Thursday, June 28, 2018
A fase de grupos chegou
ao fim com dois jogos do Grupo G. A Bélgica, com um gol de Januzaj, venceu a
Inglaterra. Os times, no entanto, jogaram com suas equipes reservas, pois, já
estavam classificadas e o jogo, embora aberto e com muito mais oportunidades de
gol do que seria uma partida de mata-mata entre eles, apresentou a equipe belga
mais ofensiva, buscando mais a liderança da chave. Conseguiu seu objetivo e se
classificou em primeiro lugar, com 100% de aproveitamento, e vai enfrentar o
Japão nas oitavas. Os ingleses jogam contra a Colômbia, um time supostamente
mais difícil. Mas, em contraposição, o líder do grupo, a Bélgica, foi para um
chaveamento, supostamente também, mais complicado, onde estão Brasil,
Argentina, França, Uruguai e Portugal. Do lado da Inglaterra, estão equipes
menos tradicionais, como Suécia, Suíça e Rússia, a exceção é a forte equipe da Espanha, considerada uma das favoritas para
ganhar a Copa.
O futebol apresentado
na Fase de Grupos não foi dos melhores. Os times estão muito defensivos e as
partidas povoadas de faltas, muitas nem sempre leais. O impressionante, com
tudo isto, só um jogo, até agora, terminou em 0x0. Dez partidas
terminaram em 2x1 e outra dezena em apenas 1x0. Agora a cobra vai fumar. Os
jogos previstos variam, mas, alguns serão, indiscutivelmente, parelhos e de
previsão complicada. São os casos de Uruguai x Portugal, França x Argentina, Croácia
x Dinamarca e Suécia x Suiça. Favoritismo existe para Brasil, Bélgica e
Espanha. Já no caso de Colômbia x Inglaterra pode acontecer qualquer coisa. O
certo é que, agora, os times terão que buscar mais a vitória e o futebol deve
melhorar, de vez que os que aí estão podem não ser os melhores, porém, foram
mais eficientes. Agora vamos para o salve-se quem puder.
O BRASIL SÓ DEU PARA O GASTO
O Brasil entrou em campo com obrigação de vencer e, logo, mostrou disposição para isto controlando as ações, mas, o lateral Marcelo, machucado, teve que sair no início do jogo, sendo substituído por Filipe Luís, que teve uma atuação segura. O Brasil comandava as ações, mas, não acertava o último passe nem conseguia chutar bem no gol. No entanto, dava a impressão de que seria só uma questão de tempo. E foi, aos 35 minutos. Paulinho, em sua jogada característica, infiltrando-se pelo meio, aproveitou uma enfiada de bola de Philippe Coutinho, e só encobriu o goleiro Stojkovic, para abrir o placar. Os dez minutos seguintes foram sem muitas emoções.
No segundo tempo, o Brasil não conseguiu voltar com a mesma disposição e a Sérvia dominou, por algum tempo, o meio-campo criando situações complicadas que poderiam ter modificado a partida. Numa delas Thiago Silva, salvou um chute com Alisson batido e evitou o gol de Mitrovic. O sofrimento brasileiro só acabou quando, aos 22 minutos, Neymar cobrou escanteio no primeiro pau para Thiago Silva subir mais que a zaga sérvia e fazer 2 a 0. O jogo, daí para a frente, foi administrado dentro do possível pelo conjunto da seleção brasileira. Teve sustos, mas, os atacantes sérvios facilitaram a tarefa com sua má pontaria. O jogo, no todo, foi razoável. E o Brasil foi a versão mínima de Tite: um time que jogou só para fazer o resultado. Classificou-se em primeiro lugar do grupo, inclusive com uma folga extra derivada do inesperado empate de 2x2 entre Suiça e Costa Rica. O nome do jogo foi mesmo Thiago Silva. Escolheram Philippe Coutinho, entretanto, escolheram errado.
A ZEBRA COREANA
A zebra que andou
rondando várias grandes equipes resolveu pregar peça foi mesmo na Alemanha. É
verdade que já havia perdido para o México, mas, perder para o México pareceu
digerível. Perder para a Coréia do Sul, francamente, é de dar indigestão. E,
justiça seja feita, não merecia perder de 2x0. Pelo que jogou, no mínimo,
poderia sair com um empate. A questão é que, mesmo tendo o domínio do jogo, os
alemães foram muito pouco eficientes. Nem de longe lembraram o jogo vertical
que os levou a serem campeões no Brasil. Facilitaram. Facilitaram muito mesmo.
