Monday, July 16, 2018

E VIVA A FRANÇA! CAMPEÃ DO MUNDO NA RÚSSIA



Esta Copa da Rússia foi uma copa defensiva, sem grande brilho e surpreendente. A surpresa final veio, inclusive, do último jogo onde o peso da arbitragem se fez sentir numa penalidade que, valha-me Deus, é impossível não lamentar. Embora isto não tire os méritos da França, que ganhou com um futebol objetivo e muito esforço, mas, que requer, no mínimo, uma revisão, por parte da FIFA, do que se faz, em termos de arbitragem. É preciso ver também que poucas foram as grandes jogadas e a maior parte dos gols decisivos saíram de bolas paradas, o que tira muito da beleza do jogo. É terrível, para os croatas, em especial, perder a copa com dois gols de bolas paradas ainda que, o primeiro, tenha surgido de uma marcação primária que fizeram. Eles, no entanto, honraram a camisa que vestem.
O domínio e a posse de bola foram, indiscutivelmente, da Croácia que procurava uma forma de vazar a defesa francesa. E, até os 18 minutos, quando marcaram uma falta controvertida em Griezmann, nem uma só bola tinha ido até o gol de Subasic. A cobrança de Griezmann, porém, foi lá nas redes, com um toque contra de cabeça de Mandzukic. Um castigo terrível que não desanimou a Croácia. Partiram para cima e, aos 28 minutos, Perisic dominou bola, na entrada da área, puxou para a perna esquerda e disparou para vencer Lloris e empatar. O jogo continuou no mesmo diapasão até que, um contra-ataque francês, que aconteceu, aos 33 minutos, resultou num escanteio. Na cobrança Matuidi cabeceou e a bola desviou na mão de Perisic antes de sair pela linha de fundo. Em dúvida, o juiz Pitana acionou o VAR e conferiu o lance diversas vezes antes de decretar: pênalti para a França. Griezmann bateu como sempre: sem a menor piedade jogou a bola de um lado e, de outro lado, o goleiro. Os croatas tentaram em vão até o fim do primeiro tempo ter uma oportunidade efetiva de empatar sem sucesso.
Na segunda etapa, a Croácia veio novamente atrás do empate e, logo no início, aos 2 minutos, Rakitic enfiou para Rebic chegar chutando e Lloris fez uma bela defesa mandando para escanteio. Aos 6 minutos, em passe espetacular de Pogba para Mbappé, em contra-ataque, invadiu a área e tentou rasteiro, mas, Subasic fez grande defesa. No entanto, por mais que atacasse faltou aos croatas a eficiência que Pogba teve, ao aproveitar um rebote de seu próprio chute,  pegando Subasic no contrapé: 3 a 1.  A fatura estava, quase, liquidada. Nem assim a Croácia desistia. Mas, cinco minutos depois, Mbappé, da intermediária, chutou fraco, no canto, Subasic, encoberto pela própria defesa, nem pulou na bola. Só viu quando morria no fundo do barbante. Uma água fria em qualquer reação. Nem mesmo assim a Croácia deixou de procurar o jogo. E foi premiada com um erro, aos 24 minutos, do goleiro Lloris, que foi querer sair jogando com os pés e chutou a bola em cima de Mandzukic, que, de canela, mandou para as redes. Foi um alento de morto. Depois de três prorrogações seguidas nos mata-matas, faltavam pernas para superar o vigor físico da jovem seleção francesa. A França se sagrou campeã mundial pela segunda vez com o apito final. E a Croácia faz sua melhor copa. E, segundo dizem, jogou melhor que a França. Pode ser que sim, mas, para mim, gol não é detalhe. Joga melhor quem faz mais gols. Portanto, viva a França!

BÉLGICA ATÉ COM CERTA FACILIDADE É A TERCEIRA COLOCADA



Não foi preciso mais do que três minutos para a Bélgica fazer um gol na Inglaterra. Foi um gol de canela, mas, foi gol. E com o agravante de ter sido do lateral Meunier, no melhor estilo de centroavante tipo Dadá Maravilha, pois, entrou batendo de qualquer jeito para desviar uma bola que veio de uma jogada entre Chadli e Lukaku. Com a bola cruzada na área Meunier só escorou para fazer o gol: 1 a 0. A Inglaterra não conseguia reagir e os belgas comandaram a partida. Só não fizeram mais porque Pickford brilhou. Só aos 22 minutos, quando Sterling rolou para Harry Kane, que bateu direto por cima do gol, a Inglaterra chegou a incomodar. Só no segundo tempo a Inglaterra viria com mais disposição de tentar igualar o marcador.
Já, aos cinco minutos, Dier  jogou na área e Stones chegou para mandar de cabeça. A zaga belga afastou para escanteio. Kane, o artilheiro da Copa com seis gols, quase também fez ao receber  de Lingard uma cobrança de lateral. Kane se esticou todo para mandar rumo às redes, mas, a bola passou perto. E, de tanto insistir, enquanto a Bélgica dormia, quase que a Inglaterra empatou, aos 24 minutos, quando Dier tabelou com Rashford e encobriu Courtois. Alderweireld afastou, quase em cima da linha, quando a bola ia entrando devagarinho. É verdade que Lukaku teve oportunidades de matar o jogo e não aproveitou em contra-ataques. O domínio, a posse de bola, era belga. E, logo, aos 34, Hazard acionou De Bruyne, que passou para Mertens, que virou para Meunier chutar de primeira e Pickford fazer uma grande defesa.  Dois minutos mais tarde De Bruyne, em velocidade, acionou Hazar, nas costas da zaga inglesa. Este tirou do goleiro com precisão: 2 a 0. Selando o 3º lugar. Bem que os ingleses tentaram até o fim, mas, a zaga belga não deu nenhuma oportunidade de, pelo menos, diminuírem o placar. O nome do jogo foi mesmo Hazard. Sem dúvida, um dos grandes nomes desta Copa da Rússia. Jogou muito.

