outro de Kramaric e mais um de Majer. Fez os gols que não fez em Marrocos e assumiu a liderança do grupo F. No outro jogo por este grupo, aliás Marrocos, surpreendentemente, derrotou a Bélgica por 2x0. Foi espantoso porque, no primeiro tempo, o time de De Bruyne e Hazard teve boas chances sem conseguir converter. A marcação marroquina foi dura, com muitas faltas e tentando apenas explorar o contra-ataque e esperar um erro da Bélgica, o que não aconteceu. Na volta a zebra se consolidou com Marrocos avançando a marcação e jogando melhor. Os belgas continuaram com dificuldades de se infiltrar na área e passaram a chutar de longe, e com o tempo, mais nervosos em campo. Até que, numa  falta, Sabiri levantou a bola para Saïss marcar o primeiro gol do Marrocos, num lance em que Courtois nada pode fazer. Se antes já estavam com problemas com o gol partiram para o desespero, para o tudo ou nada. E tentaram o que puderam até, nos acréscimos, que veio o segundo gol marroquino  com Aboukhlal, escorando um cruzamento de Ziyech. Marrocos ficou na boa e a Bélgica terá que superar  Crácia para permanecer na Copa. No jogo que fechou o dia tivemos uma partida sensacional entre Espanha e Alemanha. Foi um jogo disputado palmo a palmo e tenso. Os espanhóis dominaram a posse de bola, com o jogo de tique-taque, e, logo, aos seis minutos, Dani Olmo  fez Neuer se assustar com uma bola que  explodiu no travessão antes de sair pela linha de fundo. Gnabry respondeu, aos 24 e Asensio tentou para os espanhois aos 32. E a Alemanha balançou as redes com Rüdiger. Gol anulado por impedimento. O segundo tempo continuou em ritmo frenético. Aos 11 minutos, o goleiro Unai Simón errou um passe e quase Kimmich marca. A disputa forte, às vezes ríspida, pela bola continou. Mas, aos 16 minutos, Morata, depois de uma jogada recebeu a bola na área e tocou sem chance de defesa no alto. Encurralada a Alemanha mudou grande parte de sua equipe para buscar empatar e conseguiu finalizações de Füllkrug e Musiala, que pararam na defesa espanhola. A determinação, mais na base da força do que num futebol organizado, deu certo, por fim, Niclas Füllkrug, aos 37 minutos, balançou as redes e garantiu o empate por 1 a 1. Foi um dos melhores jogos desta Copa e a Espanha mostrou que está melhor organizada em campo. O que não impede que a situação tenha ficado, aparentemente, muito melhor para a Alemanha, se é que é possível acreditar que ganhará de Costa Rica. A Espanha terá pela frente o Japão. E os samurais azuis, como já demonstraram, são imprevisíveis. Capazes de bater a Alemanha e entregar o ouro para Costa Rica.

 

ENTRA EM CAMPO O SR. INESPERADO DE ALMEIDA

 


Que futebol são onze contra onze todo mundo sabe. E que é sempre possível que um time mais fraco ganhe de um mais forte também. A questão gira em torno das probabilidades. E daquele detalhe essencial: o gol. Porém, se ninguém, ou quase ninguém, acreditava numa vitória do Japão sobre a Alemanha, muito menos, parecia provável que, depois de um humilhante 7x0 aplicado pela Espanha em Costa Rica, que não jogou nada, seria possível ganhar dos japoneses. E foi o que aconteceu: o sr. Inacreditável de Almeida entrou triunfantemente no Estadio Ahmed bin Ali. O  técnico Luis Fernando Suárez da Costa Rica, como é comum quando se perde, mexeu na sua equipe colocando o zagueiro Waston para dar mais solidez na defesa e procurou ser mais ofensivo com Gerson Torres. O Japão, é verdade, dominou o jogo, com mais posse de bola (56%), 11 finalizaçôes contra apenas 3 e 5 escanteios sem conceder nenhum. E daí? Só uma bola entrou no gol. E, por ironia, aconteceu com os japoneses o que aprontaram com a Alemanha: dominaram a maior parte do jogo e sofreram o gol. Os japoneses não tiveram os mesmos  que espaços que os alemães deram, desta vez encontraram um adversário fechado em bloco baixo e diante da necessidade de criar o espaço não souberam. As poucas vezes que chegaram na meta encontraram em Navas um paredão. O jogo, ao fim do primeiro tempo, cheirava a 0x0 porque ninguém acertava o gol. O técnico Moriyasu viu que precisava mudar e colocou Asano na vaga de Ueda e Hiroki na lateral-esquerdo no lugar de Nagatomo. Com isto, a seleção japonesa passou  a jogar com três zagueiros, repetindo a estratégia que deu certo com a Alemanha.  Funcionou bem, pois o time teve duas chances com apenas dois minutos, uma delas com Asano. Em ambas, Keylor Navas impediu o gol. Nos primeiros 15 minutos foram seis finalizações. Aos 16, depois de uma jogada individual, Endo foi derrubado por Borges próximo da área. Doan cobrou a falta, mas mandou por cima do gol de Navas. Costa Rica trocou dois jogadores para tentar equilibrar o jogo sem sucesso. O Japão continuou superior, mas sem efetividade. A retranca costariquenha desenhava cada vez mais o placar mudo. Até que, aos 35 minutos, o inesperado apareceu. Costa Rica conseguiu dar seu primeiro chute a gol nos dois jogos desta Copa. Fuller, que recebeu na entrada da área, finalizou colocando a bola nas redes de Gonda, que chegou a tocar na bola sem conseguir impedir o gol. O Japão foi para cima com tudo sem sucesso. Já nos acréscimos, Mitoma, depois de invadir a área e cruzou e a bola ricocheteou dentro dela até que Navas conseguiu defender. A vingança alemã veio de Costa Rica. O Japão pagou na mesma moeda: dominou e não fez os gols que precisava.