E os coreanos, que até deixaram de aproveitar muitas oportunidades, acabaram
fazendo os gols e ganhando. Não mereciam, mas, fizeram os gols e ganharam.
Efetivamente os alemães
predominaram o tempo inteiro. No entanto, a passagem da defesa ao ataque era
lenta, o que permitia à Coreia se defender como podia. E o tempo passou sem que
o gol alemão tão esperado saísse. Até, em contra-ataques, os atacantes coreanos
estiveram mais perto. E, nos acréscimos, com a Alemanha tentando um gol de
qualquer maneira, o castigo veio através de dois contra-ataques. Kim Younggwon
e Son marcaram os gols. No segundo gol, Son chutou para um gol vazio. O goleiro
Neuer, no desespero, havia partido para o ataque e a bola lançada para Son
acabou de liquidar as esperanças alemãs. Crueldade das crueldades: Os mexicanos
só conseguiram a vaga porque a Coréia do Sul fez 2 a 0 e deixou a Alemanha com
três pontos e em último lugar no grupo. A Suécia havia aplicado um 3x0 sobre o
México e terminou na primeira colocação, com seis pontos e três gols de saldo. Pela
terceira vez, um campeão do mundo é eliminado na primeira fase da Copa
seguinte. A zebra estacionou na estação Alemanha para delírio dos coreanos. Nem
eles esperavam por esta.
UMA VITÓRIA DRAMÁTICA
Ser um craque é uma
benção, porém, também pode ser uma maldição. Se cobra de Messi na seleção o que
ele faz no Barcelona, mas, falta ao time argentino o entrosamento e o estilo de
jogo do time espanhol. Por isto mesmo Messi não recebe os passes que precisa
para ser o que é. Isto ficou patente quando, contra a Nigéria, não se conseguia
armar jogadas de qualidade, todavia, quando enfiaram uma bola redondinha o
talento de Messi fez a diferença. Marcou o 100º gol do atual mundial ao receber,
aos 14 minutos do primeiro tempo, um belo passe de Banega e tocar na saída do
goleiro nigeriano. Ele se esforçou o
resto do tempo sem resultado. Mesmo com a Nigéria sensivelmente acovardada, o time argentino não se acertava e até Di
Maria esteve apático.
Como as coisas sempre
podem ficar piores Mascherano, infantilmente agarrou um atacante dentro da área
e cometeu pênalti. O árbitro turco apitou
a infração e Moses converteu a cobrança com uma tranquilidade de dar inveja a todos
os grandes cobradores. A Argentina, no entanto, é a Argentina. Um grande time,
com inegáveis valores individuais e uma garra imensa. E foi a garra que
prevaleceu. Apesar dos nervos à flor da pele, eles tentaram, tentaram, de
qualquer jeito ou sem jeito. E, aos 41 minutos, quando o desespero era visível,
Sampaoli já havia jogado todas as suas fichas, trocando Higuain por Aguero, a
solução veio de quem não se esperava com Mercado fazendo um cruzamento para
Rojo marcar um golaço. gol de Rojo fez explodir o choro e a alegria dos
jogadores argentinos, que obtiveram um triunfo dramático. Mas, precisaram da
vitória da Croácia sobre a Islândia (2x1) para se classificar. Emoção não
faltou. Bom futebol sim.
Tuesday, June 26, 2018
OS FAVORITOS ENCALACRADOS
Foi
um jogo tecnicamente ruim, mas, emocionante. Era de se esperar que, pelo
desnível técnico, Portugal ganhasse do Irã sem muitos problemas, embora a
Espanha tivesse feito apenas um golzinho para vencer, mas, a Espanha não tem
Cristiano Ronaldo. Portugal, no entanto, não conseguia fazer uma boa partida e
o seu maior nome também não estava muito inspirado. Tentar até tentavam, porém,
nada funcionava até que, no fim do primeiro tempo, quando já não se esperava
muita coisa, Quaresma fez um golaço dando maior tranquilidade à equipe
portuguesa. Logo no começo do segundo tempo, com o auxílio do VAR, foi marcado
um pênalti muito discutível em Cristiano Ronaldo, cobrou, mas, o goleiro
Beiranvand pegou. Assim mesmo a partida
parecia controlada até que o árbitro Enrique Caceres marcou, com a ajuda do
árbitro de vídeo, pênalti em bola na mão de Cédric. O atacante iraniano
Ansarifard cobrou muito bem e empatou o jogo.
