Friday, June 30, 2006
A HISTÓRIA DE UM ADEUS
Os deuses da bola são caprichosos. Sabem disto mesmo os mais estúpidos dos estúpidos que freqüentam um estádio. E numa Copa na qual os momentos de grandeza haviam sido poucos eis que os deuses se levantam para zombar da vaidade e do orgulho argentino. E o fazem soprando a sorte para fazer a Argentina ser eliminada numa partida que, a rigor, teria que ter ganhado por ter mais qualidade, ter jogado mais, ser uma equipe superior. No entanto a grandeza, a glória e o encanto do futebol estão em que o fraco pode superar o forte; o fraco pode, por um erro, um lapso, uma oportunidade perdida ou transformada em gol se embriagar no líquido saboroso da vitória. E a Alemanha inteira, uma Alemanha que até os 80 minutos da partida parecia que se preparava para dar adeus a Copa, se levantou num gol de Klose, um artilheiro que nada fez senão o gol, embriagada, deleitada porque a águia bicou, de forma definitiva, o balão azul da vaidade argentina e o esvaziou na roleta russa dos pênaltis. O capricho reside em que esta era uma partida que sempre foi da Argentina. Talhada a seu modo, feita para a Argentina ganhar. Os argentinos, por natureza, florescem quando a partida é truncada, difícil, nervosa e esta partida o foi desde seu início. Logo no começo o juiz já mostrava o cartão amarelo e ali, na forma e no jeito, se conformava um jogo no estilo argentino. E a Argentina dominou todo o primeiro tempo, porém, talvez aí o grande capricho de algum deus do futebol magoado com eles, não conseguiu criar uma chance sequer, nenhuma no primeiro tempo. Somente o rival por meio de Ballack andou perto de assustar numa cabeçada única, porém numa conclusão, pela rapidez, difícil. No segundo tempo, logo aos 3 minutos, Riquelme cobrou escanteio da direita, Ayala apareceu no meio e cabeceou com precisão para abrir o marcador. Subitamente parecia que a criatividade da Argentina encontrava seu caminho; tudo indicava que a Alemanha, sem alternativa, iria para a frente abrindo espaços para o contra-ataque fatal que é uma arma característica de todas as grandes equipes que o futebol argentino criou. De fato a Alemanha partiu para cima, porém o fez de forma bisonha, atabalhoada e, como o adversário, no primeiro tempo, ficava com a bola sem criar nenhuma situação de perigo. Limitava-se as jogadas aéreas. E a Alemanha no ataque permitiu bons contra-ataques e quase houve o segundo gol. Lahm errou um passe na entrada da área e Tevez pegou a bola passou para Maxi Rodríguez, que invadiu a área sozinho pela direita e chutou do lado de fora da rede. O final da partida se aproximava e nada parecia acontecer. Longe de mim sugerir que o técnico argentino errou, porém tirar Riquelme colocando Cambiasso me pareceu querer apenas o 1x0. Uma demonstração de orgulho antecipado, como se dissesse que a fatura estava liquidada. E quase estava. Quase. Até mesmo a torcida alemã sentia as esperanças batendo asas quando, mais uma vez, uma jogada aérea foi feita. Ballack cruzou da esquerda e Borowski desviou de cabeça para Klose aparecer no local exato, no momento exato, com o toque exato dos nascidos para matar. E o estádio que já se esvaía no liquido incolor da desesperança se encheu de amarelo, preto e vermelho no uníssono grito de gol. Ali, naquele fatal instante, os deuses mudaram de lado. E a Argentina que estava com a partida ganha começava lentamente a perder. O resto do jogo, apesar de ter ficado aberto nos minutos finais, a prorrogação, tudo o mais, foi mero jogo de cena. Estava escrito que a decisão iria para os pênaltis e nos pênaltis a Argentina perderia. E assim foi. A Alemanha perfeita nas cobranças. Neuville, Ballack, Podolski e Borowski marcaram. Pela Argentina, Julio Cruz e Maxi Rodríguez marcaram, mas Lehmann pegou, primeiro o chute de Ayala e, depois, quando Cambiasso caminhou para a bola, sem convicção, já parecia um cantor de tango triste por saber que seria vaiado. A vitória é doce. A Alemanha é uma festa só. Um carnaval. Seus jogadores, os heróis que ganharam um jogo que não poderiam, não tinham como ganhar. Só ganhariam da forma que ganharam. O belo no futebol é isto: entre todas as alternativas se concretiza a menos viável. E a Argentina que teve 120 minutos para liquidar um adversário inferior, e não o fez, volta para casa, apesar de ter mais tudo: classe, malícia, milonga e raça. Não importa. No campo Lehmann, Klause, Neuville, Ballack, Podolski e Borowski provaram, mais uma vez, que jogo se ganha na hora e no campo. Depois do apito final nem choro nem pancadas resolvem mais nada. E assim os argentinos voltam, tristes, para casa. E se apagam as luzes para as lágrimas que sufocam o tango que não voltará a tocar nos campos da Alemanha, pelo menos, na Copa de 2006.