 

O BRILHO DAS ESTRELAS FEZ A DIFERENÇA

 

No primeiro tempo, apesar da seleção francesa ter sido sempre superior, e criado oportunidades não conseguiu furar a retranca dinamarquesa. Só num contra-ataque a Dinamarca foi, perigosa. Mesmo com a grande diferença de 12 chutes contra apenas dois para a Dinamarca, o que foi realmente importante é que só uma finalização foi certa, o que dava a impressão de que o jogo podia não ter gols. Depois as coisas ficaram diferentes porque, logo no início do jogo, Mbappé apareceu, tabelou e fez a diferença.  Por um momento a  Dinamarca sentiu, todavia  respondeu na sequência, empatando numa jogada muito bem trabalhada. O 1 a 1 não interessava a nenhum dos dois times e, por causa disto, ambas as seleções partiram para a ofensiva. O jogo ficou aberto, porém o domínio do meio de campo dos franceses foi decisivo. Em, com a pressão exercida, as falhas do time australiano se tornaram mais constantes ate que, novamente, brilhou a estrela de Mbappé para fazer justiça ao melhor desempenho dos franceses: 2x1. Aproveitou de primeira um lançamento na pequena área. Depois a França foi quem teve mais perto de fazer outro. Contra o México a Argentina entrou imensamente pressionada. A derrota inesperada na partida contra a Arábia Saudita obrigava o time a ir para cima e foi sem muita criatividade. O jogo foi fraco, na etapa inicial, e o México só teve  a melhor oportunidade na cobrança de falta com Alexis Veja que  o goleiro Emiliano Martínez defendeu. Também só Lautaro Martínez conseguiu criar perigo com uma cabeçada que saiu pela linha de fundo. No segundo tempo a Argentina, com algumas modificações, tomou conta do meio de campo e encurralou o México. Messi se movimentou mais e cobrou uma falta, por cima da meta. Era seu sinal de que estava vivo. E o gênio apareceu, no ataque seguinte, Di María serviu o camisa 10 na entrada da área, e o craque finalizou como somente um craque faz: a bola passando por um mar de pernas e indo se aninhar no cantinho, aos 18 minutos. Com o alívio surgiu o apoio maciço da torcida da Argentina nas arquibancadas do Lusail empurrando o time. E neste ritmo só uma vez o México teve chance de fazer alguma coisa. Tudo indicava que a partida teria somente um gol até que, aos 41 minutos, o volante Enzo Fernández recebeu um passe do lado esquerdo da área depois de  uma cobrança curta de escanteio, driblou o marcador e chutou com perfeição no ângulo oposto. Ochoa se esticou todo, mas não teve como evitar o golaço que recuperou o mundial para os albicelestes. Depois tudo virou festa e o fantasma da desclassificação parece ter sido afastado. É verdade que terão pela frente a Polônia, um osso duro de roer, todavia, cheios de confiança, os argentinos passaram a depender de si próprio e podem se classificar até com um empate dependendo dos resultados da última rodada. O fato é que tanto Mbappé, pela França, como Lionel Messi, pela Argentina, brilharam e mostraram porque são respeitados: sem eles, dificilmente, suas equipes estariam na situação que se encontram. Decisivos.