Thursday, July 12, 2018

CROÁCIA FAZ HISTÓRIA



Croácia e Inglaterra foi, de longe, o melhor jogo desta Copa até agora. Os dois times buscaram, cada um com seu estilo de jogar, a vitória com garra e aplicação. No fim os 2x1 fizeram justiça ao melhor desempenho e qualidade dos croatas, mas, os ingleses tentaram até o fim, pois, mesmo com um a menos (lesionado) depois de já ter feito todas as substituições, não desistiu de tentar o gol. Quando o jogo começou foi a Inglaterra que veio com tudo. E, aos cinco minutos, Modric derrubou Dele Alli na meia-lua da área. Trippier cobrou com perfeição, uma bola difícil para qualquer goleiro pegar e Subasic estava mal posicionado. Não deu tempo de chegar. O gol da Inglaterra no início da partida deixou a impressão que a vitória iria sorrir para o time do técnico Gareth Southgate. Os ingleses ainda deram alguns sustos nos croatas depois do gol, mas, não fez o segundo, e a partida terminou a etapa inicial equilibrada com a Croácia procurando o empate ainda que parando na sólida defesa inglesa. 
No segundo tempo, a Croácia voltou pressionando os ingleses. Com mais posse de bola e paciência, que não diminuiu mesmo com o tempo passando, só aos 23 minutos, Vrsaljko cruzou da direita e Perisic, de pé esquerdo, no alto, empatou a partida. A partir daí os croatas tomaram conta do jogo e sucederam-se as tentativas de vazar a meta de Pickford, que trabalhou muito. De qualquer forma o fato é que o gol não saiu no tempo normal e as duas equipes foram para a prorrogação. Foi a terceira dos croatas que, com raça, superaram o cansaço e partiram para cima da Inglaterra. E, aos três minutos do segundo tempo da prorrogação, Mandzukic apareceu, grande goleador que é, aproveitando um toque despretensioso de cabeça de Perisic, matou o jogo na saída de Pickford. Os ingleses ainda tentaram fazer uma pressão final, mas, exaustos e desordenados, não  conseguiram mudar os 2 a 1. Foi um grande jogo e uma vitória merecida. Os croatas correram, lutaram e fizeram história. Subasic, Vrsaljko, Perisic e Mandzukic, os grandes destaques do jogo. Pela primeira vez, a Croácia num final de copa do mundo.


Wednesday, July 11, 2018

O HERÓI IMPROVÁVEL



O jogo entre França e Bélgica ficou entre regular e bom. A emoção só ocorreu mesmo por ser um jogo de mata-mata. Claro que teve seus bons momentos, inclusive um belíssimo passe de Mbappé, mas, como foi a tônica das partidas desta copa, os times estiveram melhor defensivamente que no ataque. A França mereceu ganhar? Sim. Teve oportunidades mais efetivas do que a Bélgica, que teve mais posse de bola. No entanto, no meu entender, faltou pernas aos belgas. Os franceses correram muito e foram muito objetivos, inclusive nas faltas. E souberam marcar muito bem ao Hazard que não teve forças físicas para superar a juventude dos franceses. A França, na verdade, apesar de tudo, controlou o jogo, pois, não deu grandes oportunidades para o ataque belga chegar ao gol.
Courtois trabalhou muito mais que Lloris. Os atacantes principais estiveram num dia de pouca criatividade ou espaço. Giroud fez sentir (e muito) a falta da qualidade de Benzema, e Lukaku foi uma sombra de si mesmo. Por ironia o único gol da partida não veio dos pés dos que se pensavam que poderia desequilibrar o jogo para a França. Não. Nem Mbappé nem Griezmann ou até mesmo Pogba. O herói improvável, quem aproveitou o único erro da defesa belga, foi Umtiti, que, poucas vezes, se viu fazer o que fez: ir lá na área cabecear. E, pasmem, vencendo o gigante Fellaine que, por infelicidade, ainda tocou com a cabeça na bola. Sem dúvida, a França mereceu, mas, é uma derrota que vem mais de sua capacidade defensiva, e objetividade, do que mostrar que é uma equipe, realmente, melhor. Mal comparando, o que não deixa de ser correto, a sensação deixada é semelhante ao Brasil de 82 que perdeu para uma equipe mais compacta, mais forte defensivamente. A grande diferença é que a Itália ganhou pela competência de um grande goleador como foi Paolo Rossi. A Bélgica caiu, porém, diante de um gol de um herói improvável. E a França,  vinte anos depois de seu primeiro título, terá, de novo, a chance de buscar o bicampeonato.