Tuesday, June 27, 2006
A FRANÇA RESSURGE DAS CINZAS
A rigor a França somente criou um lance de perigo, aos 23min, quando Zinedine Zidane lançou Thierry Henry que cruzou rasteiro sem que ninguém completasse o gol. A Espanha só criou algum problema nas bolas paradas. Até que, aos 26min, Cesc Fábregas ficou com sobra de cobrança de escanteio e tocou na área para Pablo Ibáñez, infantilmente atingido e empurrado por Thuram. Pênalti. Só mesmo um pênalti para mudar as coisas. David Villa implacável colocou, com força, no canto direito de Fabien Barthez. O gol, porém não mudou o ritmo da partida que ficou travada no meio do campo. O que mudou, inesperadamente, foi que a França, aos 41min, numa tabela entre Ribéry e Vieira, de repente o meia deixou, com um toque, Ribéry na cara de Casillas o qual driblou antes de empatar. Sem dúvida um gol no momento certo. Num jogo onde não se acertavam as jogadas acertar uma e empatar a partida deu aos franceses ânimo e moral extra.
Se, no segundo tempo, o jogo continuou equilibrado, porém, agora, os franceses passaram a criar a mais e a gostar do jogo. Luis Aragonés trocou David Villa e Raúl por Joaquín e Luis García tentando dar alento ao time espanhol. Não fez muito efeito e ele tentou outra solução, aos 26 minutos, colocando Marcos Senna no lugar de Xavi. A França trocou Malouda por Sidney Govou. O equilíbrio prosseguia até que, aos 38min, Zidane cobrou falta da direita, e a zaga desviou no primeiro pau, porém Vieira apareceu desequilibrando tudo, no segundo, com a bola ainda batendo em Sergio Ramos para enganar o goleiro Casillas. A Espanha, mesmo sentindo, até tentou, porém faltaram forças para buscar o empate. E, nos acréscimos, o ressurgimento da França se consolidou com Zidane fazendo um gol de craque, com o ritmo, a frieza e a competência de quem precisava coroar uma boa atuação e uma bela vitória: 3 a 1. O nome do jogo foi Vieira, notável atuação. A França, a gloriosa França, mostra, mais uma vez, que quem foi rei não perde a majestade. E caminha, gloriosa, para as quartas de finais. E o adversário tem nome, história e camisa amarela conhecida. Brasil e França vão fazer um clássico inesquecível nas quartas-de-final. Um jogo proibido para cardíacos.
O BRASIL SOBROU
Monday, June 26, 2006
QUEM NÃO FAZ LEVA
Sunday, June 25, 2006
A FAÇANHA PORTUGUESA
Foi a grande jogada e o suficiente para transformar Maniche no nome do jogo, embora a torcida portuguesa gritasse mesmo era o nome de Felipão por ter dado ao time uma injeção de animo que foi importante mesmo quando o bombardeio holandês era maior, embora, sem inspiração. Outro personagem importante do jogo foi o arbitro russo Valentin Ivanov cuja a senhora mãe deve ter sentido muito seu nome homenageado em diversas línguas. Só se pode dizer, no entanto de um jogo igual a este que venceu o menos ruim. Ótimo que tenha sido Portugal e melhor ainda para Felipão que sai consagrado, pois até os portugueses já sonham com a Copa. É sonhar demais, porém nada é impossível. E derrubar a Holanda, seja de que modo for, é uma façanha.