A
partida virou um drama que se desenrolava, ao mesmo tempo que outro, pois,
Marrocos também aprontava para cima da Espanha e esteve por duas vezes na frente
até o final do jogo quando, depois de um grande sufoco, Aspas concluindo, de
letra, um cruzamento de Carvajal, empatando aos 47 minutos. O auxiliar marcou o
impedimento no lance, mas, após consulta com o VAR, o árbitro de vídeo validou
o empate. No jogo de Portugal, nos minutos de acréscimos, Mehdi Taremi ainda
teve mais uma enorme oportunidade de marcar só na frente de Rui Patrício, mas,
botou a bola para fora. Por um triz Portugal não vai embora. De qualquer jeito,
Espanha e Portugal tiveram jogos em que, apesar de tidos como muito superiores,
por um fio não perderam seus jogos. Em outras palavras, confirma-se a tese de
que não existem mais times fáceis na Copa. Estão todos muito parecidos e a
diferença pode ser dada por um jogador que chute melhor ( ou não perca pênalti, se isto é possível).
FESTA COLOMBIANA
Não
assisti a Bélgica meter 5x2 na Tunísia. Era um jogo de resultado previsível,
mas, a Tunísia tinha dado trabalho à Inglaterra. Os cinco gols foram uma
demonstração de força. O que a Inglaterra também fez metendo 6x1 no Panamá com
o Kane fazendo mais três gols. Bem, dois foram de pênaltis. Vale do mesmo
jeito. O México fez 2x1 na Coreia do Sul e também não assisti. Assisti foi Japão
2x2 Senegal, um jogo muito igual onde o Japão, que esteve atrás no placar,
demonstrou ser um time muito solidário e persistente, com uma determinação fantástica.
Os japoneses atrás do empate sufocaram o Senegal que é um time pesado, de
compleição robusta. Mas, os senegaleses batem muito e se tivessem melhores
fundamentos teriam acabado com o jogo, de qualquer forma o seu grande teste
virá contra a Colômbia.
Também
assisti o passeio da Colômbia sobre a Polônia. Uma maldade para o maior
artilheiro da seleção polonesa, Robert Lewandowski, que, apesar de ter buscado
muito, não conseguiu marcar, até agora, um gol sequer por conta da má performance
de sua equipe. A Polônia, já eliminada, está longe de ser um time sequer
organizado, e a derrota refletiu a falta de entrosamento e o baixo nível
técnico apresentado. Quem fez a festa foi mesmo James Rodriguez, que passeou em
campo organizando a vitória colombiana. Yerry Mina, Falcão García e Cuadrado
marcaram os gols da vitória colombiana e deram motivos para a torcida de seu
país festejar. Agora, com o começo da terceira rodada, as coisas vão se
definir. É a lei dos mais fortes. Os fracos estão ficando no caminho.
Monday, June 25, 2018
O ALÍVIO NO FINAL
O Brasil não conseguiu,
a rigor, fazer nada no primeiro tempo. Insistindo com Neymar e Marcelo pelo
lado esquerdo do campo, e com os homens do meio sem inspiração, o nervosismo, a
pressa e a falta de articulação tornaram o ataque do Brasil inoperante. Costa Rica,
apesar de não ter a posse de bola, teve com Celso Borges a melhor oportunidade
do primeiro tempo. Foi um jogo, para dizer o mínimo, confuso e feio. Houve só
mesmo um gol bem anulado, num impedimento de Gabriel Jesus, e, aos 40 minutos,
um chute de Marcelo, ou seja, incomodaram muito pouco o Navas. No intervalo
Tite mexeu. Colocou Douglas Costa, no lugar de William, para poder explorar
mais o lado direito.
Deu certo e o Brasil
voltou com mais disposição, mais ofensivo. Tanto que Gabriel Jesus acertou a
trave numa cabeçada assustando a torcida. No entanto, a movimentação se perdia
quando o ataque chegava perto da área. Para modificar isto Tite mexeu de novo.
Tirou Paulinho e colocou Firmino. Mesmo assim o ataque não funcionava o
suficiente para furar o bloqueio da bem postada defesa porto-riquenha e, quando isto
acontecia, o último chute ia sem força para passar pelo competente goleiro.
Neste rame-rame a partida se desenrolou até os quarenta e cinco minutos finais dando a impressão que
terminaria empatada, quando, por fim, o ataque brasileiro conseguiu encaixar
uma bola para Gabriel Jesus tocar de lado, dentro da área, e Philippe Coutinho
chutar com força por baixo das pernas de Navas. Ainda foram dados seis minutos
de descontos, porém, o Brasil, neste tempo, passeou com a bola até que Neymar, sozinho,
recebesse um passe de Douglas Costa, para marcar seu gol aos 51 minutos. Depois do gol chorou no gramado. Fora de
melhor forma física, teve uma atuação sofrível e forçou demais, nas faltas que
recebeu, tanto que teve um pênalti anulado pelo VAR ( de forma errada)e
reclamou muito da arbitragem. E levou amarelo pelas queixas. De qualquer forma
o seu alívio foi similar ao da torcida brasileira. Foi uma vitória no limite e
no sufoco.