Saturday, November 26, 2022

POLONIA VENCE BEM E EMBOLA O SEU GRUPO

A Tunísia havia arrancado um empate com a Dinamarca, enquanto a Australia havia levado uma goleada da França, logo não podia perder sob pena de ser eliminada. A pressão era grande, porém, no campo, o que se viu foi que a Australia iniciou melhor e pressionou, com a maior parte das jogadas pelo lado esquerdo. Os australianos chegavam com a bola na área da Tunísia sem  conseguir aproveitar as oportunidades. Até que, aos 23, depois de um desvio em cruzamento de Goodwin, a bola foi para Duke tocar de cabeça, de costas para o gol, e acertar no canto esquerdo do goleiro Dahmen. Com a desvantagem, a Tunísia aneaçou mais tarde com Drager aos 40 minutos, mas a defesa desviou o chute. Nos acréscimos, Msakni recebeu pela direita e, na área, bateu para fora. O placar do primeiro tempo foi o bastante. A Austrália, no segundo tempo, recuou e segurou o placar. As duas seleções finalizaram mal quando tiveram chances. E foi só. Polônia e Arabia Saudita fizeram um dos melhores jogos até agora. O jogo foi muito disputado (quatro cartões amarelos em 20 minutos), e os sauditas tiveram, no começo, as melhores chaces e Szczesny fez defesas impressionantes. A Polônia sentiu necessidade de responder e foi para cima, mas só aos 38, Lewandoski ganhou a jogada, foi à linha de fundo e cruzou para trás. Zielinski apareceu para marcar: 1 a 0. A Arábia teve um pênalti a seu favor e Szczesny fez um milagre duplo: primeiro na cobrança de Salem Al-Dawsari, depois no rebote de Al-Burayk. O jogo, no segundo tempo, foi insano com os dois times procurando vencer.  A Arábia Saudita tentou partir para o empate e esteve perto, aos nove minutos, quando o tiro de Salem Al-Dawsari parou na defesa de Szczesny. Al-Brikan, aos 14, e Kanno, aos 15, desperdiçaram mais duas chances em sequência. A pressão parecia se tornar insustentável e a  Polônia reagiu. Aos 17, Milik cabeceou no travessão. Aos 20, Lewandowski desviando um cruzamento acertou o poste. O jogo seguiu com ataques dos dois lado até quando Lewandowski decidiu. Aos 36, roubou a bola do zagueiro e desviou na saída do goleiro, fazendo o segundo gol da Polônia. Ainda perdeu um gol, cara a cara num dos últimos lances. Nada que não aconteça com qualquer grande jogador. O que importa é que sua equipe venceu um dos melhores jogos da Copa do Mundo. E ele desencantou. Deixou sua marca e ainda deu a assistência para o primeiro gol. Depois de Szczesny, que  foi o grande nome do jogo,  parando a seleção saudita com grandes defesas e garantindo a vitória, sem dúvida, se deve a Lewandowski o fato de ter saído de seus pés as bolas que fizeram diferença. A Polonia venceu para ficar numa posição privilegiada, mas terá que enfrentar, no fim, a Argentina. O que vai dar ninguém pode prever.

Friday, November 25, 2022

INGLATERRA E HOLANDA ESTÃO QUASE LÁ

 


Quando, aos cinco minutos, Cody Gakpo abriu o placar para a Holanda, por sua maior tradição, a sensação foi de que a vitória viria com tranquilidade. Não veio. O Equador foi mais para o ataque e, se, no começo, não  incomodou, a partir dos 22 minutos, acelerou a transição e levou perigo para o gol de Noppert. Aos 47 minutos, empurrou a bola nas redes com Estupiñán, no desvio um chute. A arbitragem anulou  por causa de Porozo, impedido,  na frente do goleiro. No recomeço do jogo Estupiñan chutou de fora da área e Noppert espalmou para Enner Valencia, o matador, mandar para as redes. Os  sul-americanos estivaram melhor na partida. Com Plata deram um susto no time laranja acertando o travessão. A Holanda, contudo, mesmo sem quase marcou, mas foi assinalado impedimento de Gakpo. No fim, os dois times, mesmo com tensão, não queriam era tomar gol. No balanço o Equador teve maior domínio do jogo. Menos posse de bola mais chutou mais a gol. A Holanda fez uma partida prudente, sem grande criatividade. E ficou na boa porque irá enfrentar, no último jogo, os donos da casa já eliminados.  Já o jogo entre Inglaterra e Estados Unidos foi bem mais movimentado mesmo sendo o quinto 0x0 do mundial. Da Inglaterra, que havia goleado o Irã, era  esperado, que fosse dominar a partida. Puro engano.  Os norte-americanos foram bem melhores e mais incisivos no primeiro tempo. A seleção inglesa, , sofreu para manter a igualdade e levou um sustO com uma bola na trave de Pulisic, aos 32 minutos. Uns minutos antes, aos 25, McKenie quase tira o zero do marcador, mas finalizou muito alto, a bola que recebeu num cruzamento de Timothy Weah. No último minuto, os ingleses fizeram sua única jogada de perigo, com Mason Mount recebendo de Saka para o goleiro Turner fazer uma boa defesa. O segundo tempo teve muito menos perigo de gol. A equipe que conseguia ter a bola procurava manter o máximo possível sua posse, mas, mesmo assim, os Estados Unidos estiveram melhor. Oportunidades é que não criaram mesmo com as sucessivas cobranças de escanteio de Pulisic, pelo lado esquerdo e a inquietação do goleiro Pickford com sua defesa . Num deles a bola muito fechada chegou a assustar. As mudanças feitas pelo técnico Gareth Southgate, colocando Henderson e Grealish, fez com que o time inglês ganhasse o meio-campo, equilibrando a partida, que ficou muito igual. Nos minutos finais Shaw cobrou uma falta pela esquerda e  Kane subiu mais alto que a zaga dos Estados Unidos, embora não tivesse sido uma bola tão boa o atacante ainda assustou. Kane jogou muito. Faltou conjunto e força ao time da Inglaterra para se impor. Não carimbou a ida para a outra fase, mas ficou numa situação muito confortável porque vai enfrentar no último jogo o País de Gales precisando somente de um empate. Os Estados Unidos até jogou melhor que a Inglaterra, mas faltou o elemento imprescindível para provar isto: o gol.