Saturday, June 24, 2006
EFICIÊNCIA E CAMISA
Quando não existe, como nesta Copa, equipes entrosadas nem um desnível muito acentuado do futebol que vem se jogando qualquer time que, como a Suécia, toma dois gols antes dos quinze do primeiro tempo tende a desmanchar. A rigor a Suécia virou suco com dois gols de Podolski, que foram construções do artilheiro Klause, este sim merecedor de ter feito seu golzinho. O jogo foi de um time só. A Suécia quis entrar em campo, porém ficou fora por conta da expulsão de Lucic, aos 34 do primeiro tempo, e do pênalti perdido que poderia ter modificado a partida. Com o despacho nas alturas de Larsson foi embora também qualquer pretensão. Mais uma vez se comprovou a “tese Zico”: perder pênalti, em Copa do Mundo, é pedir para ir embora. A Alemanha mostrou a que veio. Jogou bem, segura, se afirmou como uma equipe com grandes possibilidades de chegar aos jogos finais. Klose foi o grande nome do jogo: fez a diferença. E os alemães a festa. O time, agora, passou de pato para ganso. No mata-mata das oitavas o primeiro grande sufoco quem passou foi à Argentina. Não viu a bola, logo no começo, exceto para ir buscar no fundo das redes do goleiro Abbondanzieri depois de um chute à queima-roupa de Rafa Marquez. E mal começou a fazer algum esforço a sorte lhe sorriu: Borghetti fez contra sob a pressão de Crespo, para quem foi dado o gol. O que não dá para entender é como se deixa um atacante marcando outro e logo o mais perigoso atacante do time adversário. É uma tática estranha. O jogo foi excitante, mas ruim. Um jogo travado. Um jogo catimbado. Um jogo que terminou 1x1 no tempo regulamentar por falta de criação, de jogadas perigosas e por erros do arbitro. Mesmo correndo muito inverteu faltas claras, deu impedimentos inexistentes, um no fim do jogo poderia ter liquidado para a Argentina e deixou os jogadores reclamarem demais. O grande, o notável, o extraordinário jogador foi mesmo a torcida Argentina. Impressionante o entusiasmo da torcida que não deixou um momento sequer de acreditar na vitória e torcer ruidosamente numa maravilhosa festa azul e branca. Ela, de fato, foi quem mereceu o belo gol que Maxi Rodríguez fez, ao receber um lançamento de longa distância de Sorín, acertando uma bomba no ângulo direito do goleiro Oswaldo Sánchez, aos 8min do primeiro tempo da prorrogação. O gol foi resultado da qualidade e do fato de que a camisa pesa. A Argentina, mesmo jogando mal, é a Argentina e se impôs contra um time que deu o melhor de si, mas manteve, durante todo tempo, um atacante, como Fonseca, que só dá pontapé, empurra e não acerta uma jogada. È ótimo para o futebol e a Copa que tenha sido assim sofrido, porém justo o resultado. E, de quebra, nos oferece, no próximo dia 30, um presente de emoção e prazer: Alemanha x Argentina. É jogo para inglês ver e brasileiro gostar. Afinal qualquer um que sair daí está com um pé na final.
A BOLA É REDONDA, REDONDINHA....
Thursday, June 22, 2006
UMA BOA ATUAÇÃO
Wednesday, June 21, 2006
O MATA-MATA
Por causa dos horários não tive como acompanhar as três últimas rodadas. De fato vi apenas pedaços e não me causaram maior impressão. Fora o jogo Suécia e Inglaterra, que teve gosto e garra de Copa, e o não tão surpreendente passeio alemão sobre o Equador não creio que há muito o que comentar. Algumas partidas somente serviram para confirmar o que desconfiava: a falta de equipes entrosadas, treinadas, enfim a falta de conjunto faz com que esta Copa seja um palco de surpresas. Nem falo da pelada treino entre Argentina e Holanda, ambos classificados colocaram times para cumprir o compromisso e fizeram um anti-jogo, ou da vitória de Portugal que, mesmo colocando o nome de Felipão no panteão das copas, não foi lá essas coisas e ainda contou com aquele elemento mágico que todo time para ganhar deve ter: sorte. O pênalti perdido pelo México parece que foi o único elemento que serviu para dramatizar mais o resultado. Porém, convenhamos, pênalti é pênalti. Quem perde não tem que reclamar senão de si mesmo. Poderia relembrar alguns erros de juízes que ajudaram Espanha e Itália, porém também faz parte do jogo. É claro que o time prejudicado não acha nenhuma graça. Acontece que, de qualquer forma, estão saindo os melhores e, agora, nas oitavas é que a onça vai beber água mesmo. Já estão definidos quatro jogos: Alemanha x Suécia; Argentina x México; Inglaterra x Equador e Portugal x Holanda. Os outros vão se definir amanhã, 22, e depois, 23, embora Brasil e Espanha já estejam garantidos. Por mais que digam que este compromisso com o Japão é sério como já vimos com as outras seleções, depois de garantidos na próxima etapa, há uma despreocupação natural e, no máximo, como o Japão vai tentar fazer alguma coisa, servirá para aquecer o time. A questão é que continuamos sem acertar a marcação, deixando um espaço imenso entre zagueiros e ataque. Em parte isto vem de que Adriano e Ronaldo ocupam o mesmo espaço do campo e ficam muito parados, porém não é só isto. Para fazer o que é necessário teria que resultar numa mudança para um estilo que ambos não possuem. A lógica manda colocar Juninho Pernambuco, porém Parreira é apegado a formulas e conservador. Vamos ver. De qualquer forma se não modificar a forma de jogar podemos nos preparar para sofrer no próximo jogo sério. Quem vier vai vir com gosto de gás. Qualquer que seja o time não dá para vacilar. O detalhe, um gol, pode ser a diferença. E, principalmente, quando se leva um gol cedo, muitas vezes, é o carimbo para a volta. Depois do Japão vem o mata-mata. E não dá para vacilar.