UMA VITÓRIA INCONTESTÁVEL
A grande realidade é
que a Argentina não se encontrou no campo. Isto começou a ficar patente, logo,
nos minutos iniciais quando um chute de Perisic, pela esquerda, exigiu a
participação de Caballero. Outra chance croata, pela direita, também causou
preocupação na torcida portenha. O time de Sampaoli só respondeu aos 12. Meza
acertou forte chute, mas, a bola desviou na defesa. O leve susto fez a Croácia
apertar a marcação e o jogo ficar equilibrado com as duas seleções mais
cuidadosas. E aos 29, Messi, em rara chance, pressionou o goleiro pela
esquerda. E, no rebote, Enzo Pérez mandou para fora, com o gol aberto. A
Croácia depois fez um levantamento na área de Modric para uma cabeçada perigosa
de Mandzukic, aos 31. O atacante da Juventus mandou para o lado errado, porém,
mostrou que o ataque croata não estava para brincadeiras. Messi se esforçava,
mas, nada acontecia em campo que ajudasse a melhorar as coisas. O jogo ficou
ríspido, mas, foi ainda a Croacia, no final do primeiro tempo, quem quase marca
com Rebic.
No segundo tempo o jogo
ficou mais aberto, mais franco. O que parecia que podia favorecer a Argentina
não aconteceu. E, logo, aos 7 minutos, ao rebater uma bola, num erro terrível,
Caballero proporcionou a abertura do placar com um belo gol de Rebic de voleio.
O gol desmontou o time argentino no jogo que não conseguiu mesmo mais se
articular. E, aos 35 minutos, Modric, depois de uma tabela, cortou para um
lado, para o outro e, de fora da área, desta vez de forma inapelável para
Caballero enfiou a bola no canto. O terceiro gol já foi um excesso. Um
contra-ataque em que os atacantes croatas tabelaram dentro da área e Raktic
recebeu na frente de Caballero, só, para
tocar no canto. Tristeza dos argentinos, mas, pelo que apresentaram em
campo uma merecida vitória do melhor time que impôs seu ritmo de jogo.
Wednesday, June 20, 2018
UM DIA DE POUCO FUTEBOL E GOLS
O
sétimo dia dos jogos da Copa da Rússia foram marcados por vitórias no sufoco e
com gols feitos por reconhecidos artilheiros. O dia começou com o jogo do grupo
B entre Portugal e Marrocos. Aparentemente as coisas deveriam ter sido fáceis para
os portugueses e, com um gol de Cristiano Ronaldo, logo aos 4 minutos, parecia
que seria mesmo. Mas, não foi. O time de Marrocos deu um calor imenso nos
portugueses, que, mesmo sendo mais objetivos, tiveram sorte em sair com a
vitória. Uma vitória que contou com os erros de finalizações do ataque
marroquino e do excelente desempenho de Rui Patrício, o goleiro português, o
melhor jogador em campo. Se o placar foi justo? Bem, Marrocos não tem Cristiano
Ronaldo.
Algo
semelhante aconteceu no jogo entre Uruguai e Arábia Saudita. É bem verdade que,
num jogo pra lá de morno, a Celeste mandava, mas, não conseguia fazer gol. E,
como no jogo anterior, foi um notório artilheiro quem resolveu: Luis Suárez,
aos 20 minutos do primeiro tempo, aproveitando uma falha da zaga apareceu para
colocar a bola na rede. E foi só isto mesmo. Um
resultado
magrinho e suficiente para classificar Uruguai, bem como consolidar a Rússia nas
oitavas de final. Na terceira rodada, as duas equipes vão decidir quem fica em
primeiro lugar, com os russos jogando pelo empate (maior saldo de gols).