 

Os Estados Unidos jogou melhor que a Inglaterra, mas faltou o elemento imprescindível para provar isto: o gol.

 

IRÃ SUPERA PAIS DE GALES NOS ACRÉSCIMOS

 


O Irã não se encontra entre as apostas dos times que irão para a fase seguinte e esta previsão parecia se confirmar depois da goleada sofrida para a Inglaterra. O que não se esperava é que superasse suas limitações e fosse para cima do País de Gales. E foi o que aconteceu no primeiro tempo, quando teve até gol anulado. Mesmo assim, e apesar de Gareth Bale ter sumido, a posse de bola de Gales foi maior e quase que, à queima-roupa, Moore, faz um gol para Gales.  Hosseini pegou no susto. Um primeiro tempo de um jogo ruim. E, para espanto geral, depois do intervalo o Irá foi para cima com gosto de gás. Acertou a trave por duas vezes e Hennessey teve que fazer boas defesas. A bola parecia que não queria entrar. Até que o goleiro de País de Gales teve que sair do gol para interceptar um ataque e entrou com tudo em cima de Taremi, aos 86 minutos, sendo expulso e complicando a partida. O Irã aumentou a pressão e a bola parecia não querer mesmo entrar até que, nos acréscimos, Cheshmi, aos 49, acertou um belo chute e desafogou o grito de gol sufocado por tanto tempo. Era suficiente. O desespero de Gales facilitou o segundo com Rezaeian, aos 55, só tendo o trabalho de cobrir o goleiro e garantir a vitória merecida do time asiático. Ainda é difícil, todavia alcançaram um  resultado que os credencia a poder, dependendo das circunstâncias, ir para a fase seguinte. No Grupo A os donos da casa enfrentaram o Senegal, que havia perdido para a Holanda sem fazer gols. Entrando com mais disposição de ataque Senegal dominou no primeiro tempo o Catar e teve melhores finalizações. O time do país anfitrião se organizou na defesa esperando ter oportunidades de contra-ataque. Os erros de passe, de ambos os lados,  frustrou jogadas melhores. E o gol de Boulaye Dia, abrindo o placar para Senegal, resultou de uma falha do zagueiro Khoukhi.  No segundo tempo, logo aos dois minutos, a monotonia da primeira fase foi embora com Diédhiou, que marcou o segundo. O Catar não teve alternativa senão buscar o ataque com grande disposição. O goleiro Mendy teve que fazer grandes defesas para impedir que fizessem um gol. Porém, aos 32 minutos não conseguiu parar a cabeçada de Muntari, que fez o primeiro gol do Catar em mundiais, depois de uma bela jogada de sua equipe. Por algum tempo houve a sensação de que o Catar poderia buscar um empate. A desilusão veio, cinco minutos depois, quando Bamba Dieng fez mais um esfriando o animo do time da casa e estabelecendo o placar final: 3 a 1. Agora vai esperar o resultado de Holanda e  Equador sonhando ainda com uma classificação.

Thursday, November 24, 2022

UM INÍCIO PROMISSOR DO BRASIL

 


No estádio Lusail, em Doha, no Catar, o Brasil começou a Copa contra a Sérvia, que não é um time fácil. Marca forte, muitas vezes, com falta, e tem jogadores altos, robustos e com um bom preparo físico. Ainda que o retrospecto dos confrontos fosse muito favorável ao Brasil (nos dois últimos jogos o Brasil havia ganho) é preciso notar que o passado não ganha jogo e o time atual do nosso adversário, nos últimos jogos, havia sempre marcado, pelo menos, um gol. E, apesar da seleção, no primeiro tempo, ter tido mais posse de bola, logo se viu que seria um jogo difícil mesmo com o controle que os jogadores brasileiros exerciam no campo. Contudo, não encontravam espaço no ataque. O maior momento de perigo que conseguiu criar foi um escanteio fechado, cobrado por Neymar, que o goleiro Vanja Milinkovic-Savic defendeu. O Brasil buscava criar sem correr riscos, de forma que as oportunidades de gol foram poucas e, praticamente, os sérvios não incomodaram Alisson. A rigor somente, no final, Vini Jr. teve uma chance que, desequilibrado, jogou fora. No segundo tempo a toada parecia ser a mesma até certo ponto. A marcação dura, ríspida mesmo, afrouxou um pouco por conta seja de advertências do arbitro, seja por conta do cansaço e, principalmente Raphinha e Paquetá começaram a se sentir mais desenvoltos. Raphinha, como havia feito na primeira etapa, depois de roubar uma bola chutou muito fraco para o gol. E a ausência do gol já preocupava quando Neymar fez uma jogada individual e perdeu o equilíbrio na hora de chutar. Quem chutou, chapado, foi Vini que ficou com a sobra para Milinkovic espalmar e Richarlison, por fim, acabar com a novela empurrando a bola para dentro do gol. Foi um alívio. Mas, a Sérvia ameaçou crescer na partida e, com bolas de escanteio, andou assustando ainda que somente numa ocasião em que a bola ficou pingando dentro da área. O jogo continuou indefinido até que uma bola sobrou para  Vini Jr. na esquerda e estre cruzou para Richarlison fazer um belo gol de  voleio e definir a partida. Milinkovic se irritou, indevidamente, com sua zaga na medida que seria impossível prever o que Richarlison fez.  Sem dúvida sua estrela brilho!!! Depois, mesmo trocando os jogadores, o jogo virou exibição e poderia ter saído um terceiro gol.  O desempenho do Brasil foi um bom sinal. Foi um bom teste tático e de paciência. Neymar foi muito acionado e, por isto mesmo, sofreu com algumas pancadas e saiu machucado. Deve se recuperar, mas precisa soltar a bola mais rápido para não se transformar em saco de pancada. A seleção venceu com brilho e mostrou que tem condições de fazer um bom mundial.