Sunday, June 18, 2006
PARA FRANCÊS DESANIMAR
Poderia ter sido um jogo bom para francês ver a equipe quebrar o jejum de gols, porém acabou sendo mesmo o desjejum de Ji-sung Park que fez história fazendo um gol inesperado e se tornando o melhor do jogo. Convenhamos, no entanto que foi um jogo, apesar de corrido, ruim e que, se bem examinado, teve um placar correto. É verdade que a França começou bem melhor e já, aos 6min, quando Henry deu um belo passe para Wiltord. O camisa 11 recebeu na área e bateu cruzado, mas o goleiro Won-jae Lee saiu bem e impediu o gol. Mas, já aos 8 minutos, Wiltord dominou na meia esquerda e bateu meio prensado com a bola sobrando para Henry, que só teve o trabalho de, com a perna esquerda, tocar na saída do goleiro. Feito o gol a França se acomodou sem que os coreanos conseguissem criar perigo no ataque. Apenas aos 21min, quando o zagueiro Gallas tentou cortar de cabeça e quase marcou contra. Parecia que a França liquidaria a fatura a qualquer hora pela fragilidade da defesa da Coréia quando era atacada. Aos 32min, Vieira subiu mais alto que os zagueiros, numa cobrança de escanteio, cabeceando forte para Won-jae Lee fazer a defesa de dentro do gol. O árbitro não viu e ficou por isto mesmo. No intervalo, Dick Advocaat trocou Eul-yong Lee por Ki-hyeong Seol. Do lado francês, Domenech, no começo do segundo tempo, colocou Frank Ribery no lugar de Sylvain Wiltord. O jogo, porém continuou o mesmo, exceto por uma trombada de Ho Lee com Patrick Vieira, que resultou em contusão e substituição do coreano. Aos 36min, já não se esperava mais nada, no entanto Jae Chin Cho recebeu cruzamento da direita e escorou de cabeça para a pequena área onde, de joelho, Ji-sung Park encobriu Barthez ante o desespero do zagueiro Gallas que não conseguiu impedir o gol. Um castigo pela falta de empenho francês. E, para completar, nos minutos finais, Zidane recebeu o segundo cartão amarelo. Não pode jogar a próxima partida. Ele e o lateral-esquerdo Eric Abidal desfalcam o time por causa do 2º cartão amarelo. Zidane pode ter dado melancolicamente adeus à Copa. O técnico francês diz que a França ainda está viva. Hum!Hum! No campo mal apresentou sintomas de quem respirava. De qualquer forma ainda tem chances, mas tem que torcer para Togo aprontar em cima da Suíça. E ganhar de Togo. Jogando a bolinha que apresentou e ainda mais sem Zidane não dá para alimentar muita esperança. Porém ainda não é hora de jogar a toalha.