No
terceiro jogo do dia a Espanha, apesar de inegavelmente superior, também
construiu o mesmo, e magérrimo, placar. Com o agravante de que o Irã teve um
gol anulado (cercado de dúvidas) e que foi invalidado pelo sistema VAR. O
domínio espanhol foi completo, e só em contra-ataques raros, o time adversário
teve oportunidades, porém, a defesa iraniana fez das tripas coração e não
permitia que chutassem com eficácia. O gol veio também de outro artilheiro,
Diego Costa, que, com imensa sorte, ao tentar driblar o zagueiro, recebeu um
chute nas suas pernas que entrou. Azar do Irã. Gol é gol! De qualquer jeito
vale. Ainda mais quando tão perseguido e desejado. Os espanhóis mereciam a
vitória, mas, sofreram mais do suvaco de aleijado. Foi mesmo o dia dos grandes
artilheiros e dos gols chorados.
Tuesday, June 19, 2018
A COPA DA RÚSSIA AINDA VAI FICAR MELHOR
Na
primeira rodada do mundial, a França sofreu para bater a Austrália por 2x1, bem
como foi este o placar da Inglaterra contra a Tunísia, jogo em que só deu Kane,
um artilheiro implacável. O Irã fez 1x0 em Marrocos. O mesmo placar que o
Uruguai fez contra o Egito, a Dinamarca bateu o Peru, a Suécia ganhou da Coreia,
o México da Alemanha e a Sérvia de Costa
Rica. Argentina e Islândia empataram em 1x1, igual a Brasil e Suíça. O que
demonstra que as defesas andam bem. As exceções começaram na estreia com a
goleada Russa por 5x0 e foram poucas. A Croácia fez 2x0 na Nigéria e a Bélgica,
confirmando que será um dos times fortes desta Copa, meteu 3x0 no Panamá. Outro
placar de muitos gols foi Portugal 3x3 Espanha.
O
que se viu, até agora, não entusiasma. Foram jogos com poucas oportunidades de
gols, com times fechados, posicionamentos defensivos e, muitas, mas, muitas
mesmo, pancadas. As jogadas perigosas e a caça aos melhores jogadores tem sido
constante. E, alguns juízes, não tem conseguido impor um disciplinamento que
impeça este jogo desleal. Ainda assim apareceram muitos gols bonitos. E alguns
jogos de boa qualidade. O grande destaque, para mim, foi o jogo de Portugal
contra a Espanha, que, não só foi mais aberto, como as equipes procuraram o gol
sempre. O outro, também eletrizante, foi Alemanha e México. O Brasil fez um
jogo razoável na medida em que, sem criatividade, não soube superar a muralha suíça.
Patente,
até agora, é que o futebol mundial está, por diversos motivos, equalizado. A diferença
entre as grandes equipes é muito pouca. E, quando, alguns jogadores
diferenciados, como um Neymar, um Messi não estão inspirados tudo fica, mais ou
menos, do mesmo tamanho. Artilheiros, porém, homens de área, decisivos, fazem a
diferença. Basta ver o desempenho de Cristiano Ronaldo, Lukaku e Kane, entre
outros. De qualquer forma, estamos no início da Copa. Quando avançarmos os
jogos, certamente, com as equipes mais fortes se impondo, serão muito melhores.
Quando jogam duas equipes com superioridade evidente, como foi o caso da
Inglaterra contra a Tunísia, se o melhor não se impõe logo, corre o risco de se
nivelar. E a diferença somente pode ser feita por um jogador de decisão, como
foi o caso, neste jogo, de Kane.
UM TROPEÇO NO INÍCIO DA JORNADA
O
Brasil, apesar do empate, jogou, razoavelmente, bem na sua estréia na Copa da
Rússia. Claro que é frustrante para a torcida brasileira que deseja ver o time
vencendo com facilidade e jogando muito bem, entretanto, é preciso lembrar que
o retrospecto dos jogos entre ambos, nos oito já realizados, o Brasil havia
feito 10 gols e levado 8, com 3 vitórias contra duas derrotas e, no único jogo
de Copa, em 1950, uma das grandes seleções brasileiras ficou no empate em 2x2,
jogando em casa, no Pacaembu. A grande verdade é que a Suíça sempre foi um osso
duro de roer. E o Brasil começou bem. Parecia que ia se impor mesmo.
Principalmente, quando, aos 20 minutos, Philippe Coutinho acertou um belo chute,
de fora da área, indefensável. Por algum tempo até pareceu que o segundo viria
logo, mas, terminou o segundo tempo e não veio.
No
segundo tempo, se esperava que o Brasil liquidasse a fatura, porém, numa bola
parada, vinda de um escanteio, Zuber cabeceou, sozinho, e empatou o jogo. Houve
um leve empurrão, de fato, em Miranda. E também o mau posicionamento da defesa.