PORTUGAL E GANA FIZERAM UM JOGO EMOCIONANTE

 


Que dizer de Suíça contra Camarões? Que a Suíça era favorita e venceu. Mas, fez um primeiro tempo apático, onde  Camarões parecia saber mais o que fazer com a bola tanto que, aos nove minutos, depois que Mbeumo invadiu a área e chutou Sommer defendeu, e Ekambi, no rebote, colocou a bola nos céus. E, com espaço, e sem que Xhaka e Shaqiri, principais nomes da equipe, mostrassem um bom futebol justificaram a falta de gols. No segundo temo, logo aos 2 minutos, Freuler abriu na direita para Shaqiri, que achou Embolo livre, por ironia nascido em Camarões, que marcou e deixou   o jogo bom para a Suiça porque, mesmo quando teve mais posse de bola, Camarões não conseguia ser incisivo. Foi só, apesar de um gol perdido no final por Seferovic.  Foi sempre mais fácil ter saído o segundo. Foi uma partida de um futebol sem brilho. No grupo H, considerado um dos mais equilibrados, Uruguai e Coréia do Sul empataram sem gols. O Uruguai poderia ser considerado favorito, mas não foi o que se viu em campo onde houve um equilíbrio muito grande entre dos dois times. É verdade que Godin e Valverde acertaram as traves do goleiro Kim Seung-Gyu. O Uruguai não esteve num dos seus melhores dias, porém a equipe de Son Heung-Min, grande astro da Coreia do Sul, somente demonstrou eficiência na marcação. Foi um jogo tático que teve alguns momentos bons.  A emoção, no entanto não foi a tônica da partida que raras vezes propiciou a sensação de que o gol poderia sair. O resultado, todavia, fez justiça ao esforço e dedicação dos dois times. O jogo entre Portugal e Gana, no primeiro tempo, deu a impressão de que poderia ser monótono e ter poucas oportunidades de gol mesmo com um de Cristiano Ronaldo anulado e somente 7 chutes a gol. Todos de Portugal que predominou. No segundo tempo as coisas começaram a ficar diferentes e Kudus, aos 10 minutos, assustou os portugueses. Minutos depois, no entanto, Salisu derrubou Cristiano Ronaldo na área e o juiz apitou o pênalti. Cristiano chutou com força e alto e, mesmo com o goleiro acertando o canto, nada pode fazer. Festa de Cristiano Ronaldo primeiro jogador a marcar gols em cinco copas. O gol despertou gana em Gana. E eles foram para cima. E André Ayew fez o primeiro gol das equipes africanas no mundial. Mal comemorou João Félix, aos 32 minutos, fez o dele e os portugueses, de novo, estavam na  frente. Pouco depois Rafael Leão aumentou a vantagem. O jogo parecia encerrado quando, aos 43, Bukari encheu os ganeses de esperança. Como tiveram mais 7 minutos de jogo (este mundial tem se destacado pela compensação do tempo de bola parada) o jogo se tornou um lá e cá. E, por incrível que pareça, quase na jogada final Gana empata. Não aconteceu, mas que assustou, assustou. Foi o jogo, até aqui, mais emocionante.

Wednesday, November 23, 2022

O MASSACRE VERMELHO

 