IRRITANDO UM BRASILEIRO CRÍTICO
A FALTA DE UM MATADOR
Saturday, June 17, 2006
A Itália ainda teve chance de marcar o segundo com Toni, aos 29 minutos, recebendo lançamento de Pirlo e chutando cruzado. A bola passou perto do gol norte-americano. Aos 34min, o técnico italiano Marcelo Lippi sacou Totti e colocou em campo o volante Gattuso para recompor o meio de campo, porém abrindo mão de ser mais ofensivo. A ironia veio a campo, pois Mastroeni que quase virou o jogo, aos 41min, com um chute de fora da área mais dois minutos depois entrou de forma violenta e desleal em Pirlo e também foi expulso. Outro jogador norte-americano seria expulso no primeiro minuto da etapa final, Pope, que já havia recebido cartão amarelo, e cometeu uma falta desleal em Gilardinho. Em superioridade numérica, a Itália passou a dominar. Só criou duas oportunidades aos 2min e 6min. Na primeira Pirlo cobrou falta com perigo. Na segunda Bocanegra tentou afastar, acertou cabeçada no travessão e quase fez contra. A Itália não conseguia ser ofensiva e o técnico italiano até tentou melhorar ao tirar Zaccardo e colocar em campo o atacante Del Piero. Este tentou muito sem bons resultados. Os EUA estiveram mais perto de aprontar e, aos 19 minutos, Beasley fez o segundo gol norte-americano, mas o árbitro uruguaio Jorge Larrionda anulou, com competência, por impedimento de McBride. Ainda por duas vezes o goleiro Keller salvou os EUA numa delas fazendo uma bela ponte, aos 27min, quando Del Piero tentou deslocá-lo. E, no final, o jogo ficou dramático. A Itália ainda desperdiçou uma grande chance aos 41min. A zaga se antecipou a Iaquinta e cortou cruzamento de Del Piero. No fim a grande figura do jogo foi mesmo a do árbitro uruguaio Jorge Larrionda teve mesmo que administrou uma batalha com competência. E expulsou e aplicou o cartão quando necessário. O time dos EUA fez uma partida de gente. Honrou a camisa. A Itália também foi um time aplicado, porém não lembrava o time ofensivo que ganhou de Gana. O resultado só prova que cada jogo é um jogo. Que o resultado de ontem não garante o de hoje e que, no futebol global, é preciso matar um leão a cada dia.
PINTOU A ZEBRA
SUPERIORIDADE...
A superioridade técnica da Holanda sumiu diante da velocidade da Costa do Marfim tanto que, apesar de terminarem perdendo o primeiro tempo, tiveram mais no ataque, embora sem eficiência. Os holandeses reagiam com poucas jogadas de contra-ataque, porém, sem sucesso. A técnica se impôs e os “Elefantes” foram castigados com um gol adversário em lance de bola parada, aos 22 minutos. Em cobrança de falta Van Persie acertou um foguete de pé esquerdo, sem chances para o goleiro Tizié. O time laranja embalou e marcou mais um, aos 26 minutos. Robben escapou da marcação e tocou para Van Nistelrooy entrar livre pela esquerda e chutar forte sem defesa para as redes. Houve erros da arbitragem que é difícil de dizer até onde prejudicaram quem, mas o jogo seguiu equilibrado até que, aos 38 minutos, Baky Koné arrancou pela direita e com um chute cruzado acertou, também sem defesa, no ângulo de Van der Sar. Ainda houve tempo para cada equipe arriscar outros chutes sem sucesso. No segundo tempo Costa do Marfim acabou impondo sua velocidade, porém somente serviu para os holandeses sofrerem até o fim, pois nas finalizações faltava objetividade. Com o resultado o chamado “Grupo da Morte” se definiu com Argentina e Holanda que vão disputar no confronto o primeiro lugar. Que a superioridade técnica, muitas vezes, não resolve quando não se finaliza bem e o outro time se posta na defesa ficou evidente no 0x0 de México e Angola. O jogo de amanhã, sábado, entre Portugal e Irã, pode clarear melhor o grupo, porém, no momento, tudo pode acontecer. E, embora, cada jogo seja um jogo, pelo que se viu dos dois será uma partida novamente truncada e difícil, no entanto o Irã possui atacantes com melhor pontaria. Sem querer azarar Portugal que se cuide. Futebol se resolve é no campo.
Friday, June 16, 2006
FESTA AZUL AO SOM DO TANGO
(A foto do jogador isolado é de Riquelme, camisa 10, o nome do jogo. Deitou e rolou, com sol fez chover).