Monday, July 09, 2018

COPA CHEGA AO FIM COM AS MELHORES EQUIPES DO TORNEIO



Que esta não foi uma grande copa é verdade. A prova maior é que os grandes craques do momento estão fora dos jogos finais (Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar e Ibramovic), no entanto, brilham as estrelas de grandes jogadores como são Hazard, Modric, Mbappé e Kane. Se bem que mesmo os grandes artilheiros, como o próprio Kane, o maior goleador até agora desta copa, tenha passado os últimos dois jogos sem fazer gol. O Lukaku também não fez gol contra o Brasil, o que mostra que as defesas tem sido mais consistentes que os ataques, apesar de 0x0 ter sido quase inexistente. Uma coisa que esta Copa tem de bom é que chegam ao final as quatro seleções mais equilibradas do torneio.
Neste sentido se destaca a Bélgica que vacilou apenas, um pouco, no jogo contra o Japão, porém, verdade seja dita, graças ao preparo do time japonês que deu uma canseira nos belgas. A França também mostra um time competitivo, novo e forte. Empataram com a Dinamarca, porém, que, diga-se de passagem, é difícil de ser batido. Saiu perdendo nos pênaltis, para a Croácia, que teve o que considero, apesar de sua inegável qualidade, o pior desempenho dos quatro. Apesar de ter ganho todos os jogos da fase de grupos precisou dos pênaltis sempre para chegar onde chegou. A Inglaterra só perdeu de 1x0 para a Bélgica, mas, tem um time novo que corre muito. E tem Kane, um inegável goleador. Se derem sopa e a bola vier boa, nos pés ou na cabeça dele, o gol será quase sempre inevitável. Ainda assim faço mais fé na Croácia, porém, não é nada ferrenha minha aposta. Da mesma forma que meu palpite é que dá Bélgica contra a França, mas, um Mbappé ou Griezmann podem transformar qualquer favoritismo em pó, de uma hora para a outra. De qualquer forma, são mesmo as melhores equipes que chegam na semi-final. Esperamos que façam grandes jogos para nosso deleite.

JOGO TRUNCADO COM EMOÇÃO ATÉ O FIM



O time da Croácia é muito, mais muito superior ao russo. Por isto mesmo, sempre teve o comando da partida. Mas, como em outros jogos deste mundial, a superioridade não se traduzia em gols e, mesmo tendo a quase totalidade da iniciativa durante a maior parte do jogo, foi a Rússia quem abriu o placar numa tabela de Cheryshev com Dzyuba, que acertou um chute perfeito no ângulo de Subasic, aos 31 minutos.  Os croatas custaram a reagir. Foram para cima e oito minutos depois, Mandzukic escapou pela esquerda e cruzou, com perfeição, para Kramaric empatar. No primeiro tempo não aconteceu mais grande coisa.
No segundo tempo repetiu-se o enredo do primeiro: os croatas, no toque de bola, procurando uma forma de abrir a defesa russa e os russos esperando a oportunidade de um contra-ataque. Não tiveram sucesso nenhuma das duas estratégias, apesar de Perisic ter pego uma sobra de bola dentro da área e chutado no canto direito de Akinfeev, que batido, viu a bola se chocar contra a trave. E, no fim, ninguém queria mais se arriscar muito, de forma que  o jogo terminaria o tempo normal empatado. A diferença visível é que o time de Luka Modric teve 64% da posse de bola e tomou sempre a iniciativa.  Pelo menos, psicologicamente, os croatas estavam mais desgastados. Inclusive,  fisicamente, com o goleiro Subasic, o lateral Vrsaljko e o atacante Mandzukic mal se sustentando de pé. Mesmo assim, foi a Croácia ainda quem tomou a iniciativa e, num mundial onde antes ninguém fez um gol na prorrogação, quando zagueiro Vida completou um cruzamento de escanteio de cabeça e a bola passou entre os zagueiros adversários o jogo deu a impressão de estar definido. Porém, empurrado por sua torcida os russos não desistiam e, quase no final do segundo tempo da prorrogação, o brasileiro naturalizado russo Mário Fernandes teve seu grande momento de herói quando também marcou de cabeça, levando a partida para os pênaltis. O primeiro pênalti batido pelos russos, por Smilov, parou na mão do goleiro. Depois, para aumentar a emoção, Kovacic perdeu o pênalti defendido por Akinfeev. Tudo igual de novo, então, Mário Fernandes chutou para fora. Daí em diante ninguém errou mais. E, coube a Modric fazer o seguinte, quase espirita, pois, o goleiro chegou a pegar e a bola bateu num poste e no outro e entrou. No fim Rakitic, como já havia feito antes contra a Dinamarca, definiu. A Rússia caiu de pé. E a Croácia vai enfrentar a Inglaterra na semi-final.