A Espanha começou o mundial, no Estádio Al Thumama, pela primeira rodada do Grupo E, passando sem nenhuma dificuldade sobre Costa Rica. O time espanhol, para se ser exato, passeou em campo. Depois de duas investidas perigosas já, aos 10 minutos, Dani Olmo, depois de receber a bola com categoria encobriu a Keilor Navas, com um toque e abriu o placar. A superioridade era muito grande e, no velho estilo espanhol do tique-taque, os jogadores costarriquenhos assistiram a bola passar sem condições de manter sequer a posse de bola por muito tempo. Nos trinta primeiros minutos o placar apontava um 3x0 e, para piorar, os espanhóis, segundo apontavam as estatísticas, detinham 85% do tempo de bola. Navas, um goleiro excepcional, de 35 anos nada conseguiu fazer, além de defender o que conseguiu- que não foi pouco- todavia, convenhamos, Costa Rica tem um time extremamente fraco e, pelo que mostrou, deve sair como entrou, apenas tentando não levar mais gols. O segundo tempo não foi diferente do primeiro. Assim foram enfileirados os gols. Depois do primeiro de Olmo, Asensio fez mais um, Ferran fez dois, Gavi, Soler e Morata completaram a maior goleada da Espanha em todas as copas e a maior, até agora, deste mundial para liderar o seu grupo. Não se tem o que dizer sobre o jogo, exceto que foi um massacre. E que, sem dúvida, foi a partida ganha com maior facilidade entre todas as já disputadas. Para fechar o quarto dia da Copa aconteceu o jogo entre Bélgica e Canadá que foi, no mínimo, um jogo ímpar. Se considerado o retrospecto seria de se esperar que a Bélgica, com um time de nomes muito melhores, fosse ter o domínio da partida. Não foi o que se viu em campo, de vez que coube ao Canadá ter sido um pouco melhor e mais efetivo. Poderia até mesmo ter saído na frente porque, aos 10 minutos do primeiro tempo, depois de uma pressão do ataque canadense a bola bateu na mão do defensor belga e foi marcado pênalti. Alphonso Davies, jogador do Bayern de Munique, bateu e desperdiçou. É verdade que foi mesmo defendido por Courtois, que foi eleito o melhor goleiro do mundo nesta temporada, e, deveria ter sido o melhor em campo, mas estranhamente escolheram De Bruyne. Até seria melhor se dessem o prêmio a Batshuayi, que, no fim do primeiro tempo, marcou o único gol da partida. O certo é que o Canadá não conseguiu nem de pênalti marcar. E ainda lamentou um lance polêmico em que, aos 12 minutos da primeira etapa, Hazard se enrolou e tocou para trás, e, um jogador do Canadá, Buchanan recebeu na entrada da pequena área e foi derrubado. A questão é que assinalaram impedimento, o que muitos analistas consideraram uma decisão equivocas, mas o VAR também deixou passar. A Bélgica com o resultado assumiu a liderança de seu grupo, porém não começou bem. O que pode não ser nada quando, no fim, venceu que é o que importa.

SAMURAIS AZUIS APRONTAM EM CIMA DA ALEMANHA

 


Marrocos e Croácia fizeram um jogo modorrento no estádio Al Bayt, em Al Khor. Esperava-se mais da Croácia, que foi vice no último mundial que tem craques como Modric, Kovacic, Perisic e Hakimi e não é que não tenham se imposto, pois tiveram o controle da bola quase todo tempo, no entanto, embora não se possa deixar de reconhecer a marcação cerrada da defesa marroquina, faltou criatividade para superar o ferrolho. Nas poucas vezes que chegaram ao gol o goleiro Bono cumpriu seu papel. Pode-se dizer que foi um jogo onde faltaram os ataques e tinha que acabar como acabou: no terceiro 0x0 deste mundial. Modric esteve bem, porém sozinho não resolve. A Alemanha entrou em campo como uma das seleções favoritas contra o Japão. E entraram com vontade de mostrar que havia razões para isto controlando a posse de bola de início e oferecendo pouco espaço aos japoneses. Estes, disciplinado e velozes, mesmo assim chegaram, aos 7 minutos, as redes, com Maeda, mas o gol foi anulado por impedimento. Os  alemães não deram bolas para o fato e voltaram a se impor seu futebol tocando a bola e procurando o gol. Até que Raum foi derrubado na área por Gonda, o goleiro japonês, e o juiz apitou o pênalti. Gundogan, aos 32 minutos, bateu deslocando goleiro japonês e abrindo o placar. E tudo indicava que a Alemanha faria o segundo, o que somente não ocorreu, no final do primeiro tempo, por quatro defesas de Gonda, que seria batido, aos 48 minutos, por Havertz. Gol anulado também por impedimento. De volta do intervalo, de novo, a Alemanha voltou a se impor sem marcar. Hans-Dieter Flick, incomodado fez as trocas na Alemanha, aos 21 minutos, Goretzka e Jonas Hofmann nos lugares de Gündogan e Thomas Müller. Não foi muito feliz porque o autor do gol foi um dos melhores jogadores da partida. Já o técnico japonês Hajime Moriyasu fez duas alterações visando tornar seu time mais incisivo e aproveitar melhor os contra-ataques. Deu certo: Doan, logo ao entrar no lugar de Ritsu, aproveitou um rebote do goleiro alemão e enviou a bola para as redes empatando a partida. A Alemanha não pareceu sentir, de vez que criou inúmeras oportunidade de gol.  O problema é que não acertou as redes e, o famoso castigo veio, como quem não faz, toma, Asano controlou uma bola difícil numa  falha de posicionamento da defesa alemã, e livre, no lado direito, e chutou, sem perdão,  para vencer Neuer. Depois, por mais tentasse, a Alemanha acertou menos ainda. Festa da torcida no Estádio Internacional Khalifa e mais um favorito ficando em situação difícil. O Japão fez história. Sua primeira virada em mundiais foi uma vitória da disciplina tática.