Thursday, June 15, 2006
CARIMBO NO PASSAPORTE
UM PASSEIO SONOLENTO
Wednesday, June 14, 2006
A ALEGRE COMPETÊNCIA ESPANHOLA
A Espanha não há dúvida que jogou bem, no entanto o placar foi mais espetacular que a apresentação. Copa é Copa. Não vale título anterior, fama, glória ou conversa fiada. Vale o futebol no campo e no campo o que vale é gol. E a furiosa entrada na arena da Espanha se deu, justamente, com um lance de escanteio que o meio-campo Xabi Alonso colocou nas redes de cabeça aos 13 minutos. Não foi só a tranqüilidade que deu à Espanha foi como se tivesse dado a eles a certeza que o dia era deles. Tanto que antes se temia pela atuação de Villa, apesar de ser o artilheiro do Campeonato Espanhol com 25 gols, e não é que ele, de falta, quatro minutos faz outro graças ao desvio no defensor ucraniano Andriy Rusol. Ficou tudo fácil e a fatura liquidada se efetivou no início do segundo tempo, depois que o defensor Vladislav Vashchyuk foi expulso por puxar o calção de Torres na área. Villa fez o terceiro batendo o pênalti e o quarto viria de Torres enchendo a rede a nove minutos do encerramento. O atacante, veja a ironia, teve uma temporada frustrante com o Atlético de Madri. A goleada coloca a Espanha entre as favoritas. Minha desconfiança ainda é que nem sempre as coisas darão tão certo. Tunísia e Arábia Saudita fizeram uma pelada de luxo com quatro gols. Ainda aposto na Ucrânia na segunda fase. Os dois times são ruins, as defesas fracas, porém tudo é possível. Tanto que a Alemanha passou mais de noventa minutos sem acertar o gol da Polônia e acertou quando nem eles mesmos esperavam mais. Na prática a Alemanha se garantiu para a segunda fase e deve ter a companhia do Equador. Costa Rica, por mais que o técnico brasileiro pense que pode fazer bonito, não parece ter condições de passar pelo Equador e, mesmo que passe, é, no máximo, candidato a um empate com a Polônia. Ainda é cedo, mas entre os que apareceram se destacam mesmo a Alemanha, Espanha, Croácia, Brasil, Itália, Argentina e República Tcheca, depois Inglaterra, México, Holanda. É claro que, entre eles, só a Alemanha jogou duas partidas, de forma que é uma visão muito parcial. Como sou parcial mesmo é minha escola. Assim como continuo pensando que quem jogou melhor foi à República Tcheca depois a Croácia, mesmo perdendo para o Brasil, e a Alemanha, pela excelente marcação. Agora se formos pensar em eficiência a Espanha deu olé. É preciso lembrar que este mesmo time ganhou, perto de uma semana atrás, da Croácia somente por um a zero, ou seja, a goleada pode ser problema do adversário ou sorte do dia. A Ucrânia não é um time fácil e não perdia já há algum tempo, porém futebol tem dessas coisas quando um time desmancha fica presa fácil de enfiar uns três ou quatro e, no caso, a Espanha não perdoou. O fato é que valeu e carimbaram o otimismo com uma ótima performance. Competência é competência. E tem que ser respeitada.