Uma bola como aquela não pode passar de forma alguma. Os jogadores brasileiros
reclamaram sem que o árbitro mexicano César Ramos desse a mínima. Da mesma
forma quando, depois, o atacante Gabriel Jesus girou em cima do zagueiro Manuel
Akanji, e caiu, reclamando ter sido derrubado. Faz parte do jogo e não
justifica o empate. E, justiça seja feita, depois do gol de empate a Suíça
conseguiu se posicionar melhor, foi mais eficiente na sua defesa e até mais perigosa
no ataque.
Tite
até tentou mudar isto trocando Casemiro por Fernandinho, Paulinho por Renato
Augusto e Roberto Firmino no lugar de Gabriel Jesus. O Brasil até pressionava,
mas, nervoso não conseguia construir bem as jogadas, nem fazer o gol. É verdade também que fizeram dez faltas em Neymar para pará-lo. Mas, também é verdade que este não esteve num dos seus melhores dias. E, com todos os problemas, os brasileiros ainda
desperdiçaram três boas chances de vencer, no entanto, o apito final premiou a
determinação do time suíço. Não é o fim do mundo. Só demonstra que a equipe
brasileira pode sucumbir pelos nervos. E que, quando alguns jogadores, entre
eles Neymar, não jogam bem, falta ao time a capacidade de criar alternativas.
Mesmo assim mostrou que tem um time forte e difícil de ser batido. A Suíça deve
dar trabalho. E se cair durante a Copa ainda assim exigirá bom futebol e sangue
frio.
A PRIMEIRA GRANDE SURPRESA DA COPA
Não se pode colocar o
México no grupo das seleções fracas desta Copa, todavia, também não era de se
esperar que vencesse a Alemanha, mas, foi o que aconteceu neste domingo de
calor em Moscou. Num jogo futebol veloz
e determinado, a equipe mexicana explorou os contra-ataques e, com muita garra,
segurou os atuais campeões do mundo e saiu com uma vitória maiúscula por 1 a 0,
em jogo disputado no estádio Luzhniki, na estreia das duas equipes na Copa do
Mundo. O jogo foi muito bom e com oportunidades para ambos os lados, a partir
logo aos dois minutos, quando Vela fez um ótimo lançamento pelo lado esquerdo
da área alemã. Lozano recebeu, e deixou Kimmich no chão, batendo firme e
obrigando Boateng a se esticar todo para mandar a bola para escanteio. A Alemanha respondeu, um minuto depois, quando
Muller passou para Timo Werner, que passou por Gallardo, e chutou cruzado, com
a bola passando rente à trave esquerda. E se alternaram, daí em diante, as
bolas perigosas aos 15,16,19 e 25. A possibilidade de fazer gol esteve aberta
para os dois lados, mas, os mexicanos saíram na frente, aos 34 minutos. Num
rápido contra-ataque puxado por Layún, Lozano recebeu de Chicharito na esquerda
da área, deu um corte seco em Hummels e bateu no canto direito de Neuer. Gol! E
uma explosão da torcida mexicana no
Luzhniki.
A Alemanha tem um
estilo de jogo que não se altera, mesmo diante do resultado adverso, partiu
para tentar impor seu estilo, mas, o gol não saiu no primeiro tempo. Nem no
segundo onde tentou colocar pressão e o jogo ficou muito mais acelerado. O
técnico alemão, Joachim Löw, tentou de tudo,
e colocou Mario Gomez, Marco Reus e Julian Brandt para tentar, de
qualquer forma, o empate. O México, com
a entrada de Rafa Marquez, Alvarez e Jimenez, se fechou ainda mais e podia até
ter feito outro num contra-ataque. O jogo, no final, foi eletrizante. Reus, aos
43, invadiu a área pela esquerda, bateu cruzado, Mario Gomez desviou no gol
e Ochoa defendeu. No rebote, Mario Gomez
empurrou a bola para trás, Kimmich dividiu com Gallardo e a bola sobrou para
Brandt, que bateu de primeira, mas, a bola, caprichosamente, explodiu na trave
esquerda. Nos acréscimos, até o goleiro Neuer foi na área tentar o empate. O
México passou um sufoco imenso, mas, resistiu. E não se pode dizer que a
Alemanha jogou mal. Não acertou as jogadas decisivas, mas, mostrou ser uma
equipe compacta e bem treinada. Não se pode dizer que foi uma zebra. Foi
surpreendente, porém, o México teve indiscutíveis méritos: foi aplicado o tempo
inteiro e muito perigoso nos contra-ataques. Não será uma equipe fácil de ser
batida nesta Copa.