Tuesday, November 22, 2022

UM DIA DA FRANÇA E DE OCHOA

 


Depois da grande surpresa do dia, com a Arabia Saudita surpreendendo a Argentina, em seguida tivemos o primeiro 0x0. E a surpresa foi que aconteceu logo com a Dinamarca, que estava com um retrospecto muito bom, mas também, é preciso ver, de poucos gols nos dois sentidos: é difícil de fazer e de levar. Méritos também teve o time da Tunísia que poderia ter arrancado o placar mínimo, com um pouco de sorte. Foi uma equipe que jogou com intensidade, marcação correta e determinação. Talvez a Dinamarca não tenha estado num bom dia ou viva de inspirações de alguns jogadores que não foram bem. De qualquer jeito foi um jogo equilibrado. Assim também como o outro placar mudo de México e Polônia, que fizeram um jogo travado. O México teve muito mais tempo de bola, porém sem efetividade. Até chutou mais também sem levar perigo. A emoção ficou apenas por conta de Lewandowski que sofreu um pênalti e que o goleiro mexicano Ochoa segurou para delírio dos mexicanos, que fizeram a festa. O goleiro mexicano começa sua quinta copa salvando a pátria e levando a torcida ao delírio.  Aliás, o jogo foi mais animado nas arquibancadas do que no campo. O dia ficou marcado mesmo pelo desempenho eficiente do futebol francês. Um time que tem Mbappé, Giroud, Griezmann e Rabiot, mesmo sem Benzema, não pode deixar de ser considerado um dos favoritos. Nem mesmo tendo sofrido um gol no primeiro ataque australiano, quando Leckie pegou a bola, na direita, passou por Lucas Hernández e cruzou para Goodwin, sozinho,  abrir o placar na segunda trave com um forte chute, a equipe se abateu. Com força e empenho tomou conta da partida e depois de buscar, aos 26, Theo Hernández fez um lançamento na área, e Rabiot, de cabeça, empatou.  Um pouco depois o mesmo Rabiot participou roubou a bola no ataque, tabelou com Mbappé e deu, com açúcar, para Giroud que estava no lugar preciso, onde os bons artilheiros costumam estar e só bateu com precisão para virar o jogo. Só deu França daí em diante e teve inúmeras oportunidades de ampliar tanto com Giroud, Dembélé, Griezmann e Mbappé. A Austrália só teve um ataque nos acréscimos, numa cabeçada de Irvine na trave direita de Lloris, que somente podia, como fez, olhar. Mas, ainda que tivesse dado certo, a superioridade francesa foi flagrante e se mostrou no segundo tempo com Mbappé, aos 22,  de cabeça aproveitando o cruzamento de Dembélé, e Giroud, aos 25, depois  de Mbappé cruzar da esquerda. A França mostrou sua força de forma esmagadora: teve 63% de posse de bola e deu 23 chutes a gol, com sete deles na meta, contra apenas 4 da Austrália. Venceu com facilidade. Podia ter feito mais, porém ficou de bom tamanho.

ARÁBIA SAUDITA PROMOVE A 1ª GRANDE SURPRESA DA COPA

 


Futebol são onze contra onze, ou seja, dependendo do dia tudo pode acontecer, daí ser uma caixinha de surpresas. Mas, a grande realidade atual é que todos os times são, mais ou menos, iguais. Não há bobos. Há desníveis. Assim estarem classificando a vitória da Arábia Saudita como uma grande zebra me parece um desmerecimento ao sucesso de uma estratégia de um time bem treinado. É verdade que não se esperava, mas é preciso ver que este time que derrotou a Argentina perdeu de um a zero da Croácia, que ganhou, pelo mesmo placar da França, logo não se pode subestimar sua capacidade. Aliás, a de nenhum dos que estão na Copa. Que era improvável a vitória dos sauditas era. Se me perguntassem antes quem ganharia, com certeza, seria capaz de apostar na Argentina. Ocorreu que, quando a bola correu, não se viu, apesar do maior domínio da bola, uma superioridade argentina nítida. Houve maior posse de bola e até mesmo um chute mais perigoso de Messi antes que se fizesse um a zero, mas inclusive o gol, convenhamos, foi fruto de um erro de arbitragem. Um pênalti por demais polêmico. Talvez, possa se dizer, que compensado. Afinal três gols dos argentinos foram anulados. Talvez um deles injustamente. Elas por elas. O problema é que não se conseguiu uma formula para fugir da marcação adiantada dos jogadores sauditas. No final do primeiro tempo a queda da seleção de Messi ainda não parecia possível. Porém bastaram 7 minutos para tudo mudar. O empate saiu logo aos dois minutos e, depois, assistimos perplexos a um golaço de  Al-Dawsari. O camisa 10, pegou o rebote da defesa, e, apesar de seis defensores estarem posicionados na área, conseguiu dar um corte para o meio e chutar com precisão na gaveta. A verdade é que os gols desnortearam a Argentina. Até o técnico chegou a fazer três trocas tentando acertar, mas nada parecia dar certo tanto que perderam, aos 17, uma oportunidade  incrível depois de finalização de Martínez e desvio de Tagliafico, com o goleiro salvando no reflexo. As tentativas malogradas se sucederam até os 45, quando Al-Amri cortou em cima da linha finalização de Álvarez. Foi o desengano final. A primeira grande surpresa da Copa estava consolidada. Vamos ter que esperar para ver se a Argentina terá capacidade de se recuperar da inesperada queda.