INGLATERRA LEVA ALGUNS SUSTOS, MAS, BATE SUÉCIA



Para fazer justiça à Suécia é preciso dizer que tem um time bem organizado que, infelizmente, não sabe atacar bem nem tem boa pontaria, o que torna muito difícil que sua estratégia de contra-ataque possa se constituir numa boa alternativa. Não é de espantar que, em todas as partidas anteriores, só tenha feito mais de um gol contra o México quando este, de forma atabalhoada, partiu para o tudo ou nada. Em geral, parece que jogam por um gol, pois, sabem se fechar. Contra a Inglaterra não fizeram nada diferente. Fechados na defesa, bem organizados, com uma marcação rígida pararam os ingleses e até foram os primeiros, aos quinze minutos, a criar uma oportunidade de gol. Os ingleses tentavam, sem muito êxito, porém, paravam na defesa escandinava.  Tentavam, tentavam tocando a bola sem sucesso. Até que, num escanteio, de Ashley Young pela esquerda, a bola levantada na segunda trave encontrou a cabeça de Maguire, que apareceu no centro da área, para com uma potente cabeçada vencer o goleiro Olsen. As coisas ficaram melhores  e os ingleses tiveram mais espaço até o fim do segundo tempo, porém, sem muita inspiração, em especial de Sterling, acabaram ficando no gol solitário.
No segundo tempo equipe  pretendia que o jogo fosse diferente quando, no primeiro minuto, Berg obrigou Pickford a fazer uma excelente defesa em cabeçada. O goleiro inglês também bloqueou dois outros chutes, de Claesson e ainda outro de Berg, e saiu como grande destaque do jogo, pois, fez o nome com as duas últimas defesas, quando a Inglaterra já havia ampliado o placar. A questão é que o time inglês tem jogadores muito rápidos e, quando se esperava uma maior pressão sueca, aos 13 minutos, numa jogada de ataque fez 2 a 0, com o segundo gol marcado por Dele Alli, também de cabeça, após cruzamento de Lingard. Até o fim a Suécia tentou, mas, a Inglaterra somente administrava a vitória. Festa dos ingleses que, desde 1990, não ficavam entre os quatro finalistas de uma Copa. Foi uma vitória merecida de um time mais equilibrado.

UM BRASIL SEM BRILHO DÁ ADEUS À COPA



A Bélgica eliminou o Brasil com evidentes méritos. A verdade é que De Bruyne, Hazard e Lukaku conseguiram consolidar a estratégia belga defensiva e de contra-ataque com eficiência. Não que o Brasil tenha feito uma péssima partida. Não foi. Foi regular, mas, evidentemente, sem brilho. Não se viu uma jogada bem executada, um lance onde a criatividade dos brasileiros ultrapassasse com talento a excelente postura de defesa dos belgas. A Bélgica demonstrou, no campo, ser uma equipe mais estruturada, mais entrosada, mais competitiva. O Brasil atacou muito, mas, teve contra si um time muito bem postado, consciente de suas possibilidades. E teve também contra si o azar. Thiago Silva jogou uma bola contra uma trave improvável e o gol contra de Fernandinho, após desvio de Kompany, foi a demonstração de que os ventos sopravam a favor dos belgas. É verdade que quase o Brasil cria oportunidades de empatar, mas, não empatou, nem conseguiu impor seu estilo de jogo. E a ducha fria veio com De Bruyne, que, com um chute de longa distância, num contra-ataque, deixou Alisson na saudade. A Seleção se abalou com a desvantagem de dois gols, inédita com Tite, que também não mexeu com um time que não encontrava meios de se organizar.
Tite só começaria a mexer no segundo tempo, colocando Firmino no lugar de Willian, e com um novo esquema: 4-4-2, onde Gabriel Jesus ia pela direita. Depois colocou Douglas Costa no seu lugar. A equipe até conseguiu penetrar mais na área belga, todavia, foram jogadas sem a necessária paciência, sem uma boa condição para o chute mortal. Quando veio, em forma de cabeçada de  Renato Augusto, que havia substituído Paulinho pouco antes, ainda fez, por um momento, renascer as esperanças de que as coisas pudessem ser diferentes. Não foram pela má pontaria e a indiscutível qualidade de Courtois. Um time de melhor conjunto e aplicado, jogando com alma, ganhou com méritos. E, como já havia acontecido antes, tirou mais uma estrela da Copa: Neymar. Saiu igual ao Brasil: sem brilho.

FRANÇA CARIMBA, SEM GRANDE ESFORÇO, SUA PASSAGEM PARA A SEMI-FINAL



A falta de Cavani tornou o Uruguai um time muito menos perigoso. E, se examinarmos sua trajetória, veremos que, com exceção contra a Rússia, o seu ataque já não funcionava muito bem, aliás, na maioria das vezes, o seu contra-ataque. O Uruguai se fecha muito bem, mas, não apresentou um jogo muito equilibrado na copa atual. E, quando o jogo começou, o que se viu foi o domínio completo da França, um time mais novo, bem entrosado e correndo muito. Em momento algum parecia que podia perder a partida. No máximo, se não fosse competente para ganhar, iria sair com um empate. Tanto que num único momento, uma só vez, no  primeiro tempo, já no fim, Lloris precisou trabalhar para evitar ser vazado. O Uruguai, sem Cavani, com Suárez pouco inspirado, sem ter quem lhe servisse a bola, pouco ameaçou. E isto somente aconteceu depois do gol da França. Um gol de bola parada de Varane, aos 40 minutos. E olha que Mbappé esteve numa tarde pouco iluminada.
No segundo tempo, o jogo não mudou praticamente nada. E até metade do tempo passava a impressão de que poderia terminar com apenas um gol. Foi quando a classificação ficou garantida por um chute de fora da área de Griezmann, que Muslera tentou agarrar, sem muito cuidado, e a bola resvalou de suas mãos para o fundo das redes. Um castigo para o goleiro, mas, um gol merecido para a França e para Griezmann, sem dúvida o melhor em campo. Depois Lloris numa cabeçada teve que fazer uma grande defesa. Só para mostrar sua qualidade. O Uruguai não demonstrava forças suficientes para mudar o panorama. A França foi a primeira a garantir seu lugar na semi-final com méritos. Não foi o time brilhante que jogou contra a Argentina, porém, convenhamos que não era preciso ser contra um Uruguai que, em nenhum momento, lembrou seus áureos tempos. Foi uma exibição uruguaia para se esquecer.