O EMPATE INESPERADO
Aconteceu
o inesperado: a Argentina empatou com a Islândia, na estreia das equipes no
Grupo D da Copa do Mundo. O jogo foi morno, embora a Argentina procurasse mais,
contra uma defesa bem fechada, e tenha dado a impressão que tudo estava
resolvido quando, em grande jogada, Agüero, se livrando do seu marcador, na
única jogada bem feita pelo time no primeiro tempo, fez um gol de artilheiro,
daqueles em que se demonstra faro de gol. No entanto, apesar do gol a Argentina
não conseguiu se impor, pois, logo veio, cinco minutos depois, o empate.
Sigurdsson, um dos destaques da seleção
europeia na partida, chutou cruzado. O goleiro Caballero defendeu, mas, a bola
parou nos pés de outro "son": Finnbogason, que marcou o primeiro gol
da Islândia na história da Copa do Mundo. Depois disto a Islândia voltou a se
fechar e não houve mais oportunidade de gol.
Na
volta, o que quer que Sampaoli tenha dito no intervalo, não surtiu efeito. A
Argentina voltou a apresentar um futebol sem criatividade e a Islândia, com
Gunarsson e Hallfredsson, representavam uma ameaça mais perigosa e capaz de armar
uma jogada onde saísse um gol. Futebol, porém, vive o imprevisto. E, num lance
duvidoso, o juiz marcou um pênalti sobre Tagliafico. Quem foi bater foi Messi,
que, por não estar num grande dia, bateu mal e fez a alegria do goleiro Hannes
Halldorsson, que ainda não consegue esquecer o feito. Depois Messi até se esforçou,
mas, tudo foi em vão. A Argentina não merecia vencer mesmo. Não fez por onde. E
perder pênalti, ainda mais por um jogador como Messi, não é um bom sinal. Ainda
que se possa esperar dele que se recupere sempre deixa uma marca inesquecível.
Principalmente, quando o gol era tão necessário. A Argentina esteve longe dos seus bons momentos.
Friday, June 15, 2018
O NOME DA FERA É CRISTIANO RONALDO
O
jogo mais esperado desta primeira rodada da Copa do Mundo não decepcionou:
Portugal e Espanha fizeram um clássico muito disputado no Estádio Olímpico de
Sochi. Logo aos três minutos, numa infantilidade de Nacho, que chutou sem
necessidade Cristiano Ronaldo, o juiz marcou pênalti acertadamente. Implacável
o atacante português marcou e converteu com precisão. A Espanha custou um pouco
a reagir, mas, paulatinamente foi impondo seu jogo de toques, sob o comando de
Iniesta, até que, aos 23 minutos, Diego Costa, de forma faltosa, levou a melhor na disputa de bola com Pepe,
porém, o juiz não deu. E o centroavante, na frente de dois marcadores,
conseguiu encontrar espaço para finalizar no canto direito de Rui Patricio
empatando o jogo.
Tudo
indicava que a Espanha iria mudar o rumo do jogo, pois, impunha o seu ritmo e
chegou a pregar um susto na torcida portuguesa com uma bola que bateu no
travessão, e caiu em cima da linha, num chute de Isco. Porém, Cristiano Ronaldo, depois de receber
de Gonçalo Guedes, aos 43 minutos, desempatou o jogo com um chute em que houve
uma falha grave do goleiro De Gea. Para muitos um frangaço, de vez que a bola
esteve nas suas mãos antes de escapar para as redes. E terminou 2x1 para
Portugal o primeiro tempo.
A
Espanha voltou com tudo para a etapa complementar. E tocando a bola,
incomodando a defesa portuguesa chegou ao empate aos nove minutos. Numa
cobrança de falta, David Silva levantou na área e Busquets completou de cabeça
para o meio. Lá o Diego Costa, com o faro e a perícia de artilheiro, mandou a
bola para o fundo das redes. Portugal sentiu o baque. E o time de
Hierro soube aproveitar o momento e virou o jogo três minutos depois. O ataque espanhol fez uma jogada pela esquerda
e a bola, desviada na zaga, sobrou limpa para Nacho, que, num sem pulo, tocou a
bola com efeito e comemorou ao vê-la tocar na trave antes de entrar. A Espanha
parecia ter o jogo sobre controle valorizando a posse de bola até que, perto da
área, Piquet fez uma falta em Cristiano Ronaldo, aos 42 minutos. Ele mesmo
cobrou com perfeição marcando seu terceiro gol na partida e se tornando, até
agora, o artilheiro da Copa e o nome da partida. O jogo ficou mais emocionante,
mas, agora, era Portugal quem buscava mais o gol. Mesmo com quatro minutos de
compensação o placar não se mexeu mais. Numa avaliação isenta a Espanha foi melhor, no entanto, Cristiano Ronaldo equilibrou a balança.