 

Monday, November 21, 2022

INGLATERRA ATROPELA EM UM DIA DE POUCO FUTEBOL

 


Este segundo dia de Copa do Mundo começou com um jogo em que somente havia uma equipe em campo. A Inglaterra começou mostrando que estava disposta a ganhar o jogo e manteve todo tempo a posse de bola. Não conseguia nada porque o time iraniano se defendia bem, mas não há como aguentar uma pressão continua. Isto ficou visível a partir dos 20 minutos, quando os ataques ingleses se tornaram mais incisivos. E veio o primeiro gol aos 34, numa jogada de canto, a bola foi centrada para Bellingham, que cabeceou certeiro para abrir o placar. O Irã, de certa forma, até tentou reagir. Como o desnível era grande ao sair para o ataque se desorganizou. E o castigo veio, aos 42, quando, numa cobrança de escanteio, Maguire ajeitou para Saka chutar no ângulo e ampliar a contagem. E aos 45 Sterling fechou a tampa do caixão e o placar do primeiro tempo. No segundo tempo, em ritmo de treino, Saka fez outro e o Irã, para mostrar que estava vivo, descontou com Taremi. Em vão. Rashford e Grealish completaram atropelando, de vez, o time adversário. Nos minutos finais de pênalti Taremi, de novo, diminuiu. Foi a maior goleada da Inglaterra numa copa. No outro jogo, entre Senegal e Holanda, o que se viu foi um jogo equilibrado na falta de criação e de criatividade. O jogo foi um sofrimento para o técnico Louis van Gaal, que mexeu bem os pauzinhos, e para o telespectador que não teve muito o que ver. Senegal chegou mesmo a gostar do jogo, porém, sem acertar os chutes, acabou castigado pela maior qualidade do adversário depois de um cruzamento de De Jong, em que Gakpo se antecipou ao goleiro Mendy e, de cabeça, fez o gol do time laranja. Um era suficiente, mas, no último lance do jogo, fruto de uma jogada individual de Depay, a bola sobrou para Klaassen aumentar o placar. País de Gales e Estados Unidos fizeram o jogo mais previsível de terminar empatado. Porém foi mais emocionante do que se esperava. Gales sempre foi um time fechado e os EUA um time mais arrumado, com mais toque de bola e, normalmente, sempre busca o gol ainda que, às vezes, sem sucesso. Havia no ar um prognóstico não explícito de 0x0. Não foi. No primeiro tempo os EUA partiram para cima e conseguiram seu gol com Weah. No segundo tempo o País de Gales foi quem tentou e conseguiu num pênalti, sofrido e cobrado por Bale. Não foi um grande jogo, mas teve alguma emoção. Até aqui, talvez, o mais disputado.

Sunday, November 20, 2022

UM JOGO BUROCRÁTICO E PREVISÍVEL

 


O primeiro jogo de qualquer copa do mundo, em geral, não é uma das melhores ocasiões para se ver um bom futebol. Como o dono da casa sempre joga é preciso que haja um golpe de sorte para se ter duas equipes fortes em campo e é preciso que também se supere o nervosismo da estreia. No caso atual, o Catar, apesar de ter se procurado dotar o país de tudo que o dinheiro pode dar não há como comprar uma coisa essencial: talento. Em um país com uma população pequena e sem tradição de futebol o que foi feito, é preciso dizer, foi o possível. Porém, apesar de ser muito, não se esperava, nem se espera, que a seleção do país vá muito longe. Daí, o primeiro jogo contra o Equador ser um teste de onde poderia chegar, mas era mais do que previsível que esta primeira partida fosse um jogo sem grande brilho, amarrado, por causa da motivação dos dois times. O Equador precisava da vitória, é verdade, no entanto, entrou quase com a certeza de que a teria e só precisava manter depois do primeiro gol. E, logo no início, fez. O VAR frustrou a estratégia ser posta em ação no começo do jogo. E sem este gol de início o Catar se sentiu com capacidade para buscar a iniciativa. Até tentou. Sempre pelo centro onde o time equatoriano é forte, compactado e roubava as bolas para tentar o contra-ataque, que, para um time de jovens, era uma boa situação até pela fragilidade da defesa do Catar. Verdade que o time da casa é bem estruturado, bem treinado, em muitos momentos chegou mesmo a ser ousado. Pena que parece com o time do Ceará, que desceu da série A este ano: tem uma dificuldade imensa de fazer gols. Tudo contribuiu para ser um jogo modorrento. E num jogo assim, que beneficiava o time equatoriano, depois de uma roubada de bola, no meio, de Mendez, foi feito um passe em profundidade que resultou no pênalti. E, de pênalti, o veterano Enner Valencia fez o primeiro gol da Copa. O segundo viria de uma arrancada de Caicedo que passou para Preciado cruzar e, novamente, Valencia marcar aos 30 minutos do primeiro tempo. Era do que precisava o Equador e, é preciso assinalar, se acomodou. No segundo tempo o time ´so esperou mais atrás para tentar explorar o espaço que aparecesse. E apareceu e perderam. Os donos da casa ficaram com a posse de bola e uma festa de vermelho dos torcedores enquanto o Equador cumpriu seu objetivo. E a Copa começou sem grande brilho.

Ilustração: Foto: Amr Abdallah Dalsh/Reuters.