Tuesday, June 13, 2006
O FUTEBOL EXATO
Talvez tenha sido o jogo, até agora, de melhor qualidade técnica da Copa. Dos que assisti foi. Brasil e Croácia fizeram um jogo bonito, emocionante, sem muitas faltas desnecessárias, com a beleza e o charme do bom futebol moderno que é- em boa medida- uma partida de xadrez. E o Brasil jogou o futebol “just-in-time”, na medida exata, até o gol saiu na hora certa. Evidentemente que nós, brasileiros e entusiasmados torcedores, sofremos demais, porém sofrimento mesmo deve ter sido dos croatas. Afinal dominaram grande parte da partida, fizeram uma partida contra um adversário considerado favorito, tomaram conta do meio de campo, impuseram seu ritmo e perderam no detalhe: o gol. Poderiam ter saído ao menos com o empate que, talvez, fosse um resultado mais justo não fosse o fato de que, em futebol, o que faz a verdadeira justiça é o gol. E o gol foi nosso. Um só e certeiro, indefensável gol de Kaká. O pecado deles, o único, foi ter dado espaço. O pequeno e necessário espaço para que vislumbrasse o canto esquerdo da meta e chutasse com a perfeição adequada, correta, fatal. Aquele gol. Só aquele gol foi a diferença entre Brasil e Croácia. Diz Parreira que o time só jogou 70%. Hum!Hum! Não creio. Creio sim que pesa muito o fato de que com Adriano e Ronaldo, que combateram muito pouco no meio de campo, os croatas impuseram seu ritmo. No futebol moderno equipe nenhuma pode se dar ao luxo de ter dois jogadores parados. E Adriano, no fim até procurou se esforçar mais, porém Ronaldo ainda não está no ritmo. Só deu um chute, o suficiente para provar que deve começar os jogos, mas insuficiente para mostrar que deve permanecer sempre. É visível que também, poucas vezes, recebeu a bola redonda. Embora receber a bola redonda com uma marcação dura e pesada como a dos croatas sem que o time estivesse criando muito se tornou quase impossível. Não se pode dizer que tenha sido uma estréia ruim. Nem que tenha sido muito boa. Foi uma estréia como o futebol na medida exata, com o placar exato. Se o nível da Copa fosse outro talvez o futebol apresentado não fosse suficiente para ser campeão. Considerando que a Croácia é uma das melhores e das mais difíceis equipes de serem batidas nesta Copa não há como não dizer que foi muito bom. Ou, como disse Felipão, o importante é vencer. Méritos também para a defesa. Fez tudo também na medida certa. Até a leiteria, que é fundamental, teve. Dida fez duas grandes defesas e, outras que não poderia defender, os croatas acertaram em cima dele. Não há o que dizer além de tudo foi na medida certa. Menos o sofrimento- é claro- que foi demais.
A INSUFICIÊNCIA GERAL
Monday, June 12, 2006
OS TCHECOS PROMETEM...
VITÓRIA SEM MERECIMENTO
Saturday, June 10, 2006
NEM PARECE FUTEBOL
Tive mais condição de ver Suécia e Trinidad-Tobago. Esteve longe de ser um jogo para se assistir. Foi uma prova de que a Suécia não vai longe. Se não conseguiu acertar no gol com uma equipe fraca com um a menos vai fazer nada na Copa fora passear muito perto de casa.
Não deu para assistir o jogo da Argentina, mas 2X1 na Costa do Marfim não pode ser considerado um bom começo.Dizem que inicialmente a Argentina esteve bem. No fim quase que empatam. O pouco que consegui assistir não me convenceu. Para ser sincero não cheguei a ver, em tudo que já vi na Copa, um futebol de boa qualidade. Todo mundo que surgiu na tela (ou esteve em campo) somente conseguiu, quando muito, fazer o dever de casa como se fosse uma obrigação fastidiosa. Futebol bonito, bom esta Copa ainda deve. E, pior, três favoritos estrearam com muito pouco brilho. Todos muitos parecidos e sem a menor objetividade.
NEM PARECE FUTEBOL
Tive mais condição de ver Suécia e Trinidad-Tobago. Esteve longe de ser um jogo para se assistir. Foi uma prova de que a Suécia não vai longe. Se não conseguiu acertar no gol com uma equipe fraca com um a menos vai fazer nada na Copa fora passear muito perto de casa.
Não deu para assistir o jogo da Argentina, mas 2X1 na Costa do Marfim não pode ser considerado um bom começo.Dizem que inicialmente a Argentina esteve bem. No fim quase que empatam. O pouco que consegui assistir não me convenceu. Para ser sincero não cheguei a ver, em tudo que já vi na Copa, um futebol de boa qualidade. Todo mundo que surgiu na tela (ou esteve em campo) somente conseguiu, quando muito, fazer o dever de casa como se fosse uma obrigação fastidiosa. Futebol bonito, bom esta Copa ainda deve. E, pior, três favoritos estrearam com muito pouco brilho. Todos muitos parecidos e sem a menor objetividade.