Cristiano
Ronaldo, de fato, fez história ao ser o único jogador de Portugal a disputar quatro
edições da Copa do Mundo. Com os gols que fez se igualou a Pelé, Klose e Seeler
com gols em quatro Copas do Mundo. E também é o primeiro a marcar em oitos torneios
internacionais consecutivos. Fez comemoração de cabra, mas, está mais para lobo.
E um lobo feroz faminto por gols.
URUGUAI VENCE NO FIM DE UMA PARTIDA MODORRENTA
A
partida entre Uruguai e Egito não foi um grande jogo. Foi, de fato, um jogo muito
ruim. De uma só expectativa: quando o Uruguai vai marcar. E, no primeiro tempo,
teve uma chance rara, aos 22 minutos, quando Luiz Suarez teve tudo para marcar.
Não era o dia dele. Como comprovou mais duas vezes, no segundo tempo, quando
teve ótimas oportunidades desperdiçadas. Bom para o goleiro El Shenawy, que foi o grande nome do jogo. Cavani,
com passes precisos, e chutes de primeira foi mesmo quem se destacou na equipe
celeste. O Egito sem o seu grande nome, Salah, no banco, a rigor, só uma vez,
num chute de longa distância ofereceu algum perigo.
Apesar
do controle do jogo e da supremacia indiscutível, o Uruguai não fez uma boa
partida. Esteve longe dos seus melhores momentos. A ironia é que, desde 1970, o
não vencia na partida de estreia de uma Copa do Mundo. O gol de José Giménez
contra o Egito, no penúltimo minuto do tempo regulamentar, colocou fim ao que já
se considerava uma "maldição" celeste. Mas, de fato, o esquadrão
celeste ficou devendo. Muitas vezes, e vamos torcer para que seja isto, um adversário
de qualidade baixa, torna o desempenho das equipes nivelado por baixo. A
impressão, porém, que deixou foi mesmo de falta de entrosamento, de articulação.
Mesmo assim merecia vencer. Menos por seus méritos e mais pela indiscutível
superioridade técnica de seus jogadores.
Thursday, June 14, 2018
A RÚSSIA SOBROU NO PRIMEIRO JOGO DO MUNDIAL
No primeiro confronto
do Mundial a Rússia, num jogo marcado por um futebol sofrível, rompeu, pelo
menos temporariamente, o pessimismo que envolvia o seu time ao aplicar uma
goleada por 5 a 0 sobre a Arábia Saudita. Sorte do técnico Stanislav Cherchesov,
que, de uma hora para a outra, teve sua cotação subindo no conceito de seus
compatriotas, que o apontavam como o responsável pela má fase da equipe. Com
duas substituições fundamentais para a construção do resultado ao colocar em
campo Cheryshev, quando Dzagoev precisou sair por conta de lesão - e Dzyuba,
que foram responsáveis por três gols dos russos. De quebra também ficou com o
galardão de ter aplicado a maior goleada de uma Copa desde que passou a ser
disputada com uma só partida inicial.
A Rússia, considerando
o placar, não poderia ter começado melhor. Porém, a verdade é que a Arábia
Saudita foi, é, um time fraco. Até toca a bola, mas, sem objetividade. No
começo do jogo já mostrava sua fragilidade, embora ainda desse sinais de que
poderia se constituir em obstáculo. Ilusão que só durou até quando, depois da cobrança
de um escanteio, a zaga afastou, e a bola
voltou para a Rússia. Golovin pegou na entrada da área e cruzou para Gazinskiy,
que subiu, desviando de testa, no canto para abrir o placar. Foi o primeiro gol
da Copa do Mundo de 2018 e o canto de cisne da Arábia que, mesmo com muito
maior posse de bola, não avançava em direção ao gol russo. Os russos, quando
tomavam a bola, eram muito mais eficazes tanto que não só ameaçaram mais como
fizeram o segundo gol numa bela jogada de Cheryshev, após limpar a marcação,
aos 42' do 1º tempo. Se já estava confortável com um gol apenas, daí, para a
frente o time russo se refestelou. No 2º tempo, com o time saudita sem o mesmo
ímpeto inicial, somente controlou o jogo e os outros gols saíram como uma
decorrência da fraqueza do adversário. A Rússia aproveitou a oportunidade e
começa um mundial com uma chocolotada que fez a alegria de sua torcida. Muitos
gols e festa. Um começo melhor seria impossível.