Thursday, July 05, 2018

É A HORA DA ONÇA BEBER ÁGUA



Vamos começar as quartas de finais e, seguramente, é surpreendente que, pelo menos, três das grandes seleções de qualquer copa estejam fora (Alemanha, Argentina e Espanha). Ainda mais que, em especial a Alemanha e a Espanha eram tidas como favoritas para o título. Já fazia falta a Itália cujo futebol é, indiscutivelmente, um dos melhores do mundo. Não há como não fazer palpites. Pelo chaveamento o lado onde o Brasil está possui as seleções melhores. França, Uruguai e Bélgica se destacaram. Do lado de lá, a Croácia e a Inglaterra são as duas grandes seleções. No entanto, os donos da casa, a Rússia e a Suécia, que venceu a Suiça, com a qual o Brasil, precisamos lembrar, empatou não são times fracos, muito ao contrário, chegaram até aí com méritos. 
Contudo, este não é um dos melhores mundiais que já tivemos. Foi, via de regra, recheado de partidas muito defensivas e os gols bonitos, existiram, mas, foram bem menos que nas copas anteriores. Talvez por isto que as atrações acabem sendo o que acontece fora do gramado, como o caso de um  russo torcendo pelo Brasil e até mesmo a repercussão mais dos fingimentos de dores do Neymar do que o fato de que seja um dos grandes nomes que acabou sobrando para o final da Copa da Rússia. Dos times que sobraram a Croácia, a Bélgica, o Brasil e depois o Uruguai, nesta ordem mesmo,  foram os que apresentaram um desempenho melhor. O Brasil é o que mais chuta a gol dos que restaram, mas, a Suécia, por exemplo, tem uma defesa que só levou um gol na primeira fase. A Croácia também. O Uruguai só levou um gol nas quartas de finais. Por isto mesmo são times mais duros de serem batidos. Até agora a posse de bola não adiantou muita coisa quando não se transforma em eficiência do ataque. E se um time se comporta como a Rússia, que teve consciência de que o adversário tinha mais qualidade, se fechando lá atrás para decidir nos pênaltis, não é improvável que venhamos a ter, novamente, decisões que irão depender mais da sorte e dos nervos. De qualquer forma, amanhã, dia 06, às onze horas em Novgorod, Uruguai e França começam a definir os semi-finalistas e, como é mata-mata, emoção haverá de qualquer jeito, embora meu palpite é de que este jogo deve ser um grande jogo, onde os dois irão procurar definir no tempo normal.

Tuesday, July 03, 2018

INGLATERRA QUEBRA A MALDIÇÃO DOS PÊNALTIS EM COPA DO MUNDO



Inglaterra e Colômbia era um jogo do qual se esperava muito. Afinal são duas escolas de futebol diferentes e que sempre primaram por jogar para a frente. Não foi o que se viu, no primeiro tempo, quando, apesar de, bem posicionada, a Inglaterra não conseguia ser eficiente no seu ataque. A Colômbia nem parecia ter ataque e, somente, no fim conseguiu com um chute tirar o goleiro inglês de sua passividade. No fim do primeiro tempo haviam sido dados oito chutes a gol pelos ingleses contra apenas 4 dos colombianos e, poucos, mais poucos mesmos, com alguma periculosidade. O lance mais perigoso do  primeiro tempo foi uma cabeçada de Kane em cruzamento de Trippier, que saiu por cima do gol de Ospina. A Inglaterra foi muito mais presente no campo de ataque, mas, não incomodou muito o goleiro colombiano. Foi um primeiro tempo monótono, sem emoções.
O segundo tempo parecia que não iria ser muito diferente. Ocorre que, na cobrança de um escanteio, Carlos Sanchez segurou Harry Kane, de maneira acintosa, derrubando o capitão  inglês dentro da área! Amarelo para o volante e pênalti. E, como se sabe, Kane não perdoa. Chutou no meio do gol de Ospina, que caiu para o canto, e se tornou o artilheiro da Copa do Mundo com seis gols no torneio. A Colômbia não teve outra alternativa senão atacar e, neste momento, o jogo começou a esquentar. Tiraram Lerma entrando o atacante Bacca numa aposta de risco. Começaram a haver umas trocas ríspidas de pancadas. Os ingleses ficaram perigosos no contra-ataque e num deles reclamaram pênalti de Carlos Sanchez. O risco de uma expulsão levou a substituição dele por  Mateus Uribe. Na melhor oportunidade da Colômbia,  Juan Cuadrado finalizou com do lado direito da área, depois de uma assistência de Carlos Bacca, num contra-ataque. Tudo indicava, depois de um outro chute fraco de Falcão Gracia que tudo terminaria com a vitória inglesa. Ainda mais que, aos 47 minutos, nos acréscimos, Mateus Uribe acertou um petardo no ângulo superior direito. O incrível é que Jordan Pickford. Praticamente no último minuto da partida, num escanteio, veio o gol milagroso de Mina que tocou de cabeça e o zagueiro, debaixo da trave, tentando defender empurrou para dentro. E o jogo foi para a prorrogação. As oportunidades surgiram de ambos os lados. As finalizações é que foram ruins como o futebol dos dois times. Os pênaltis vieram como resultado.  Falcão e Kane, os primeiros a bater, fizeram, assim como Cuadrado, Rashford e Muriel. Mas, Henderson desperdiçou sua chance. Uribe acertou  o travessão  e lamentou muito mais ao ver que  Trippier marcou. Depois Bacca perdeu também e Dier fez o último levando a Inglaterra a quebrar o tabu de perder sempre nos pênaltis e a ser o último a se classificar para as quartas de finais.