Friday, June 09, 2006
ERROS MATAM A POLÔNIA
Certamente se esperava muito mais da Polônia. O Equador, por mais que tenha apresentado, em outros tempos, um ou outro jogador habilidoso jamais fez um time de respeito, logo dele se esperava muito menos. Ambos fizeram uma partida bem abaixo de suas próprias possibilidades. Foi uma partida muito fechada, muito truncada, de faltas freqüentes, enfim um jogo medíocre mesmo que me fez dormir literalmente. Saído do movimentado Alemanha e Costa Rica havia me preparado para ver algo melhor. Não vi. E estava difícil ver alguma coisa, exceto que a Polônia apresentava maior tranqüilidade, mais domínio dos nervos, embora com domínio da bola demonstrasse pouca objetividade. Não sentindo perigo no adversário o Equador começou a gostar do jogo, equilibrou as ações e passou a criar problemas. E saiu o gol dos sul-americanos da cobrança de lateral ensaiada, aos 23min, De La Cruz arremessou a bola forte e Delgado escorou para Carlos Tenório, que desviou de cabeça para as redes. O gol fazia jus à partida: foi um gol de desatenção e de falha. Uma defesa não pode tomar gol de troca de passes de cabeça vinda de um lateral. Trata-se de um atestado de falta de preparo e de empenho.
O jogo continuou no meio campo com raras oportunidades sempre desperdiçadas. E somente no segundo tempo a Polônia resolveu buscar com mais empenho o ataque. Só tinha como jogada forte os escanteios. Já estava na metade final do segundo tempo e, por ineficiência nada acontecia. E, como castigo, quando mais parecia estar bem, apertando o cerco, uma jogada de contra-ataque pegou a defesa, mais uma vez, desprevenida e deixou Delgado à vontade na cara do gol. Foi chutar e sair para comemorar, aos 35min, estava selado o fim polonês. Talvez o que melhor explique a partida é que Delgado foi considerado o melhor em campo. E só se explica por ter definido a partida. Ou seja, poderia ser qualquer um que tivesse empurrado a bola para dentro, embora, ao meu ver, Carlos Tenório foi muito mais efetivo e implacável e, na verdade, a Polônia, pelo jeito, seria incapaz de ter feito um gol sequer. Dizem que há sorte e azar em tudo. No futebol em especial. Assim duas bolas na trave podem explicar porque o jogo não terminou empatado. Pode ter sido azar, em ambos os casos, porém minha visão é de que o azar, no futebol, em geral é muito ajudado pela falta dos fundamentos do esporte. Seja como for o Equador mereceu a vitória por ter sido mais eficaz e é só. O futebol que apresentou o habilita a sair desta chave como o segundo classificado junto com a Alemanha-dificilmente será diferente. A questão é que se trata de uma equipe de segundo escalão. E vai se classificar menos por méritos próprios e mais pela fraqueza dos concorrentes.
UM BOM COMEÇO
Não tardou a sair, aliás, pois aos seis minutos numa jogada em que Philipp Lahm, sem dificuldades, penetrou na grande área fez um belo gol que também deve tê-lo surpreendido. A trajetória da bola, apesar da beleza do gol, batendo quase na frente do poste demonstra que não houve lá muita consciência no chute. Não importa entrou e foi bonito. Mais bonito do que o dele somente o quarto de Frings, uma cacetada do meio da rua que pegou em cheio e não deu a mínima chance de defesa. Costa Rica não incomodou. Só por breve tempo esteve empatada e depois que empatou não resistiu sequer cinco minutos. Um time sem a menor arrumação, lento, sem inspiração e que estava entregue ao adversário por conta própria na medida em que, de posse da bola, não sabia o que fazer. A Alemanha é a Alemanha. Seu estilo de futebol é o estilo simples, prático, rápido e fatal. Não foi lá grande coisa nem mostrou um futebol nem melhor nem pior do que se esperava. Sua forma de atuar é burocrática. Faz as jogadas e procura fazer o gol. Fez o dever de casa e depois foi tomar cerveja. Saúde.
A impressão que ficou mesmo foi das defesas ruins. Costa Rica, rigorosamente, acertou duas jogadas e todas as duas deixaram Wanchope na cara do gol somente para provar que é um goleador: não perdoou. Porém duas jogadas certas em noventa minutos é muito pouco ainda mais para ganhar da Inglaterra. Em síntese pode-se dizer que como jogo foi um bom treino para os ingleses, porém não dá ainda para avaliar o seu poder de jogo numa partida tão sem adversário. Só prova que se vacilarem lá tem um artilheiro chamado Klose que fecha, com competência, as oportunidades surgidas. Não foi um bom jogo, mas foi um jogo de muitos gols-nunca uma Copa se iniciou com tantos- o que é bom. De resto serviu para manter a velha tradição segundo a qual os jogos iniciais das Copas são muito ruins. Efetivamente o nível do futebol esteve muito aquém do desejado. A Inglaterra, todavia ganhou e ganhou se assustando só consigo mesmo. É só o começo das emoções.