O ATAQUE GANHOU DA DEFESA


Num jogo que, se não foi lá essas coisas, tecnicamente, pelo menos, teve uma disputa mais aberta em que, claramente, a Suécia, que teve uma posição mais ofensiva, venceu a Suíça por 1 a 0 nesta terça-feira (3 de julho). Passou a ser a sétima seleção garantida nas oitavas de final da Copa do Mundo. No primeiro tempo, os suecos tiveram as melhores condições de marcar parando no goleiro Sommer.  Berg teve as melhores chances desperdiçadas, pois, não jogava bem. Os suíços são bons mesmo na defesa. Fazer gol, para eles, é sempre uma dificuldade. Daí, também o jogo ter tido poucas oportunidades efetivas de gol. Muita disputa, na verdade, restrita mais ao meio de campo e, nas poucas vezes, que uma boa jogada era feita os atacantes esqueciam de onde era o gol.
No segundo tempo, pouco a partida mudou, porém, Forsberg apareceu mais e foi, aos vinte minutos, que, depois de uma boa jogada, o meia chutou de fora da área com a bola desviando no zagueiro Akanji que aconteceu o único gol da partida. A Suiça, então, quis ir atrás do prejuízo, mas, com bolas lançadas sobre a área só no fim teve uma cabeçada perigosa. De forma que, com uma vitória magrinha, depois de 12 anos afastada dos Mundiais, a Suécia passa para as quartas de finais contra o vencedor do duelo entre Colômbia e Inglaterra, no próximo sábado (7), às 11h. Qualquer deles pode ser encarado como favorito, mas, é bom não esquecer, que a Suiça tem uma marcação muito forte e uma defesa muito boa. Vale lembrar que a Suécia meteu 3 no México. Não há muita diferença entre os times atuais, portanto, todo cuidado é pouco e cada jogo é um jogo.

DERRUBADOS POR UM GOL IMPOSSÍVEL



O japoneses tentaram surpreender os belgas pressionando a saída de bola, no começo do jogo, dificultando a troca de passes do seu adversário. E tentaram equilibrar um jogo em que os belgas tinham, nitidamente, mais qualidade, mas, encontraram uma forte marcação que conseguia bloquear seus chutes. Ficavam com a bola, porém, só conseguiam pressionar o gol japonês algumas vezes. Só, aos 25 minutos, depois de um cruzamento, Lukaku, dentro da pequena área, teve uma oportunidade, quando a marcação conseguiu atrapalhar o atacante e o goleiro Eiji Kawashima ficou com a bola, afastando o perigo. Depois com Hazard que mandou uma bomba para o arqueiro japonês espalmar para a lateral. Enquanto os belgas chegavam ao ataque sem criar tanto perigo no fim da primeira etapa, o Japão quase abre o placar aos 44 minutos. Courtois foi mal e deixou a bola passar por baixo de suas pernas, entretanto se recuperou no lance. 
O segundo tempo se iniciou de forma diferente, de vez depois de roubar uma bola na entrada da área, Inui tocou para Kagawa, que lançou nas costas de Vertonghen. Haraguchi ficou com a bola dentro da área e bateu cruzado, de forma inapelável. A zebra lançava uma sombra sobre o gramado.  Os belgas tentaram reagir, todavia, logo, Kagawa pegou uma sobra de um chute, tirou o marcador e deu para Inui finalizar, com precisão, no canto esquerdo do goleiro. A zebra estava desenhada com todo o seu contorno. O futebol tem, porém, coisas que a razão desconhece. E, quando, atabalhoado, o time belga procurava sem encontrar um meio de fazer um gol, aconteceu um escanteio que o jogador nipônico tentou afastar com um bicão que foi, ainda, parar dentro da área para Vertonghen, que cabeceou tentando colocar a bola no meio, mas, caprichosamente, tomou a direção do outro lado da meta defendida por Kawashima e entrou encobrindo o goleiro. Um verdadeiro gol espírita! Foi o sinal de que a sorte havia mudado de lado. O gol de empate viria, aos 28 minutos, com Hazard fazendo um belo cruzamento para Fellaini cabecear do meio da área: 2 a 2. Os japoneses, inconformados, fizeram das tripas coração, inclusive, por sentirem a Bélgica fisicamente inferior.  Um erro grave. Ao tentarem ganhar, sem maiores cuidados, no último lance do jogo, proprocionaram um contra-ataque fatal. De Bruyne arrancou da sua área, no campo defensivo, passou para Lukaku, que deixou Chadli com o gol aberto apenas precisando empurrar. Era a zebra abatida. A maior qualidade tinha se imposto finalmente. Mas, os japoneses só perderam por, em momento algum, terem admitido isto e se postarem de forma defensiva.

BRASIL VENCEU E CONVENCEU



Os mexicanos começaram o jogo com um volante a mais, o veterano Rafa Márquez, tentando sufocar o Brasil no seu campo de defesa. E, de fato, com esta marcação adiantada andaram assustando o Brasil e obrigando sua defesa a rifar algumas bolas e criou algum perigo e, Lozano, criando problemas, teve que ser parado faltosamente por Filipe Luís, que levou o amarelo. Embora a defesa sólida não permitisse que Alisson precisasse fazer nenhuma grande defesa. O jogo depois dos vinte minutos ficou equilibrado, mas, no fim da primeira etapa, o México teve 49,3% de posse de bola, o que reflete o equilíbrio das ações em Samara.
No segundo tempo, Tite mudou a forma de jogar do Brasil, que começou melhor jogando num 4-4-2, e, logo, aos cinco minutos, a estrela de Neymar brilhou ao conduzir a bola da lateral para o centro da área, arrastando a defesa e dar um passe de calcanhar para Willian, enfim, passar rápido pelo defensor restante e dar um chute cruzado que Gabriel Jesus não alcançou, porém, o próprio Neymar fez o gol, de carrinho. A vantagem obtida, no começo do segundo tempo, proporcionou um maior conforto ao Brasil, e muito mais espaço, com a necessidade do México procurar o gol. E as oportunidades surgiram com  Neymar, Philippe Coutinho, Willian e Paulinho que chutaram, bem ou mal, a gol esbarrando em um Ochoa novamente inspirado. O jogo ficou equilibrado, com mais chances para o Brasil, até que Tite trocou Paulinho por Fernandinho e colocou, aos 40 minutos, Firmino no lugar de Coutinho. E os dois participaram do segundo gol. Fernandinho roubou a bola no meio e lançou Neymar que correu com a bola até a lateral da área e desviou a bola de Ochoa deixando Firmino livre para fazer o segundo gol  e fazer a festa da torcida verde e amarela. Neymar foi o melhor do jogo e fez sua melhor atuação, ainda que, ao levar um pisão, tenha feito um carnaval desnecessário. Foi sua melhor atuação na Copa, mas, deixando a impressão de que pode fazer muito mais. No fim o Brasil teve apenas 46% de posse de bola, contra 56% do México, contudo, foram 21 chutes brasileiros, dos quais dez em gol, contra 13 dos mexicanos, com apenas uma em direção ao gol. O Brasil teve 27 desarmes, na bola, cometendo apenas 6 faltas. Os mexicanos, 17. O Brasil foi consistente. Osório pode falar o que quiser, mas, perdeu para a superioridade do adversário. O Brasil só em alguns momentos jogou um futebol bonito, porém, não se pode negar que foi eficiente.

O JOGO DOS GOLEIROS



Foi outro jogo em que um time somente procurava o gol, o da Croácia e Dinamarca, neste domingo, em Níjni Novgorod. O começo até parecia promissor. Num bola vinda da cobrança de um lateral, mal se iniciou a partida, a Dinamarca, o pior ataque da fase de grupos, abriu o placar, com M. Jorgensen, tocando uma bola que, mesmo mascada, entrou. Um gol de puro acaso. Mas, a Croácia empatou menos de dois minutos depois. A bola veio, aos trancos e barrancos, para Mandzukic tocar para o gol. Outro acaso. Assim, em menos de cinco minutos, cada seleção havia marcado um gol. Logo cedo, dois gols seria o prenúncio de uma partida lá e cá. Não foi. A estratégia da Dinamarca foi a de não sair, consciente da qualidade melhor do adversário. A Croácia dominava as ações e procurava o gol, sem muita inspiração, enquanto a Dinamarca vivia de parcos contra-ataques, todavia, ambos sem dar trabalho aos goleiros que, foram, na maior parte do tempo, espectadores privilegiados. No segundo tempo, a Croácia, se alguma coisa alterou, foi para se parecer, cada vez mais, com a Espanha: um time que tocava a bola sem nenhuma objetividade. De forma que o placar de 1 a 1 permaneceu inalterado até o término do segundo tempo. Veio a prorrogação e, como se esperava, o jogo ficou mais eletrizante e até a Dinamarca, com a entrada de Sisto, tentou alguma coisa. Quando tudo parecia que ficaria igual, aos oito minutos da segunda etapa do tempo extra, Rebic foi derrubado por Mathias Jorgensen dentro da área. Modric foi cobrar a penalidade e Schmeichel defendeu levando a disputa para os pênaltis.  Nos pênaltis, os croatas levaram a melhor com um triunfo por 3 a 2 e avançaram às quartas de final da Copa do Mundo da Rússia. Foi o jogo dos goleiros: na primeira cobrança Subasic defendeu a cobrança de Eriksen e Schmeichel também evitou o gol de Badelj. Em seguida, Kjaer e Krohn-Dehli converteram para a Dinamarca, bem como Kramaric e Modric para a Croácia. Pivaric perdeu e, novamente, Subsacic defendeu os pênaltis de Schone e N. Jorgensen.  Rakitic bateu e colocou nas quartas de finais. Com sofrimento, é verdade, mas, está lá. As grandes figuras do jogo foram mesmo Schmeichel e Subsacic, que fizeram o nome na partida. 

A VITÓRIA DO IMPONDERÁVEL



Foi um jogo amarrado, burocrático, chato mesmo. A emoção somente veio mesmo do fato de que, num mata-mata, um dos times teria que ser eliminado. No jogo das 11h, a Espanha começou, logo aos dois minutos, marcando, mas, fruto mais do acaso do que méritos próprios. A Rússia, porém, com um técnico maquiavélico, sabia de seus limites. E, mesmo perdendo, deixou para tentar alguma coisa no fim. Ficou postada atrás deixando a Espanha tocar a bola como quisesse. A Espanha teve 75% da posse de bola, trocou mais de mil passes, porém, de forma lenta e ineficaz. Não partiu, como devia, para definir o jogo de qualquer jeito. Como quem não faz leva, então, a Rússia, sem força no ataque, graças ao toque de mão de Gerard Piqué, não intencional, deu ao  atacante Dzyuba a oportunidade de marcar um gol de pênalti, aos 41 minutos do primeiro tempo. O seu terceiro gol na competição, mandando o goleiro espanhol David de Gea para um lado e a bola para o outro. Daí para a frente, inclusive no segundo tempo, nada foi diferente. O tiki-taka espanhol, e seu domínio indiscutível, esbarravam na ferrenha defesa russa que, claramente, esperavam segurar o jogo para ter uma oportunidade na loteria dos pênaltis. Só aos quarenta minutos, já no desespero, os espanhóis testaram o goleiro Akinfeev, com um chute rasteiro de Andrés Iniesta, que entrou para tentar mudar o destino espanhol. Veio a prorrogação sem que o panorama mudasse muito. E, nos pênaltis, enquanto os russos não erravam, o goleiro Akinfeev, de 32 anos, pegou os chutes de Koke e Iago Aspas, na primeira disputa de pênaltis da Rússia em uma Copa do Mundo. E,  depois de um empate em 1 x 1 durante os 120 minutos, mandou a Espanha para casa. O inesperado aconteceu. Ninguém apostaria que a Rússia seria capaz de eliminar os espanhóis. O que mostra que a diferença entre as equipes depende somente do lampejo de um ou outro craque. É melhor que a Rússia ganhe para a Copa ter mais brilho, mas, a grande realidade é que deu o imponderável. O pior time levou a melhor. 

MBAPPÉ E CAVANI BRILHAM NOS PRIMEIROS JOGOS DAS OITAVAS



As oitavas de final começaram com dois jogos bem diferentes. O jogo entre França e Argentina foi um jogo surpreendente. Os franceses estavam, no começo do jogo, bem melhor postados e tudo parecia caminhar para um vitória deles quando Mbappé partiu da intermediária para parar somente no pênalti cometido por Rojo na área argentina. Griezmann converteu com competência e a França teve dois contra-ataques para matar o jogo. Não matou e o castigo veio, aos 41 minutos, dos pés de Di Maria que acertou um formidável chute de fora da área. O 1x1 do primeiro tempo deixava o resultado aberto e colocava em dúvidas a superioridade francesa. E, pior, no início do segundo tempo, Messi apareceu fazendo sua primeira jogada. Chutou fraco no gol e, caprichosamente, a bola bateu em mercado e entrou. O gol, ao contrário do esperado, encheu a França de disposição. Partiu para descontar o prejuízo e foi a vez do lateral Pavard, num excepcional chute, de fora da área, deixar tudo igual de novo. Daí em diante Mbappé assumiu o protagonismo e, em jogada individual, limpou a defesa, na área, antes de finalizar. A Argentina, atabalhoadamente, tentava alguma coisa, mas, Mbappé, de novo, apareceu completando uma assistência de Giroud. Messi bem que tentou, mas, o time argentino não se encontrava e o francês só administrou a partida, inclusive poupando seus melhores. No fim, num lançamento de Messi, Aguero conseguiu descontar nos acréscimos, mas, era tarde. O jogo já estava definido. A juventude e conjunto da esquadra francesa colocou ponto final num time sem conjunto, e sem forças, de grandes nomes. Uruguai e Portugal fizeram um jogo sem grandes emoções. O conjunto uruguaio se impôs contra Portugal que dependia de Cristiano Ronaldo, bem marcado e sem inspiração. Cavani, numa tabela com Suarez, fez um gol fantástico. Portugal tentava, sem sucesso, alguma coisa contra um time muito bem postado, não chegou a incomodar Muslera, no primeiro tempo. Veio a etapa final e Pepe, num bola parada, conseguiu empatar o jogo dando a impressão que o resultado poderia mudar. Não mudou. Cavani, depois de receber passe de Rodrigo Bentancur, bateu de curva tirando a bola do alcance do goleiro português Rui Patrício: 2x1. Foi a manifestação da eficiência uruguaia, pois, dos cinco chutes que fez ao gol na partida, três acertaram o gol e dois deles entraram. Daí para a frente foram raras as oportunidades de gol. Portugal teve uma que não entrou. E, como se sabe, ganha quem bota a bola na rede. As estrelas eram Messi e Cristiano Ronaldo, mas, os que brilharam foram mesmo Mbappé e Cavani.